BORDAS DO CORPO INVESTIGA A RELAÇÃO ENTRE ARTE, CORPO E CRISE CLIMÁTICA NO ESPAÇO DAS ARTES DA USP

Exposição com curadoria de Sonia Guggisberg reúne videoarte, fotografia e paisagens sonoras para refletir sobre a fragilidade humana diante das mudanças ambientais

A exposição Bordas do Corpo, em cartaz no Espaço das Artes (EdA) — antiga sede do Museu de Arte Contemporânea da USP — convida o público a uma imersão sensível e crítica sobre o desequilíbrio entre humanidade e meio ambiente. Com curadoria da artista e pesquisadora Sonia Guggisberg, a mostra é resultado de um projeto desenvolvido em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da ECA/USP, sob supervisão pós-doutoral de Gilbertto Prado.

O projeto foi selecionado por meio de edital lançado pelo PPGAV em setembro de 2024, que incentiva propostas curatoriais de estudantes de pós-graduação e pesquisadores vinculados à instituição.

Obras que se transformam com a natureza

Com trabalhos em videoarte, fotografia e paisagens sonoras, Bordas do Corpo apresenta intervenções performáticas que utilizam o corpo como ponto de partida para refletir sobre a crise contemporânea. As obras dialogam com o espaço natural, transformando-se em contato com a paisagem e propondo novas formas de escuta, resistência e reinvenção diante das urgências do presente.

“A exposição propõe repensar o rompimento do equilíbrio entre seres humanos e o planeta. É um convite a olhar para a arte como agente de transformação, capaz de plantar pensamentos vivos em uma sociedade marcada pela incerteza”, explica Sonia Guggisberg.

Arte como ferramenta de escuta e reinvenção

Ao reunir artistas que abordam a vulnerabilidade ecológica e social, a exposição aposta em uma abordagem estético-documental, com arquivos, registros e metáforas construídas a partir de ações artísticas. O objetivo é ampliar a compreensão sobre a fragilidade humana em tempos de colapso ambiental e social, fortalecendo o papel da arte como canal de reflexão coletiva.

Apoio e parcerias

A exposição conta com apoio institucional do Instituto Juruá, do projeto Arte & Escola na Floresta (realizado pelo Instituto Tera Kuno no CTA – Centro de Treinamento Agroflorestal) e do MUSA – Museu da Amazônia.

Artistas participantes e obras em destaque
Eliberto Barroncas – Circularidades: 12 objetos sonoros que recriam paisagens acústicas da floresta amazônica com instrumentos interativos.

Yara Costa – Filha da Terra: registros da performance no manifesto SOS Cachoeiras do Tarumã, abordando o corpo como território ancestral.

Odacy Oliveira – Embrenhamento Criativo: fotografias e a performance UNA, que será apresentada na abertura da mostra, com sonoridades de Ritamaria e Lea Arafah.

Lucas Abner – Apnéia: registros fotográficos da performance 100 Ondas, que investiga luto, fluidez e transformação.

Sonia Guggisberg – Corpo Invisível e Casulos de Plástico: obras que exploram a fusão entre corpo, resíduos e paisagem, incluindo registros de ações no projeto Arte & Escola na Floresta.

Sobre os artistas
A exposição traz artistas de múltiplas formações e territórios, incluindo nomes ligados à pesquisa acadêmica e práticas tradicionais na Amazônia. Todos compartilham o compromisso com a criação engajada e sensorial, promovendo conexões entre arte, política, ecologia e ancestralidade.

Agradecimentos especiais a Jorge Pimentel Ramos e Isadora Totaro.

Odacy Oliveira
Performance Embrenhamento Criativo, 2025.
ARVORE: FALÇA SERINGUEIRA
FOTO: Jorge Pimentel

Serviço
Exposição: Bordas do Corpo
Local: Espaço das Artes (EdA) – Antiga sede do MAC USP
Curadoria: Sonia Guggisberg
Período: 02 à 21 de Julho
Entrada: Gratuita
Classificação indicativa: Livre