Determinação, senso ético e de justiça, compromisso, etc. Poderíamos passar esta edição inteira enumerando adjetivos de qualidade para descrever a juíza Lídia de Abreu Carvalho Frota, uma profissional sem igual no judiciário do Amazonas.
A amazonense de nascimento, depois de passar sete anos exercendo com maestria a vaga de titular da 1ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute), ela assumiu a honrosa função de juíza Auxiliar junto à vice-presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), uma missão de muita responsabilidade, compatível com a mulher empoderada que ela sempre foi. Em sua agenda extremamente corrida, ela reservou um espacinho para dar uma entrevista exclusiva para a Em Visão. Confira esse bate-papo com uma das personalidades mais distintas da capital.
Você é titular de uma vara difícil, por assim dizer, como você lida com isso? Enfrentou preconceito por ser mulher?
Antes de ser convocada para exercer a honrosa função de juíza auxiliar junto à vice-presidência, aos auspícios do desembargador Wellington José de Araújo, desempenhei durante sete anos a magistratura na 1ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute) da Comarca de Manaus, vara tão temida por todos, uma vez que julga traficantes. Foi desafiador, mas é preciso trilhar com fé, força e coragem. Ter uma equipe de servidores compromissados e motivados é o diferencial para o bom desempenho jurisdicional. Antigamente a área jurídica era somente para homens, mas nos dias modernos esse modelo vem sendo superado, as mulheres no trabalho, são incansáveis e por mérito têm o reconhecimento.
Conte um pouco da sua carreira e história de vida pessoal.
Sou natural de Manaus, filha de Illydio Barbosa Vieira de Carvalho e de Lizete de Abreu Carvalho, já falecida. São eles a inspiração de meu viver. Tenho seis irmãos, Socorro, Ilyzete, Liege, João Luiz, Illidio Junior e Rogério. A vida me agraciou com meu amado filho Geraldo Ordozgoith da Frota Filho, que também é filho de Geraldo Ordozgoith da Frota, pai sempre presente, dedicado, conselheiro e amoroso. Mas, tão jovem tive que estudar nas Faculdades Integradas Cândido Mendes (Ipanema), na cidade do Rio de Janeiro, retornei à Manaus e me submeti ao certame para cargo de Juiz de Direito, obtendo êxito e assumi as Comarcas de Santa Isabel do Rio Negro e de Iranduba. Retornando a capital, assumi Vecute e cumpri o mister jurisdicional, com efetividade, organizando e diminuindo o acervo de processos daquele juízo.
Como juíza, em que pontos você é inflexível?
Paira sobre o magistrado a mais árdua missão de aplicar o direito ao caso concreto com justiça. Deve sempre estar balizado no compromisso ético, que se traduz no aprimoramento da prestação do serviço jurisdicional (distribuição da justiça).
Com uma rotina agitada como a sua, como concilia trabalho e família?
Não é fácil administrar o compromisso assumido com a justiça e o jurisdicionado que exige muita abnegação à carreira abraçada com os de natureza familiar também importante. A labuta diária, intensa e firme exerço com extremada paixão ao ofício, minha vida é conduzida por duas paixões: a magistratura e minha família.
Procuro com organização a medida certa, mas inúmeras vezes deixo de partilhar do convívio familiar por conta do trabalho, o que faz parte da honrosa carreira que abracei com abnegação e compromisso.
Quais são suas metas para os próximos anos?
O ser humano precisa lapidar-se, principalmente exercendo a magistratura que deve estar concorde com as mudanças na sociedade. Dentre meus planos está o aperfeiçoamento jurídico com cursos de pós-graduação (conclusão de mestrado e doutorado), considerando que, possuo especialização em Direito Processual Civil, pela UFAM, Penal e Processo Penal pelo CERS, sou mestranda em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Fortaleza – UNIFOR, ampliando os saberes.
Que conselho daria para quem busca uma carreira como a sua?
A busca pelos sonhos deve ser incessante. Tudo exige organização, disciplina, abnegação e dedicação. Trilhar caminhos e alcançar sonhos, remete a um esforço pessoal que pode ser experimentado com persistência, jamais desista. Abraçar a carreira de Juiz de Direito, exige renúncia e determinação, só assim é possível alcançar o nível de excelência e qualidade.