Franklin Neves dos Santos - Foto: Alexandre Stone.
Uma descoberta que salva vidas
Você sabe o que faz um anestesiologista? O especialista Franklin Neves dos Santos conta como, mais do que apenas aplicar uma injeção, seu trabalho começa antes da cirurgia e se estende até o pós-operatório.
Inventada em 1846 por um dentista americano que, pela primeira vez, usou éter para realizar uma cirurgia, a anestesia é uma das descobertas e invenções médicas que transformaram a vida de várias civilizações. Através da anestesia, seja ela aplicada de forma geral, regional ou local, foi possível realizar cirurgias mais complexas sem nenhum sofrimento.
De acordo com o médico anestesista Franklin Neves dos Santos, a anestesiologia é uma especialidade que cresce e muda a cada dia, assumindo uma importância cada vez maior entre as especialidades, ampliando sua função, período e áreas de atuação.
Franklin defende, ainda, que a sua profissão não se restringe apenas às salas de cirurgia: o trabalho começa antes e se estende até o pós-operatório. “A preparação para realização de uma cirurgia é muito importante e a consulta pré-anestésica contribui para o sucesso do procedimento, proporcionando dentre vários objetivos, redução da mortalidade, aumento da qualidade do ato anestésico-cirúrgico, redução do tempo de internação e do número de cancelamentos de cirurgias, permitindo o retorno do paciente às suas funções o mais breve possível”, explica o profissional.
Sem medo de anestesia
Com o objetivo de viabilizar a realização de procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos reduzindo ou eliminando a dor, consciência, mobilidade e respostas indesejadas do organismo durante o procedimento, a anestesia, em especial a geral, provoca certo medo em quem se submete à ela.
“Atualmente, a anestesia geral é bastante segura. Na maioria dos casos, quando há complicações, o motivo não é ela. As complicações são geralmente derivadas de doenças graves que o paciente já possuía ou por complicações da própria cirurgia”, ressalta Franklin dos Santos.
Segundo o especialista, certos pacientes também têm medo de não acordarem após a anestesia. O que é algo irracional, nas palavras dele. “Nesse cenário, evidencia-se a importância redobrada da conscientização do anestesiologista de que, além do ato tecnicamente preciso e adequado ao caso, sua habilidade e atitudes virtuosas perante cada paciente são essenciais para o desfecho exitoso do caso”, afirma o anestesiologista.
Além da técnica
Formado em medicina em 2013 e com oito anos de experiência na área, sendo seis como clínico e dois como anestesiologista, Franklin, que se especializou em anestesia cardiovascular e torácica, conta que para o sucesso do procedimento anestésico de uma cirurgia é preciso que o profissional vá além da técnica e da habilidade. Como ele mesmo
disse, é preciso ter atitudes virtuosas.
“O anestesiologista, como cidadão e médico, deve incorporar e exercitar princípios éticos e virtudes morais fundamentais indispensáveis à prática de sua profissão somados aos cuidados permanentes para uma prática anestésica humanizada, segura e mais valorizada”, destacou.
Futuro da anestesia
Diferentemente da maioria, Franklin revela que medicina não era um sonho de infância, mas que foi algo construído e avaliado frente às outras opções. E se no passado a vontade de ajudar o próximo foi fundamental nessa escolha, no futuro o mesmo fator prevalece.
“Quero que cada vez mais a anestesiologia avance de forma a proporcionar uma medicina de qualidade para nossos pacientes. Para isso, é necessário investir na formação de nossos profissionais da área da saúde, seja na graduação ou nos programas de residência médica. Investir em educação e saúde nunca é demais, e, em situações de crise, como de uma pandemia, vimos o quão somos necessários, e estávamos despreparados, seja por um sistema de saúde inoperante, seja por uma formação profissional deficiente”, concluiu o médico.
