A atual pandemia do novo coronavírus nos colocou novas tarefas impensáveis até poucos meses atrás – e hoje fazer compras e abastecer nossos armários com alimentos e produtos tornou-se tarefa ainda mais árdua pela necessidade de higienizar cada embalagem e cada alimento. Eventualmente nos vemos diante do insólito gesto de limpar uma embalagem de detergente com outro detergente. Para nos ajudar em tal processo, a equipe do Centro de Pesquisa em Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) divulgou um comunicado e um vídeo sobre a relação entre os alimentos e a transmissão do novo coronavírus.
“Importante ressaltar que o vírus não é um ser vivo e, portanto, não é capaz de se multiplicar nos alimentos, como fazem as bactérias. Vírus precisam infectar células para se replicar. O alimento ou sua embalagem são apenas veículos, ou seja, podem ter a superfície contaminada caso tenham sido manipulados por alguém com a doença, assim como uma maçaneta de porta ou qualquer outro objeto. Basta higienizar que não há problema”, afirmou a professora Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco, uma das responsáveis pelo comunicado.
Como a transmissão do novo coronavírus acontece principalmente a partir de secreções e gotículas advindas do nariz e da boca de uma pessoa infectada, em contato e transferência para os olhos, nariz ou boca de outra pessoa, o comunicado detalhou as possibilidades no trato com alimentos em geral.
Como em qualquer situação, a higiene rigorosa das mãos é fundamental – e o mesmo vale para as superfícies da cozinha, como bancadas, pias e mesas, para os utensílios utilizados no preparo, eletrodomésticos e até para o chão, paredes e teto da cozinha. Alimentos crus, como vegetais folhosos, devem ter suas folhas externas ou danificadas removidas, e o restante separado uma a uma, para serem lavadas e mantidas em imersão por ao menos 15 minutos em uma solução com água sanitária – uma colher de sopa diluída em um litro de água. O mesmo vale para frutas, que serão consumidas com ou sem cascas.
O calor do cozimento ou da fritura é sim capaz de eliminar o vírus de um alimento eventualmente contaminado, mas é importante manter os cuidados para não contaminar novamente o prato depois de pronto. No caso de delivery eventual, vale recorrer a restaurantes de confiança, cujos entregadores estejam seguidos medidas de segurança, e sempre higienizar as embalagens, e preferencialmente pagar de modo remoto, por aplicativos. Ao fim de todo e qualquer processo, lavar as mãos por ao menos 20 segundos é regra irrestrita – parte irrefutável da nova etiqueta de nossas refeições.
Fonte: https://www.hypeness.com.br/