Looks do Baile da Vogue

Fique por dentro dos looks inspirados pelo modernismo brasileiro.

Nesta sexta-feira (29), aconteceu o Baile da Vogue no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Após dois anos sem a possibilidade de celebração, o evento promete uma estrutura grandiosa e atrações – como Ivete Sangalo e Preta Gil – que garantem animar todos os convidados ali presentes.

Para esta edição, o tema escolhido foi Brasilidades Fantásticas, em comemoração ao centenário da Semana de 22. Com certeza contaremos com diversos looks inspirados no modernismo e nas vanguardas artísticas, com um toque da moda e da arte contemporânea. Haverá muita cor, excentricidade, maximalismo, trabalhos manuais e claro, muita influência brasileira. Que tal conferir algumas inspirações dos convidados? Veja abaixo:

Carol Toledo

Ao saber o tema do Baile deste ano, a influenciadora mineira Carol Toledo não pensou duas vezes ao escolher Martha Medeiros para desenvolver um look exclusivo e muito especial. Martha é conhecida pelo seu DNA brasileiro e suas rendas desenvolvidas à mão pelas rendeiras do Sertão Nordestino. Ambas fizeram questão de destacar a criatividade do povo brasileiro e valorizar o trabalho tão único e minucioso que as profissionais desenvolvem no nordeste do país.

O vestido produzido é composto por um mix de rendas – como a delicada renda renascença – que contam com aplicações desenhadas à mão e inspiradas na Caibreira, árvore símbolo do estado de Alagoas. A peça foi tingida na cor verde bandeira e conta com uma modelagem dramática inspirada nas vestimentas do Lampião e da Maria Bonita, que estão expostas no Museu do Sertão em Piranhas, Alagoas. Para complementar o look, Carol optou por um brinco dourado surrealista, que trouxe o toque das vanguardas brasileiras.

Cesca Civita

Cesca escolheu a label brasileira Amissima para produzir seu look sobre medida para o Baile deste ano. Com 100% de liberdade para criar o que ela quisesse, a influenciadora se inspirou na Tropicália, movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968, para desenvolver seu vestido e acessório. Por meio deste movimento, as roupas escandalosamente coloridas, com a intenção de chocar foram adotadas.

Cesca e a marca apostaram em um vestido de cetim de seda laranja mais justo ao corpo, que conta com uma fenda e uma cauda. Para completar o look, ela ainda elegeu acessórios com correntes de strass por cima do vestido, uma sandália de salto alto dourada e brincos longos também de strass.

Anna e Paola Mantegazza

Em celebração ao centenário da Semana de 22, Paola Mantegazza e Anna Pignalosa – mãe e filha fundadoras da label Mantegazza – se basearam na força da arte brasileira e da personalidade feminina ao elaborarem seus looks. Ambas não tiveram dúvidas ao buscarem suas inspirações, já que possuem uma grande conexão com o mundo da arte e com a força da mulher, visto que são duas empresárias que exercem um grande papel na marca.

Inspiradas pela obra “A Lua” de Tarsila do Amaral, a dupla visou a fase antropofágica da artista, que mergulhava em seus sonhos e desvaneios em meio a uma imensidão de azul ao pintar suas obras na década de 20.

Pela Mantegazza ser uma marca especializada em couro, ambos os vestidos foram desenvolvidos no material que mais dominam. As peças carregam todas as cores, texturas, formas e elementos da obra de Tarsila. O vestido de Anna reproduz as camadas e ondas que estão presente em “A Lua”, enquanto o vestido de Paola expressa as curvas e levezas do quadro com um toque de plumas em sua cauda.

Cici Navarro

Para traduzir o tema, a influenciadora digital e empresária Cici Navarro escolheu a maior estilista brasileira, Patricia Bonaldi, para desenvolver seu look.
A dona da marca de jalecos de luxo Dra. Cherie apostou em um vestido belíssimo de lurex degradê com corpo drapeado manualmente. A peça conta com manga longa e bufante, recortes estratégicos e fenda lateral.

A inspiração foi trazer o verde da brasilidade e um toque modernos nos brilhos, recortes e fendas na peça, além de o rosa para juntar os mundos da PatBo com Cici Navarro.
Para completar a produção, Cici optou por uma sandália de salto alto verde brilhante da Santa Lolla e uma clutch em tons de rosa.

Vitoria Fiore

A fashionista Vitoria Fiore também escolheu a Amissima para vesti-la no Baile. Apostando no tema deste ano ‘Brasilidades Fantásticas’, a label desenvolveu um look sob medida bem glamuroso para a influenciadora com o fantástico como referência.

Com caráter caprichoso e extravagante, o vestido produzido é composto por uma malha com aplicação de foil azul. A peça justa e brilhante conta com uma luva embutida, recorte na cintura, uma fenda em um dos lados, além de uma cauda poderosa. O look ainda carrega um acessório floral em metal no ombro esquerdo, que também foi desenvolvido pela Vitoria e pela equipe de estilo da marca.

Leo Faria

O renomado fotógrafo Leo Faria se baseou na energia e no fervor dos anos 20, também denominado como “anos loucos”. A década é historicamente reconhecida como um período de diversas transformações econômicas, políticas e artísticas no Brasil. Afinal, foi em fevereiro de 1922 que o modernismo oficialmente iniciou e se instalou no país através da Semana de 22.

A Semana da Arte Moderna visa retratar as vanguardas artísticas – surrealismo, cubismo, futurismo, dadaísmo e expressionismo – em meio às loucuras e desvaneios do período. Leo Faria se debruçou sobre a chamada “geração perdida” ao desenvolver seu look ao lado da label Mantegazza, especializada em couro de alta qualidade.

O look do fotógrafo conta com um shape clássico da década de 20, acompanhado de um smoking elegante e um maxi colete sobreposto por um blazer combinado com uma calça slim. Toda a criação remete às vestimentas masculinas dos “anos loucos” ao lado de uma releitura da moda contemporânea.

Elisa Zarzur

Elisa Zarzur foi mais uma das influenciadoras digitais que escolheu a label Amissima para desenvolver seu look para o Baile da Vogue de 2022.

Inspirada em Tarsila do Amaral, uma das maiores artistas do movimento modernista, o look de Elisa teve como referência a obra Urutu, elaborada no ano de 1928. A obra faz alusão ao mito da cobra grande, que amedronta os ribeirinhos da Amazônia, só que a serpente aparece na cor rosa, uma de suas preferidas.

Juntamente com a marca, a fashionista apostou em um vestido extravagante rosa de organza cristal com uma capa florida. A atual tendência de plumas vem adaptada, trocando as plumas pelas flores.

Apostando na transparência, o vestido impactante da influenciadora conta com um corset marcando sua cintura e uma capa volumosa com detalhes florais na barra.

Reis Rodrigues

A influenciadora Reis Rodrigues escolheu a marca mineira Charth para sua estreia no Baile da Vogue. O vestido traz as curvas em uma tela em branco assim como Oscar Niemeyer dava movimento ao concreto. É um look com uma forte imponência de detalhes frontais, estruturados e arquitetônicos, que complementam a releitura forte e poderosa sobre a famosa frase do poema “Canção do Exílio”, feita pelo poeta modernista Oswald de Andrade: “Minha terra tem palmares”.

Gianne Albertoni

Também vestida por Charth, Gianne Albertoni usou um look que traduz a referência da arquitetura de Lina Bo Bardi e suas formas longilíneas e marcantes. O visual é composto por um vestido reto, que traz uma imagem linear e, até de certa forma, geométrica com a grande fenda lateral, proporcionando elegância e destacando a silhueta alongada da musa.

Nathalie Billio

A disrupção de paradigmas da era modernista foi o norte para a criação do look Charth de Nathalie Billio. A saída do óbvio e a busca pelo “fora da caixa” através da experimentação artística vem à tona com uma silhueta que apresenta uma estrutura maximalista com um laço frontal, uma cauda nas costas e com os bordados de cristais do top. O look encerra sua história com a escolha de cores minimalista, como os tradicionais preto e branco, abrindo espaço para criar um contraste com toda a exuberância das peças.

Maitê Faitarone

Para o Baile da Vogue 2022, Maitê Faitarone optou por uma peça de cetim, coenizado para dar sustentação. O busto é adornado por bordados brilhantes que cobrem todas as costuras. Na base do vestido, há bordados de chocalho de pluma com acabamento de strass que trazem mais glamour para o visual.

Criada numa parceria de Maitê com a diretora criativa da Regina Salomão, peça foi feita especialmente para a influenciadora por 13 pessoas do ateliê num período de três dias. A estrutura do vestido, principalmente o corselet e a fenda, traz a sensualidade discreta dos anos 1920 ao passo que exalta o modernismo brasileiro.

Douglas Lima

O look de Douglas Lima, diretor criativo da Open, é um conjunto azul, com shape estruturado. O blazer foi personalizado pela designer Chica Capetto e traz uma homenagem ao trabalho de Tarsila Amaral. A peça traz elementos do Abaporu, obra pintada em 1928 e uma das principais referências do período antropofágico do movimento modernista.

Mery Santos

A produção de Mery Santos, diretora de estilo da marca Open, é all pink e baseada em um top com aplicações em pedraria, uma saia midi acinturada e luvas. A composição foi inspirada em dois dos principais nomes do modernismo, Di Cavalcanti, criador da semana de Arte Moderna de 1922, e Roberto Burle Marx, artista plástico brasileiro, já que ambos se aventuraram na criação de joias. A ideia do look de Mery é trazer o conceito da roupa como joia com uma releitura atual, trazendo a sofisticação que o baile pede.

Camila Bastos

Já o look de Camila Bastos, diretora de estilo da Open, é composto por um vestido curto com verde, amarelo, azul e preto. A peça foi inspirada na obra A Lua, de Tarsila do Amaral – a mais importante pintura da primeira fase do modernismo e que dá início ao surrealismo brasileiro. Combinado às plumas e paetês, a peça aparece com glamour e conectada às tendências atuais.

Bianca Bastos

Para completar o squad, o look de Bianca Bastos, diretora comercial da Open, chega para trazer mais brilho para à noite. A composição é formada por um conjunto dourado, que mescla diferentes tamanhos de paetês, usando de inspiração o quadro Operários de Tarsila. O look usa o paetê para falar sobre a importância das pessoas e sobre a necessidade de entender e valorizar o brilho de cada um.

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