A médica nutróloga Evelyn Santos de Paula( CRM-AM: 6602 e RR 2018) é conhecida quando o assunto é cuidar da saúde por meio de nutrição. Com uma gama de clientes satisfeitos, ela preza pelo cuidado com a saúde do ser humano de forma única. Atendendo em Manaus e Boa Vista, ela arrumou um espacinho na sua agenda apertada para falar com a Em Visão sobre os cuidados com a alimentação e muito mais.
Qual a diferença entre nutrólogo e nutricionista?
O Nutrólogo é um profissional formado em Medicina, curso com duração de 6 anos, que após a graduação faz uma formação com residência médica em Nutrologia ou uma pós-graduação na mesma área, com reconhecimento pelo MEC. O médico Nutrólogo, como profissional, tem habilidade para prescrever medicações e suplementos de acordo com a necessidade de cada paciente. Pode atuar no consultório ou nos hospitais, geralmente integrando a EMTN (Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional).
O nutricionista formou-se em Nutrição, um curso de graduação que dura em média 4 ou 5 anos. Ele verifica as deficiências e excessos nutricionais de cada indivíduo e promove a educação alimentar, indicando a ingestão de alimentos de forma saudável e equilibrada. Este profissional não receita medicamentos, mas tem a função de montar cardápios adequados e indicar os melhores hábitos alimentares para cada tipo de metabolismo.
Muito se fala sobre jejum intermitente. Como esse jejum na prática?
Você concebe a possibilidade de fazer jejum? Imagine jantar às 20h, ir dormir às 23h e tomar café às 8h, assim você já fez um jejum de 12h. Se pular o café da manhã e só almoçar, você consegue um jejum de 16h. Pode ser muito simples, mas precisa de acompanhamento e orientação médica!
Vou exemplificar aqui os dois tipos mais simples, que usamos inicialmente no consultório:
12 HORAS
Um jejum de 12 horas realizado todos os dias, mais uma dieta saudável composta por alimentos integrais e frescos poderia ser uma excelente técnica preventiva contra a obesidade e suas consequências, porém talvez não suficiente para a sua reversão.
16 HORAS
Conhecido também como “Leangains”, oferece mais benefícios que o jejum de 12 horas. No caso de o objetivo principal ser o ganho muscular, inclua uma dieta rica em proteínas, ciclagem de carboidratos (alternância de períodos de low-carb com períodos de ingestão moderada de carboidratos) e treinos em jejum (consumindo a maior quantidade de calorias no pós-treino).
O paciente que não consegue parar de comer por causa da ansiedade, o que ele pode fazer?
Geralmente, os pacientes que sofrem com ansiedade apresentam distúrbios relacionados com o mau funcionamento do trato gastro intestinal, além de, na maioria dos casos, não ter bons hábitos de vida (ser sedentário, comer carboidratos em excesso, não ter um sono de qualidade, não ter uma alimentação adequada, fazer uso de substâncias nocivas ao nosso organismo, como bebida alcoólica e cigarro). Portanto, estes pacientes devem ter um acompanhamento de perto pelo Nutrólogo e pelo nutricionista, além do apoio psicológico e muitas vezes também psiquiátrico ser necessário, uma vez que tais pacientes devem ter uma assistência multidisciplinar.
O que é a nutrologia esportiva?
Na realidade a Nutrologia esportiva é uma área de atuação da nutrologia. Está mais relacionada ao equilíbrio de nutrientes voltado a uma melhor performance desportiva. Através de estratégias de suplementação e prescrição de medicamentos, conseguimos melhorar o desempenho físico de atletas do dia a dia e também de atletas de alta performance, levando em consideração que a demanda metabólica destes indivíduos é maior do de daqueles que não praticam atividades físicas.
Além de nutróloga, você também é clínica geral. Como você concilia as duas funções?
No consultório, atuo nas áreas de Clínica Médica e de Nutrologia. Fora dele, faço plantões de Clínica Médica num hospital particular de Manaus. Confesso que sinto o mesmo prazer ao atuar em situações tão distintas, mas que me permitem exercer o que há de melhor na medicina.
É possível viver nesse mundo tão industrializado e ter uma vida com saúde? Como a senhora explica essa volta ao passado em relação a alimentação?
Não diria volta ao passado, mas volta às origens! Sim, porque os seres humanos, antes de se apegarem tanto ao industrializado e ao prático, tinham uma vida muito mais saudável do que a que levamos hoje. Nossos carros nos permitem ir até a esquina de nossas casas sem termos que caminhar, os elevadores nos poupam o trabalho de subir escadas, consequentemente os alimentos prontos nas prateleiras dos supermercados nos “facilitam” a vida, para não “perdermos tempo” cozinhando o próprio alimento. Porém, pagamos um preço muito alto com esses hábitos: comprometemos o que há de mais sagrado na minha humilde opinião, nossa qualidade de vida! Soa como clichê, mas sem saúde, nada somos. E se quisermos viver mais e melhor, precisamos voltar às origens. Ir às feiras livres, descascar, cozinhar e embalar nossos próprios alimentos, comer o mais natural possível, evitando assim uma série de doenças crônicas muito comuns dos tempos modernos: diabetes, hipertensão, obesidade, cânceres em geral, mal de alzhemer, entre outras diretamente relacionadas ao nosso estilo de vida. Enfim, como digo a meus pacientes: ou você investe tempo e dinheiro para hoje cuidar de sua saúde, ou amanhã terá que investir tempo e dinheiro para cuidar de sua(s) doença(s).
Em Manaus
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