A médica geriatra Dra. Karoline Rodrigues abre um espaço à sua vida profissional, e destaca sobre a importância da geriatria para a saúde dos idosos, principalmente os com deficiência.

 

Formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Dra. Karoline Rodrigues, expert em geriatria, possui uma carreira brilhante no currículo, sem contar que fundou o Instituto Senescer,em parceria com a Dra.Talisia Vianez (neurologista). O Instituto é considerada a primeira clínica do Amazonas com atendimento multidisciplinar voltado principalmente ao idoso, mas também a todo adulto jovem que quer envelhecer com saúde e dignidade.

Trabalhou durante 1 ano no saúde da família em Itacoatiara. Fez residência médica em clínica, no Hospital Adriano Jorge e residência médica em geriatria, no qual já é sua especialização, no Hospital do Servidor Público estadual de São Paulo. Atuou por 2 anos como geriatra no hospital Santa Júlia, com a acolhida da Dra.Elza Gonçalves, montou o seu primeiro serviço de cuidados paliativos em hospital particular, mas depois saiu e ingressou no Hospital Universitário Getúlio Vargas, como professora universitária na faculdade de medicina, onde atua até hoje.

“Na UFAM, sou coordenadora docente da Liga acadêmica de geriatria e gerontologia do Amazonas e da liga acadêmica de cuidados paliativos do Amazonas” Declara a médica.
A geriatria vem sendo um diferencial para as pessoas que desejam envelhecer cuidando de sua saúde. E a Dra. Karoline ressalta a importância desse meio para o público mais velho ou até mesmo adulto-jovem.

E de onde vem seu amor pelo mundo da geriatria?

Amo a geriatria. Sempre gostei de cuidar do paciente como um todo, com o olhar global e não-segmentado. É muito gratificante poder ajudar ao idoso e sua família conseguir ter uma vida mais leve independente das doenças que possam vir.

O que a geriatria trata?

O médico geriatra cuida das principais doenças que acometem com o envelhecimento, da pressão alta e diabetes, a doença de Alzheimer, enfisema, entre outras. Mas o grande diferencial é poder com um olhar amplo gerenciar as doenças, mudanças do envelhecimento para manter a pessoa ativa e independente.

Qual a idade ideal para consultar um geriatra?

A partir dos 50 anos é aconselhável já procurar o geriatra ao menos uma vez ao ano. Mas aquelas pessoas que tenham mais de uma doença crônica devem acompanhar o geriatra independente da idade. Ainda existe preconceito com o geriatra, pois acham que é médico apenas para idosos muito doentes ou com incapacidades

Karoline Rodrigues
Karoline Rodrigues – Foto: Alexandre Stone.

E o termo “melhor idade”, o que a senhora diz a respeito?

Complexo. Não dá para afirmar que será a melhor idade para todos. Realmente o envelhecimento traz perdas, tem alterações naturais que diminuem seu ritmo. Mas, sabemos que quanto mais cedo nos precavermos, mais essa frase pode ser verdadeira para uma pessoa.

Muitos idosos com deficiência intelectual têm dificuldade de se expressar. Como cuidadores e familiares podem identificar possíveis sintomas?

Os primeiros sinais de alerta para uma possível doença que afeta a capacidade cognitiva, como a memória, é a dificuldade de realizar tarefas que antes realizava com segurança, por não saber.

De modo geral, qual sua dica para idosos com deficiência em tempos de COVID-19?

Em tempos de covid-19, onde estamos com restrição para socializarmos e dificuldades para a realização atividades físicas, eu aconselho aproveitar esse tempo para aprender novas atividades, por documentários ou em canais de professores de educação física no YouTube, manter contato com a família por vídeo conferência ou presencial com muito cuidado. Discuta com sua família, mas respeite a autonomia do idoso também.

Qual a relação entre uma dor crônica e distúrbios mentais (ansiedade e depressão) nos idosos?

Tem muita relação. A dor crônica é um grande fator de risco para depressão e ansiedade, tanto por limitar as atividades da pessoa, e o idoso se ver mais dependente e isso o deixa triste e desestimulado. Por isso o tratamento de dor crônica é complexo e interdisciplinar, com acompanhamento com médico, psicólogo, nutricionista, educador físico ou fisioterapeuta e em casos o terapeuta ocupacional também.