Por Rebecca Mubarac.

 

A Síndrome Cardiorrenal foi inicialmente percebida e minimamente descrita em 1836 por Robert Bright, médico inglês cujas análises da época identificavam a intensa relação entre rins e coração.

O conceito de Síndrome cardiorrenal foi desenvolvido pela Acute Dialysis Quality Initiative (ADQI) em 2008 e define a doença como um distúrbio do coração e rins em que a disfunção de um órgão leva à disfunção do outro. Esse acometimento pode ser desde fenômenos agudos como infarto agudo do miocárdio ou lesão aguda com falência renal, a doenças crônicas como a insuficiência cardíaca crônica e a doença renal crônica. Havendo assim, um ciclo concomitante de desgaste e sobrecarga entre os órgãos.

Sabemos que a doença renal crônica acomete 1 pessoa a cada 10 no mundo, enquanto a insuficiência cardíaca pode chegar a 26 milhões de doentes, dados alarmantes e impactantes.

Exames simples como os de sangue com dosagem de creatinina, uréia e exame de urina de 24h podem mostrar a doença renal, outros como Eletrocardiograma e Ecocardiograma podem definir a doença cardíaca. Condutas simples que devem ser feitas por todos pelo menos uma vez ao ano. As visitas ao Cardiologista e Nefrologista também devem acontecer uma vez ao ano e, a partir dos resultados, programar o acompnhamento.

A grande chave para a interrupção deste ciclo é o cuidado contínuo e preventivo das doenças crônicas. No caso de doenças agudas, como infecções, são criados

programas de controle de transmissão de doenças para, assim, evitar a proliferação e as internações por doentes graves e com falências de órgãos.

*Rebecca Mubarac é nefrologista, com o CRM-Am 6534.