Lo Presti

Realidade da mulher amazônida

Empoderamento é a atitude que pode mudar a realidade

A sociedade ainda precisa despertar para uma questão tão importante como os direitos da mulher. A busca pela ressignificação de conceitos, ocupação de espaços e a busca pela equidade de gênero são as bases do empoderamento feminino. Essa filosofia faz parte do dia a dia da advogada Adriana Lo Presti, uma mulher com coragem para lutar contra o preconceito com o gênero feminino e com foco na transformação da sociedade.

Adriana foi membro da Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB 2016/2018 e vice-presidente da OAB/AM no mesmo período. Polivalente, a jurista divide seus dias entre a carreira, o trabalho e ações sociais no combate a todas as formas de violência contra mulheres. De acordo com ela, a definição de empoderamento começa com a postura.

“Ser empoderada começa na atitude, na autoconsciência de quem é e onde você pode chegar e, a partir daí, usar essa postura como agente transformador para as mulheres ao seu redor”, destaca a advogada. Ela ainda reforça: “Muitas vezes as mulheres desconhecem seu próprio potencial e a força que trazem somente com sua presença. Então é fundamental que a mulher tenha a consciência do seu poder para inspirar outras mulheres a fazer o mesmo”.

Empoderar a mulher amazônida

É com esse ímpeto que Adriana defende a causa e fortalece a presença das mulheres na sociedade, sem perder o foco e a elegância. Ela é ainda mais firme na defesa dos direitos quando o assunto é mulher na Amazônia. O tema foi objeto de estudo em sua dissertação de Mestrado em Constitucionalidade e Direitos da Amazônia pela UFAM, e ainda está sendo em sua tese de doutorado em Direito Constitucional pela UNIFOR.

“Na região amazônica, infelizmente, as mulheres ainda sofrem com situações de desrespeito e inferioridade, principalmente pela falta de políticas públicas do poder público local, e isso, no contexto atual, demonstra o descaso sofrido por nós mulheres, que permanecemos esquecidas pelos poderes”, a jurista esclarece.

Adriana Lo Presti

Seu objetivo é reforçar o empoderamento para servir como resposta ao sofrido pelo gênero feminino. “A mulher amazônida, cabocla, indígena e ribeirinha ainda é preterida, e esse é o nosso trabalho, mudar essa realidade e fazer a voz dessas mulheres ecoar pelos quatro cantos da Amazônia, do Brasil e do mundo”–, assim, defende Adriana, que uma mudança de consciência pode transformar a realidade das mulheres.

Mulher empoderada de verdade

A expressão empoderamento feminino foi tão utilizada que chegou a todo o Brasil. Mas, sempre que há a saturação de um tema, há também o risco do esvaziamento do propósito original dele. Para a jurista, a definição mais adequada é aquela que pode mudar a percepção da sociedade.

Mas, é preciso posicionamento e coragem. “A mulher empoderada, acima dos rótulos e estereótipos, confia em si mesma, procura sempre aprimorar seus conhecimentos, sabe o que quer e luta por isso, mas nunca
deixa a humildade de lado, sendo educada com todos, pois educação é o principal sinônimo de elegância”, conclui Adriana.

A advogada ainda enfatiza que o empoderamento pode contribuir com uma nova realidade para as mulheres. E aponta como: “Com união. União de forças, projetos, ideias, e todas as ações, que integradas podem contribuir com a consolidação da presença feminina em todos os segmentos, seja na política, na área jurídica, na moda e até mesmo como mãe e dona de casa”. Lo Presti reforça que, mesmo hoje, ainda há uma força contrária que busca invisibilizar a luta pela causa feminina.

“É preciso acabar com essa ‘invisibilidade social’ que insiste em manter as mulheres de fora das grandes causas, extinguir esse conceito antigo e ultrapassado de vulnerabilidade e fragilidade física e emocional, que não definem a mulher em lugar nenhum do mundo”, afirma a jurista.

É esse o caminho que a mulher amazônida precisa trilhar para mudar essa realidade. “Nós, mulheres da Amazônia, precisamos internalizar nosso poder e potencial para fazer a diferença individual e como classe. Temos características únicas da nossa identidade cultural amazônida, que nos torna verdadeiras guerreiras”, Adriana reflete.

“O empoderamento é sim o melhor caminho para seguirmos com essa luta de ver a mulher no local de destaque que ela merece estar”, conclui.

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