UM LEMBRETE SOBRE A UNIÃO DE UM POVO

Futebol e Relações Internacionais:

um lembrete sobre a união de um povo

Anderson Fonseca. Advogado. Professor de Direito Constitucional e Internacional

Domingos em geral são dedicados a almoços em família, preguiça natural de um começo de semana, maratona de filmes em seu serviço de streaming preferido e, para os aficionados pelo esporte de Charles Miller, muito futebol. No caso brasileiro ainda o esporte de preferência e neste particular final de semana cheio de emoções com a final da Copa América e Eurocopa.

Apesar de não termos tido melhor sorte no jogo com nossos hermanos argentinos, campeões após três decádas em pleno Estádio do Maracanã, e ao tempo em que finalizamos este artigo, a Inglaterra pressiona Itália para ganhar seu inédito título, a mente divaga sobre o significado destes embates paras as nações em um panorama atual das Relações Internacionais.

De acordo com o periódico britânico “The Economist”, a Inglaterra vem desfrutando de um sentimento de união, de comunidade em seu povo, graças ao futebol. De um passado não tão distante em que o país ficou diametralmente dividido pelo hoje famoso Brexit de 2016, encontrando um certo objetivo em comum ao passar pelo período pandêmico em 2020, hoje há um sentimento palpável de pertencimento, orgulho de ser representado em campo, demonstrado principalmente pelos mais de 60.000 torcedores que estiveram em Wembley para acompanhar a vitória contra sua arquirrival Alemanha nas quartas-de-final.

Do lado de cá do Atlântico uma história um pouco diferente, a começar pelas críticas feitas ao país do futebol por escolher sediar o torneio das Américas, passando pela falta de identidade na escalação do time canarinho, questionamentos no judiciário sobre a viabilidade do torneio e até acerca da numeração da camisa dos jogadores.

De maneira oposta ao que ocorreu em solo Bretão, por aqui o país ficou dividido entre os ditos “patriotas” e “não-patriotas”, designação aleatória e sem qualquer embasamento técnico-jurídico ou mesmo científico usado para apontar aqueles que emprestaram ou não seu apoio a Seleção nacional.

 

Em vista destes exemplos, resolvemos lembrar que o sinal distintivo e elementar para consolidação do Estado está na formação de seu povo, o qual de acordo com a Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos Estados de 1933, juntamente com os elementos território e governo formam o ente Soberano.

Quem sabe precisemos revisitar estas lições e entender que aquilo que nos une enquanto nação ultrapassa nossas opiniões pessoais, é tempo de reconciliar, de acabar com o “nós e eles” e quem sabe encontrar um objetivo e sentido em comum para aquilo que nos faz genuinamente brasileiros. Sem dúvida o esforço vale a reflexão.

 

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