Após a abertura com a marca do estreante Pedro Andrade, as apresentações híbridas começam a todo vapor

Quem esteve em São Paulo desde o início do mês de novembro, sabe que as duas primeiras semanas forma de tempo fechado, chuva e frio. Mas, parece que São Pedro decidiu dar uma forcinha e a edição nº 52 São Paulo Fashion Week (SPFW) recebeu em seu primeiro dia de desfiles, a benção de um calor tropical e muito colorido. 

Se você é daqueles que pensam que apenas no inverno as pessoas se vestem melhor, deveria ter visitado o Pavilhão das Culturas Brasileiras, no parque do Ibirapuera, na quarta-feira, 17 de novembro. Todas as pessoas, mesmo as que não iriam figurar nas passarelas, exalavam elegância, criatividade e o formavam juntas uma atmosfera de diversidade cultural e alegria.

Toda essa aura muito em parte foi marcada por causa da volta dos desfiles presenciais, mas essa edição mostrou que o poder da indústria da moda brasileira é realmente uma força a se respeitar. Mais ainda, destacou a necessidade da economia criativa para grandes e pequenos empreendimentos do mundo fashion, mostrando que se deve investir em toda pluralidade. 

Projeto Cria Costura

Prova disso foi a abertura o com o projeto Cria Costura, que focou o olhar em mulheres periféricas e apresentou suas ideias para o mundo através das passarelas do SPFWN52. Esta edição contou com uma novidade: o evento phygital. O formato híbrido veio com tudo, até os apresentadores utilizaram avatares digitais nas plataformas online.

Marisa + Mama Di African Colab

A Marisa, já na sequência, trouxe muito mais que uma apresentação de grife: com um colab com a Mama di African, imprimiu a energia da cultura africana por meio de modelos belíssimas e roupas e deu um show com uma coleção cápsula, apresentada em um desfile virtual, exibido diretamente na plataforma do SPFW. 

Ronaldo Fraga

Continuando no âmbito do mundo digital, Ronaldo Fraga decidiu investir “em um pouquinho de Brasil iáiá”. O estilista visitou estampas de cortinas que a maioria dos brasileiros tem em casa e decidiu dar vida a essa estética nessa coleção. Algo muito único e, ao mesmo tempo, contemporâneo a todos nós, a partir das criações do designer mostrou o poder que o mercado nacional da moda possui.

À la Garçonne

À La Garçonne levou para as passarelas virtuais do SPFW, um rosto muito mais jovem e descolado, com bastante referência da cultura pop dos anos 70, especialmente focado no terror dessa época. Também intercalou com estampas mais clássicas e linhas simples.

Torinno

O segundo desfile presencial foi o da Torinno e Luis Fiod arrasou na passarela trazendo uma cara jovem, conforto e casualidade em roupas masculinas e femininas para todas as idades. A coleção começou com cores mais claras e, com o tempo, as cores foram ficando mais vivas e com tons muito mais fortes. Várias celebridades fizeram parte do desfile entre elas Pablo Morais, que já fez de Manaus sua segunda casa. “É muito especial porque é o retorno de um momento muito triste no mundo… então, estar num Fashion Week pós pandemia é muito simbólico, né? (…) e eu tou muito feliz”, declarou Morais.

Anacê 

Retornando ao universo virtual, a Anacê exibiu o filme “Uma Noite e Meia”. O tema era um pouco o reflexo do que acontecia no SPFW, uma mistura da alegria de estarmos próximos uns dos outros, do contato físico, mas ainda mantendo uma expectativa, um sonho de que as coisas precisam melhorar. Assim, as cores da coleção refletiram esse aspecto: muito vibrantes, com aposta no tricô, com uma silhueta mais sensual.

Mnisis

A Mnsis estreou investindo em sensações e em abstrações. A diretora criativa, Marina Costa fez, de acordo com ela, um “estudo sobre o tempo”. Partindo desse ponto, as produções esbanjaram elásticos, babados, misturas de cores intensas e outros aspectos nesse sentido, transformaram a apresentação “Bololô” numa experiência, além de tudo, sensorial.

SPFW N´GAME

Quem foi ao SPFW acreditando que seria uma edição tradicional, se surpreendeu positivamente com o terceiro desfile presencial. “Olha, realmente eu sabia que essa SPFW fosse ter esse clima todo de diversidade… Mas, com certeza tirar coisa do mundo dos games para as passarelas foi surreal”, relatou uma das convidadas, Amanda P. Souza. A referência dela, de inovação e tecnologia, se deu ao desfile ambicioso e inédito chamado SPFW N´GAME. 

Uma colaboração do SPFW com Free Fire. Isso! O jogo. O catwalk, a grife em forma de skin de jogo, a apresentação, as músicas, os telões mostrando cenas do game, todos esses elementos juntos fizeram o público vibrar do começo ao fim.

Aluf

A Aluf trouxe na plataforma digital um fashion film com uma coleção leve e super feminina para o SPFWN52. Toda a apresentação veio repleta de cores claras e estampas florais. A marca investiu em sofisticação e elegância, além de transbordar delicadeza.

Modern

A última apresentação digital, foi a da Modem. Tão sofisticada e elegante quanto possível, a marca investiu numa maior variedade de peças masculinas, com muita alfaiataria, linhas retas e modelagens amplas, com cintura bem marcada e sobreposições de materiais.

Lilly Sarti

Para fechar o primeiro dia incrível de desfiles, às 21h30, a Lilly Sarti fez o último desfile presencial em tom de comemoração. Completando 15 anos de vida, a grife também trouxe à passarela celebridades. A marca vestiu a atriz Mônica Martelli e a modelo Isabella Fiorentino, e também se inspirou em estampas baseadas em tons primitivos, pinturas rupestres e em elegância e sensualidade.