Artistas se assumem gays no mês do orgulho LGBTQIA+

Jovens galãs superam o medo da homofobia e de prejuízo à carreira ao revelar sua identidade sexual
 
Tudo gira em torno de um simples questionamento: assumir ou não assumir. Para um artista que vive da imagem pública e, portanto, da percepção e resposta do público, não é simples o ato de dizer em alto e bom som: “Eu sou gay”. Quem o faz se expõe ao julgamento alheio e ao preconceito. Por outro lado, se liberta do medo e do fingimento. Passa a viver conectado com sua verdade.

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+ (Lésbica, Gay, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexual/Arromântica/Agênero e mais).  Inspirados pela data, três artistas revelaram ser homossexuais. Um outing (saída do armário) que repercutiu na mídia, nas redes sociais e deve encorajar incontáveis pessoas a fazer o mesmo.
 

João Côrtes

Foto: Divulgação

Com a legenda em um post no instagram “É tempo de Coragem. É tempo de #Orgulho”, o artista postou um texto onde iniciava com a frase “Eu sabia que era gay quando tinha uns 14 anos”, contou João Côrtes. “Nunca soube o que fazer com aquilo. Então eu dobrei e guardei numa caixinha, embaixo do meu caos emocional.” Famoso como o ‘ruivo’ dos comerciais de telefonia celular, ele se destacou também como competidor e repórter do reality show musical Pop Star, da Globo.

 

 
 
 
 
 
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O ator de 25 anos afirma que a “vergonha” de se assumir o “bloqueou emocionalmente”. “Sou um homem branco, cis, de família de classe média alta liberal. Ser aceito nunca foi uma questão, mas isso jamais passou pela minha cabeça. E mesmo sendo privilegiado, eu travei”, desabafou.
 

Igor Cosso

Foto: Divulgação

Além de orgulhar-se de ser quem é, os artistas que contam ser gays enfrentam o medo de risco à carreira. “Espero que não falte trabalho”, confessou o ator e roteirista Igor Cosso. Em breve ele voltará a gravar o personagem Júnior da novela Salve-se Quem Puder, da Globo. O ator compartilhou uma foto comemorando o dia do orgulho LGBTQI+ no fim de semana. Após postar a foto de dois rapazes se beijando (e pedir “orgulho e respeito”), cerca de 4 mil pessoas deixaram de seguir o artista, que lamentou o ocorrido nas suas redes sociais. Ele também aproveitou para se assumir publicamente e mostrou aos fãs outro post, no qual aparece sorridente ao lado do namorado.

 

 
 
 
 
 
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Porém, depois do número que se foi da sua rede, outros tantos chegaram para apoiar o artista. Nesta segunda-feira, ele comemorou que ganhou 84 mil novos seguidores no lugar dos 4 mil que perdeu.
“Sabem aqueles 4 mil seguidores que perdi? Em 24h já chegaram 84 mil novos no lugar. E o MELHOR, 84 mil pessoas maneiras, que pensam parecido comigo sobre respeito e que encheram minhas redes de mensagens de amor. Sejam mto bem vindos! São vocês que eu sempre esperei!”, comemorou Igor no Twitter.

Em nova mensagem, “de: eu, para: eu”, Igor fez um exercício de linguagem, conversando com ele mesmo a respeito desse momento de libertação. “Igor, acorda cara! É verdade isso tudo! Esse tanto de gente nova te seguindo. Esse tanto de mensagem bonita. Olha só que renovação!”, escreveu o galã de 29 anos. “Olha só que evolução. Você sempre falou que tem que ter coragem pro mundo avançar. A gente sempre quis fazer a diferença.”

 

 
 
 
 
 
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Pablo Alborán

Foto: Divulgação

No dia 17 de junho, o cantor espanhol Pablo Alborán se inspirou no clima anti-homofobia em plena pandemia de covid-19 para se despir da falsa imagem de hétero. Alborán, 31 anos, é cantor de Dónde está el Amor, da trilha da novela Haja Coração, de 2016. “Estou aqui para contar que sou homossexual e tudo bem. A vida segue igual, mas acredito que vou ser um pouquinho mais feliz do que já era. Muita gente suspeitava, sabe ou não se importa”, disse em vídeo divulgado no Instagram.

No vídeo publicado por ele em suas redes sociais, o cantor inicia com um discurso ressaltando que o mundo está passando por diversos problemas e que ele sempre foi alguém em defesa da igualdade e contra diversos tipos de ódio e formas de expressão contra a liberdade, mencionando racismo, xenofobia, machismo e transfobia. Eis que então o astro revela que hoje está ali por uma luta pessoal e conta: “Sou homossexual e não vai mudar nada, a vida segue igual, mas estou um pouco mais feliz do que já era”.

 

 
 
 
 
 
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Apesar do crescimento intenso do conservadorismo no Brasil, e da defesa de pautas anti-LGBTs na política, se torna cada vez mais comum ver atores, cantores, apresentadores e modelos relatando a homossexualidade e unindo-se a grupos de combate à homofobia. Seja para apoiar o movimento LGBTQI+, lutar pela igualdade de direitos e combater o preconceito, como também para assumir os seus parceiros para o mundo, essas estrelas fortalecem a comunidade ao quebrarem tabus e promoverem a aceitação de todas as pessoas.

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