FAMÍLIA e sua influência em nossos comportamentos na sociedade.

Por Mara Guerra

Este Texto tem como objetivo de trazer a realidade para os casais e a família de origem, de como estão se comunicando entre si, nada como compreendermos de onde obtemos nossas referencias familiares. Vamos entender um pouco sobre família e suas consequências em cada um de nós. Aumento da violência doméstica neste tempo de pandemia muito significativo e estatística avassaladora.  Vamos entender um pouco de família e suas influências.

  1. UMA BREVE COMPREENSÃO SOBRE FAMÍLIA

Quando refletimos sobre família, constatamos que é instituição social universalmente conhecida. Não há um conceito unânime que a defina de modo a alcançar as diferentes dimensões dessa organização. A família adquire significados diferentes, que dependem do contexto social, da época e do espaço em que é observada. Neste contexto, a concepção de família é fruto de modificações históricas. Historicamente a definição de família é baseada na linhagem, isto é, num sistema de parentesco, fundamentado em laços de sangue. Nabinger fala que a família é um complexo sistema de relações e interações entre seus membros e o meio em que se encontra. Sua dinâmica influencia cada indivíduo em seu próprio desenvolvimento e reflete a situação e época social. É o lugar do reconhecimento da diferença, do aprendizado de unir-se e separar-se, a sede das primeiras trocas afetivas emocionais e da construção da identidade. 

Diante desta observação, pode-se afirmar que a família exerce papel fundamental no processo de formação de seus membros, pois é dentro dela que se criam vínculos de deveres e relacionamentos. Não vamos conceituar tipos de famílias, porque seria um estudo minucioso. Vamos entender a base da família e como ela se relaciona. Ninguém pode sentir-se plenamente feliz se lhe faltar o complemento da referência familiar. Quando falamos de família subentende-se que é um grupo de pessoas que vivem juntas e em constante interação, com relacionamentos que implicam em consequências negativas e positivas que se revelam através destas inter-relações. Dentro do universo familiar existem muitas etapas a serem desenvolvidas. A família pode ser um ambiente de muita alegria ou de muita tristeza, com muitas crises. Alguém já disse que a crise nos leva a outros níveis de relacionamentos, que podem ser de muitas vitórias ou de muitas derrotas. Qualquer dos casos nos leva a muitas experiências. 

Sempre que exponho em palestras os assuntos relacionados à família, ensino aos casais como analisar nossas famílias de origem para em seguida avaliar a família que estamos construindo. Chamamos esta observação de genograma. Enquanto a árvore genealógica demonstra graus de parentesco, o genograma demonstra padrões de comportamento, atitudes e doenças físicas e psíquicas, etc. De forma simples, o genograma é uma descrição dos padrões de comportamento e relacionamentos da família de origem, que podem repetir-se na família atual. Você também poderá pesquisar na literatura especializada ou em sítios virtuais na internet e assim elaborar o seu próprio genograma e conhecer os padrões geracionais, funcionais ou disfuncionais de sua família de origem. Se você quer realmente conhecer estes padrões, faça esta pesquisa. A literatura tem muitos exemplos ricos em detalhes. Incentivo você a compartilhar comigo o resultado de sua pesquisa.  Entre em contato por e-mail. Poderei ajudá-lo a compreender melhor.

Cada família tem uma identidade única e possui características que a diferencia das demais. A família é mais que um mero conjunto de pessoas. É um sistema com características específicas. A família é constituída por um conjunto de subsistemas e cada indivíduo pertence a mais de um subsistema, tais como: gênero, grau de parentesco e relacionamentos que formam o subsistema matrimonial, o subsistema parental, o subsistema fraterno (jovens, idosos, homens, mulheres, etc.).

As interações que ocorrem entre os subsistemas, sejam no interior da família, sejam entre a família e o meio ambiente, dão-se, contudo, nos limites das fronteiras de cada subsistema. Considera-se que cada subsistema da família tem suas características especificas, as quais estão vinculadas aos valores de nossa sociedade e cultura. Desta forma podemos concluir que dentro do sistema familiar ocorrem padrões geracionais, comportamentos que se repetem de geração em geração.

1.1           PADRÕES GERACIONAIS: Herança Familiar e sua Influência nos seus membros. 

 

Conhecendo e avaliando o histórico de nossa própria família, encontramos a chave que abre o nosso entendimento para a exata compreensão dos nossos comportamentos. Compreendemos o nosso sistema familiar, bem como o papel que desempenhamos nele, desbloqueando emoções e comportamentos que antes tínhamos dificuldades de explicar. Sem o autoconhecimento, somos levados a sentimentos e atitudes de vitimização. Por esta razão precisamos entender a auto responsabilidade.

É na família que aprendemos a lidar com nossas emoções e a construir a nossa identidade e responsabilidades. Assim sendo, construímos nossa auto responsabilidade, que se define na capacidade racional e emocional de trazer para si toda a responsabilidade por tudo o que acontece em nossas vidas, por mais inexplicável que seja. Nesta perspectiva vamos refletir na forma como fomos criados, moldados e influenciados por nossa criação, resultando em comportamentos disfuncionais. Para isso vamos construir o Genograma. Assim, nesta fase da vida que estamos adultos, não culparemos mais aqueles que nos criaram, sejam pais genéticos ou adotivos, tios ou avós, ou aqueles que foram as figuras paternas e maternas para nós.  Assumiremos os nossos próprios comportamentos, desconsiderando as influências que recebemos no processo de criação. Assumiremos também a responsabilidade por aquilo em que nos tornamos, embora conscientes de que recebemos influencias daqueles que nos criaram. 

É simples assim. É uma tomada de consciência que nos fará entender e perdoar aqueles que nos feriram ou a quem nós ferimos. A avenida é de mão dupla. Não existem culpados. Existem sim consequências do que aconteceu, o que machucou e aquele que foi machucado.  Jesus o representante do cristianismo ensina a perdoar, setenta vezes sete em um só dia. (Mt. 18,32). 

Sabemos que o perdão é um processo, perdão é uma decisão. A mágoa e o rancor nos fazem escravos de sentimentos tóxicos. O perdão liberta e libera para a vida. Quando perdoamos estamos com o controle de nossa mente e ficamos curados. Jesus sabia disso, por isso Ele ensinou que o perdão deve ser uma prática diária.  Quase impossível de entender, mas é simples, é diário, é 70×7. Sabemos que as estatísticas neste tempo de pandemia estão aumentando as violências doméstica, abusos infantis, et. Muito importante denunciar, seja um agente de transformação desta violência. Deus abençoe a todos!

Mara Guerra- Psicologia Clínica, Life Coach. Pós-graduada em Sistêmica Familiar e Cognitiva Comportamental. 

Onde encontrar: 

Celular: (92) 984158221

E-mail.  [email protected]

Instagram: @maraguerra20

 

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