Terra e Paixão

Por Thaís Martinelli e Mariana Meireles 
 
Na terra, quando plantada, a semente se desenvolve, germina e cresce. É nessa força da vida, transformada em esperança, e no desejo de justiça, que ‘Terra e Paixão’ chega como a nova novela das nove da TV Globo. A partir do dia 08 de maio, a trama de Walcyr Carrasco, com direção artística de Luiz Henrique Rios, traz um folhetim clássico, com histórias de amor, de superação, dramas familiares, disputas e segredos inconfessáveis. Uma jornada de esperança e luta, com personagens e histórias profundas, tão enraizados quanto as belas e grandiosas plantações do Mato Grosso do Sul.  
   
A novela começa através da saga de Aline (Barbara Reis), uma jovem que vê sua família ceifada por um crime. Na coragem de quem enfrenta tudo e todos para defender seu legado, essa mulher mostra que a força e o amor, juntos, podem ser motor de transformação, justiça e esperança. Em meio à cultura e à beleza de um Brasil rural e moderno, Aline retoma sua história, movida pelo desejo de reparação, quando se cruza com a família de Antônio La Selva (Tony Ramos), dividida pela ambição e muitos segredos.  
  
Ambientada no Mato Grosso do Sul, na fictícia Nova Primavera, a novela tem como cenário principal as grandes plantações, repletas de tecnologia, com toda a diversidade do universo rural, suas cores, culturas e vivências. Autor de grandes sucessos da televisão, Walcyr Carrasco define ‘Terra e Paixão’ como uma novela clássica: “A história apresenta um grande drama amoroso e uma luta por herança, dentro de um ambiente agrícola, rural, uma parte do país ainda desconhecida por muitos, de uma maneira que não estamos acostumados a ver em novelas. Estou fascinado pela tecnologia implantada na agricultura nos dias atuais, me apaixonei por esse ambiente e quis trazer para as telas”, revela o autor.  
  
Estreando na direção artística do horário nobre, Luiz Henrique Rios destaca a importância de Aline e o feliz encontro com a protagonista Barbara Reis. “A Aline é uma grande lutadora, uma mulher brasileira, passando por uma situação de profunda injustiça, que vai se reconstruir. Ela é uma grande heroína e representa muito o Brasil. Fomos buscar possibilidades e Barbara (Reis) ganhou esse papel pela capacidade de construir a Aline que a gente precisava. Acho que as pessoas vão se surpreender com a simplicidade da representação dela, porque ela tem essa força”. Barbara conta que a viagem ao Mato Grosso do Sul a ajudou na construção da personagem. “Aline é uma mulher simples, mas nobre de seus ideais. Ela é a força através da ação. É uma seta que só vai para frente, não retrocede e não desiste. Ela é a justiça. Quando pisei na terra, no Mato Grosso do Sul, entendi quem era Aline”, conta a atriz, animada com o desafio.   
  
Criada e escrita por Walcyr Carrasco, a obra é escrita com Márcio Haiduck, Vinícius Vianna, Nelson Nadotti e Cleissa Regina, com direção artística de Luiz Henrique Rios, direção geral de João Paulo Jabur e direção de Tande Bressane, Jeferson De, Joana Clark, Felipe Herzog e Juliana Vicente. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim e a produção é de Raphael Cavaco e Mauricio Quaresma.   
 
 Vem aí, um novelão 
 
Entre os moradores da fictícia Nova Primavera, onde a história é ambientada, está Aline (Barbara Reis), uma jovem professora de matemática, seu marido, Samuel (Ítalo Martins), e filho, João (Matheus Assis). Após um atentado em sua casa, ela se vê sozinha com o menino diante das terras deixadas pelo marido. É nesse momento crítico que Aline conhece Caio (Cauã Reymond), filho do poderoso fazendeiro da região, Antônio La Selva (Tony Ramos). Ele a acolhe e pede a ajuda de Cândida (Susana Vieira), uma antiga conhecida, dona do bar e bordel da cidade, para essa missão.   
    
Não bastasse a tragédia, Aline logo descobre que Caio é filho de Antônio, o principal suspeito do crime que matou seu marido. Com o objetivo de recuperar suas terras, que hoje pertencem à Aline, o fazendeiro usa os filhos Caio e Daniel (Johnny Massaro) para convencê-la a vender sua propriedade. Mas para ela, a honra fala mais alto e seu único bem é inegociável. Sua atitude chama a atenção dos irmãos, que se surpreendem com a coragem da jovem ao enfrentar o poderoso Antônio La Selva. Ciente das dificuldades que vai enfrentar, Aline decide assumir o trabalho na terra com a ajuda do primo do marido, Jonatas (Paulo Lessa), que nutre por ela um amor platônico, e de sua mãe, Jussara (Tatiana Tiburcio). Aline quer deixar um legado para o filho e para o mundo.  
  
Em meio à disputa pela terra, o amor entre os irmãos Caio e Daniel é colocado em xeque quando ambos – sem um desconfiar da relação do outro – se apaixonam por Aline e se descobrem rivais. Com sua beleza, seu jeito simples, cativante e sua força, ela divide o coração dos irmãos, que ao se verem envolvidos por ela, não imaginam que se trata da mesma mulher. Antes mesmo deste conflito, os dois já viviam um drama pela sucessão de Antônio. A herança dos negócios tem como principal incentivadora Irene (Gloria Pires), sua segunda esposa, mãe de Daniel e Petra (Debora Ozório), que não mede esforços para conseguir que um de seus filhos assuma o lugar do pai. Já Caio sofre desde pequeno com o desdém de Antônio, que o culpa pela morte da mãe Agatha (Bianca Bin) após o parto, e se vê sozinho nessa disputa. Ele não aceita ser colocado para escanteio, afinal, conhece bem os seus direitos e é o único que trabalha na plantação e na colheita da fazenda. A sucessão familiar movimenta a casa dos La Selva.   
    
Embora tenha sentimentos conflituosos com a família, Caio é próximo e amoroso com o irmão Daniel e tenta ajudar a irmã Petra em suas questões emocionais, que envolvem o vício em remédios tarja preta. Ele e Luigi (Rainer Cadete), um italiano interesseiro, a ajudam na condução do problema. Daniel é puro de sentimento e será desafiado a lutar pelo amor de Aline ou se render às armações da noiva Graça (Agatha Moreira), que terá Irene como aliada. A ambição move a rotina dessa família e todos vão precisar externar seus desejos para seguir em frente.  
 
Com os pais envolvidos em mentiras, intrigas e traições, Graça também busca o poder e uma vida confortável. Filha de um grande aliado do sogro, Tadeu (Cláudio Gabriel), o presidente da cooperativa da cidade, é dona da butique da região e faz do local o palco para suas aventuras secretas. Esse comportamento se justifica quando o pai, uma de suas referências na vida, se revela em um casamento aparentemente tradicional com Gladys (Leona Cavalli), sua mãe. Por trás da postura conservadora, se mostra um homem repleto de desejos e fantasias. Durante seu expediente, gosta de entrar em sites adultos, onde conhece Anely (Tata Werneck), sem saber que ela mora na mesma cidade. Enquanto isso acontece, sua esposa Gladys, diretora da escola local, mantém um relacionamento às escondidas com Luigi, o mesmo italiano que se envolve com Petra. Ambas o conhecem pela internet e não imaginam que ele é um trambiqueiro. Gladys sonha em sair do casamento para viver essa paixão, mas os valores familiares falam mais alto e assim ela vive em conflito com a situação.   
  
Lucinda (Débora Falabella), gerente da cooperativa, tem uma vida dedicada ao trabalho e à família. Ela vive o drama de conviver com o sofrimento do filho, Cristian (Felipe Melquiades), por conta dos episódios de bullying recorrentes na escola, em função de ele ser uma criança com albinismo. Casada com Andrade (Ângelo Antônio), dono da pousada da cidade, Lucinda precisa lidar ainda com as agressões do marido, que se torna um homem violento quando bebe. Apesar de não aceitar a situação e se impor com frequência, ela tenta ajudar o marido a se livrar do vício, por amor à família. Lucinda cultiva uma relação de muita parceria e afeto com a irmã Anely (Tata Werneck), que também mora na pousada da família. Anely tem uma personalidade secreta: quando está sozinha, para ganhar dinheiro, faz strip-tease em um site adulto. Enquanto se dedica a essa atividade, a jovem finge estar envolvida com os estudos e engana não apenas a família, mas também o namorado Odilon (Jonathan Azevedo). Muito ciumento, ele não tem a menor ideia do que ela apronta. Lutador, é dono da academia de Krav Maga da cidade e sonha em se casar com Anely, com o apoio de Lucinda. 
  
Além de administrar as questões familiares, em seu trabalho Lucinda faz o possível para ajudar Aline a conseguir se tornar uma produtora rural, principalmente quando ela defende Cristian de atitudes violentas dos amigos da escola. Depois de receber o incentivo de Jonatas e a ajuda de Caio com as primeiras sementes, Lucinda é a pessoa com quem Aline vai poder contar em sua trajetória. 
 
A dona dos segredos 
 
Todos os dramas dos moradores de Nova Primavera são conhecidos por Cândida (Susana Vieira), dona do bar da cidade, um ambiente dançante, ponto de encontro dos moradores, ao som de shows sertanejos e palco de grandes segredos da trama. Luana (Valéria Barcellos), sua fiel escudeira, administra os serviços dos funcionários, sonha em ser proprietária do local e tenta desvendar os mistérios que só a patroa sabe e que podem transformar a vida do maior produtor rural da região, Antônio La Selva (Tony Ramos). Cândida tem em mãos informações sobre o passado de Irene (Gloria Pires) e a verdade sobre Agatha (Bianca Bin), a mãe do primogênito de Antônio, Caio (Cauã Reymond).  
 
Uma imersão no Mato Grosso do Sul 
 
Bem antes do início das gravações, a equipe de cenografia e produção de arte começou a conceber o conceito e reunir as referências para os cenários e a cidade cenográfica de ‘Terra e Paixão’. As obras com cores vivas marcantes de artistas populares da região Centro-Oeste, como Siron Franco e Moacir Sodré, serviram de inspiração para cenários de diversos personagens, como a fazenda de Antônio (Tony Ramos), a casa de Aline (Barbara Reis), o bar de Cândida (Susana Vieira) e o quarto de Anely (Tata Werneck), entre outros.  
 
Quadros dos artistas fazem parte da decoração do interior da fazenda de Antônio, da pousada de Andrade (Ângelo Antônio) e Lucinda (Débora Falabella) e da casa de Ademir (Charles Fricks). A pintura da praça da cidade cenográfica da fictícia Nova Primavera foi feita pelo goiano Kboco. A natureza e a paisagem das plantações de Dourados e Deodápolis, principais locações na região, dão o tom de toda a cenografia, assinada por Cris Bisaglia e Ana Aline, e da produção de arte, de Eugênia Maakaroun, que também assina a direção de arte.  
 
“Trabalhamos com os tons da terra da região, bastante vermelha, e trouxemos muitas cores da natureza para o nosso cenário e para dentro das casas. Esse processo foi muito diferente do que estamos acostumados, pois nos preocupávamos mais com o momento das plantações, o dia em que a fazenda que a gente estava gravando iria plantar e colher a soja. Nosso trabalho foi muito em função do que iria acontecer durante a viagem. Íamos correndo atrás desses acontecimentos e construindo o cenário da nossa história, à mercê da natureza”, conta Eugênia Maakaroun, conhecida como Didi.  
 
 Gravar uma novela que se passa em um ambiente com uma economia rural trouxe um desafio a mais para as equipes de cenografia e arte em relação ao maquinário e à imensa tecnologia implantada, além da necessidade de reproduzir esse universo em gravações externas no Rio de Janeiro. A parceria com fazendas locais ajudou a ter em cena máquinas grandiosas, como tratores, plantadeiras, semeadeiras e colheitadeiras, além de drones e outros equipamentos tecnológicos, mas ainda assim foi preciso conseguir máquinas em outro estado devido à demanda intensa das gravações no Mato Grosso do Sul. “Trouxemos maquinários e equipamentos agrícolas do Paraná para o Mato Grosso do Sul. Estávamos em época de colheita, então precisamos correr atrás de mais colheitadeira, plantadeira e o trator de outro estado que não estava exercendo a colheita naquela época. Foi uma curiosidade interessante desse trabalho”, conta Eugênia.  
 
Nas externas no Rio de Janeiro, ‘Terra e Paixão’ tem cenas gravadas em Guaratiba, Mangaratiba, Seropédica e Itaguaí, entre outros lugares. “Encontramos locações em que podemos trazer fragmentos das plantações do Mato Grosso do Sul. Lá é uma grandiosidade, horizontes sem fim, mas aqui também conseguimos contar essa história, ter um cenário próximo, só que um pouco menor”, explica a diretora de arte.  
 
A fazenda de Aline fica em uma das cidades cenográficas da novela e precisou passar por um processo de reconstrução ao longo das gravações, já que acontece um incêndio no primeiro capítulo e na história a casa é toda reformada após o atentado. A cidade cenográfica que representa Nova Primavera traz a Cooperativa, o bar de Cândida (Susana Vieira), a escola municipal onde Gladys (Leona Cavalli) é diretora, a delegacia, a academia de Krav Magá de Odilon (Jonathan Azevedo) e a butique de Graça (Agatha Moreira), entre outros cenários. As principais referências para ambientar os lugares da trama estão em Dourados. A parte externa da fazenda de Antônio fica em outra cidade cenográfica dos Estúdios Globo. A área interna, construída em estúdio que possibilita os cenários serem fixos, também precisou de muita pesquisa e referências diversas. “Essa é uma fazenda bem maximalista. Quando visitamos o Mato Grosso do Sul pela primeira vez, entendemos que existem casas com conceitos maximalistas, com muitas cores, animal print, bastante dourado. Aqui na região sudeste as pessoas gostam mais dos cinzas e beges e lá eles gostam dos coloridos. É um cenário que foi muito significativo compor”, finaliza a diretora de arte.  
  
Da naturalidade de Aline à ‘agro girl’ 
 
Para o figurino de ‘Terra e Paixão’, as referências encontradas no Mato Grosso do Sul também serviram de inspiração, além de muita pesquisa na moda atual. Uma peça de roupa que marca o trabalho da figurinista Paula Carneiro no início das gravações é o vestido vermelho com estampas alaranjadas que Aline (Barbara Reis) usa no momento em que a casa onde vive com a família é invadida e pega fogo. A intenção é que a roupa represente as faíscas do incêndio e também se sobressaia no escuro, já que a personagem foge à noite pelo meio do mato com o filho pequeno. A peça foi confeccionada com um tecido desenvolvido pela artista e designer baiana Goya, uma das pioneiras a trabalhar de maneira criativa com a moda afro-brasileira. “É uma história que criei enquanto pensava no figurino da Aline. É um vestido muito especial porque eu consegui juntar um pouco o olhar da representatividade, sem necessariamente trazer uma etnia, ou uma estampa africana e, ao mesmo tempo, conseguir contar uma história do meu imaginário, de que a protagonista é uma faísca que está saindo daquele fogo para sobreviver”, conta Paula. Após escapardo atentado, Aline passa a usar roupas emprestadas da amiga Menah (Camilla Damião) e começa a trabalhar na terra. Basicamente veste jeans, camiseta e bota. O que não vai mudar muito depois que ela consegue comprar roupas novas. “É assim que a gente vai ver a Aline na maior parte do tempo porque ela não está preocupada em estar bonita e sim em plantar, colher, se tornar uma produtora rural naquele lugar. Não tem vaidade, mas é muito bela e feminina”, explica Paula.  
 
A vaidade está em outras personagens, especialmente Irene (Gloria Pires). No entanto, a bela e ambiciosa esposa do fazendeiro Antônio (Tony Ramos) não se veste com cores vivas ou escuras, como é mais comum em personagens com essas características de personalidade. “No primeiro momento eu e minha equipe logo pensamos na personagem usando cores fortes como roxo, rosa pink e laranja. Mas depois pensamos que a Irene comete tanta maldade na história que seria interessante um contraponto, que ela só usasse tons bebês de rosa, azul, amarelo. E fiz um estudo dos últimos 10 anos de trabalhos da Gloria na televisão, ela nunca tinha usado uma paleta como essa, sempre vestiu muito preto, vermelho, muita cor. Achamos então interessante seguir na linha que pensamos, já que o público nunca a viu usando essas cores mais claras”, conta Paula, que ressalta que a extravagância do figurino da personagem está na forma e no tecido das peças. “É um figurino todo confeccionado nos Estúdios Globo, as peças têm manga comprida, volume, comprimento, detalhes difíceis de encontrar nas peças prontas. E ela também usa muito cetim, muita seda com brilho”, exemplifica.  
 
 Já o figurino do marido Antônio segue um caminho mais comum dentro do universo em que está inserido. O personagem de Tony Ramos usa chapéu e muitos acessórios de couro e camurça, e colete, pois no Mato Grosso do Sul é uma peça bastante usada pelos fazendeiros. “Nos coletes têm as iniciais do Antônio, e ele usa um cinto com a inicial também. Veste calça jeans, bota, a intenção é trazer um jeito de vestir no estilo ‘olho por olho, dente por dente’, mostrar o coronelismo enraizado e uma personalidade muito forte”, conceitua Paula. Os figurinos do filho mais velho de Antônio, Caio (Cauã Reymond), e do filho de Gentil (Flávio Bauraqui), Jonatas (Paulo Lessa), também irão representar bastante o estilo de se vestir dos produtores rurais e as roupas passam por um processo de envelhecimento. “O Caio usa uma espécie de uniforme, como se ele não trocasse de roupa nunca, porque é um cara abandonado de atenção que não perde tempo escolhendo roupa. Ele veste praticamente jeans, camiseta branca e jaqueta jeans. Temos 30 camisetas brancas no guarda-roupa do personagem, que vestem ele muito bem e que trabalhamos um envelhecimento avermelhado por conta da terra. Já o Jonatas é um cara que pega pesado no trabalho na terra, então trabalhamos com tons terrosos, muito verde musgo, marrom, mostarda. Ele usa camiseta regata com camisa de tecido que às vezes amarra na cintura e está sempre de boné. Faz um estilo bem charmoso”, conta a figurinista.  
 
Como os figurinos de novela costumam lançar tendência, Paula aposta nas peças de Graça (Agatha Moreira), a dona da butique mais chique da cidade. “A Graça é nossa ‘agrogirl’, a nossa influencer. Nos inspiramos nas blogueiras e vestimos o que quisermos nela, desde que seja chique, cool, diferente. Ela é a personagem que lança a tendência, que dita a moda”, acredita Paula, que destaca entre as peças de Graça que irão chamar a atenção o vestido que irá usar no noivado com Daniel (Johnny Massaro). “O vestido de noivado dela é um sonho, criado pela estilista Andrea Almeida. Ele é todo de franja de seda e branco perolado, quando ela se mexe o vestido dança. É um negóciolindo”, empolga-se a figurinista.  
 
Na caracterização, a personagem de Agatha Moreira também exigiu criatividade e empenho da equipe. A atriz veio do trabalho em ‘Verdades Secretas 2’ com os fios curtíssimos e na pele de Graça ostenta fios loiros e longos. “A Graça é a nossa bonequinha ‘agropop’, quisemos fazer algo diferente no visual da personagem. Optamos pelo megahair, mas com cabelo natural do tom de loiro que criamos para a personagem. Foi difícil encontrar, precisamos trazer o cabelo do sul do país. O processo durou 10 horas só para descolorir e tratar as mechas e mais umas 16 horas para colocar o megahair. E a cada três meses esse processo vai exigir uma manutenção”, conta a caracterizadora Gilvete Santos.  
 
Outra personagem que tem um processo demorado de caracterização é Irene, que usa lace, uma prótese feita fio a fio em uma tela de microtule. Neste caso, os fios são colocados um a um sobre o tecido, o que permite um efeito mais semelhante ao couro cabeludo. “Lace significa três horas em uma cadeira, é ter muita paciência, muita disciplina. A Gloria (Pires) está muito feliz com o resultado e nós também”, explica Gilvete. Enquanto alguns personagens carregam uma produção maior no cabelo e na maquiagem e estarão sempre impecáveis em cena, Aline, a protagonista da história vivida por Barbara Reis, tem o visual o mais natural possível. “Para a Aline optamos pelo cabelo como ele realmente é. Todos os dias no Mato Grosso do Sul antes de a Barbara (Reis) ir dormir eu ia no quarto dela e falava: ’vamos fitar o cabelo’. Fitar é o que a gente chama para ficar um cabelo o mais natural possível, sem usar secador, eu fazia isso e misturava o creme que a própria atriz usa. Também deixamos a cor mais escura, ela estava com as pontas loiras no trabalho anterior. E mantemos o frizz que existe na maioria das pessoas. Você olha e diz: ‘a personagem é uma pessoa do nosso dia a dia’, explica.  
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