Por Prof. Dr. Renato O. Martins
CRM 5935 / RQE: 3562 e 3582
Segundo a OMS, estima-se que 5% (466 milhões) da população mundial sofre com problemas auditivos incapacitantes, sendo que 34 milhões são crianças. Além disso, até 2050, 01 em cada 10 pessoas (900 milhões de pessoas) desenvolverão surdez.
Você sabia que muitas pessoas tem dificuldade em ouvir certos sons e palavras, mas não percebem? Ou seja, acabam achando normal conviver com uma perda auditiva. Como a perda auditiva é lenta, em muitos casos ela é facilmente ignorada. Em geral, são as outras pessoas que percebem quando estamos com a perda da audição.
Dentre os principais causadores da perda de audição no mundo temos o envelhecimento da população, a persistência de infecções no ouvido, o uso de remédios ototóxicos e a exposição a sons fortes/altos. Todas estas causas são prevenidas, mas são necessárias ações de conscientização para alertar a população.
As medidas de prevenção ocorrem por meio de políticas de saúde pública que possam garantir o acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento. “A tecnologia e a medicina conseguiram avanços incríveis no campo da audição, porém isto não será significativo se continuarmos falhando na capacidade de identificar e diagnosticar a surdez em uma criança ou um adulto”, explica o Prof Dr. Renato Martins.
A perda de audição afeta as pessoas de várias maneiras e tem um grande impacto nas habilidades comunicativas, nas suas capacidades sociais, de aprendizagem e de trabalho. Esse impacto negativo contribui mais ainda para o isolamento social e aumenta as chances de depressão.
No começo do século 21, a OMS estabeleceu recomendações em relação ao ruído ocupacional do trabalho e das comunidades (barulhos de carro, construção civil e ferrovia). Hoje em dia, a maior preocupação está na audição recreativa, como o uso de sons altos em fones de ouvido. Esse comportamento tem preocupado organizações internacionais, que recomendam novos padrões para o uso e a fabricação de dispositivos de áudio. “Recomenda-se que em um
local com som alto, onde não temos como precisar o impacto sonoro, a pessoa fique longe da fonte sonora e, se o som for muito alto, que ela saia do ambiente a cada duas horas por 15 minutos”, orienta Dr. Renato Martins.
A OMS, juntamente com a União Internacional de Telecomunicações, fizeram recomendações para os fabricantes de dispositivos a fim de que os aparelhos incluam funções de alerta, uma maior regulagem dos volumes e dispositivos para abafamento do som externo. A ideia é que exista a função ‘permissão de som’, com a presença de um software capaz de rastrear o nível e a duração da exposição do usuário. Outra recomendação importante é o controle dos pais sobre o volume dos sons que os filhos escutam. “Essa tentativa da OMS dependerá do interesse das empresas e dos produtores de dispositivos. Porém as pessoas precisam saber que a perda da audição e as dificuldades de compreensão adquiridas, não tem volta”, afirma o otorrino.
Algumas medidas podem ser adotadas para cuidar melhor dos nossos ouvidos, tais como o uso de protetores auriculares ao trabalhar em ambientes ruidosos, controle adequado do volume de dispositivos eletrônicos quando usados com fones de ouvidos, uso de tampões auriculares para atividades aquáticas, prestar atenção à audição quando alguns sinais se manifestarem (zumbido, sensação de ouvido cheio ou abafado, dor de ouvido, tonturas e dificuldade em entender as palavras em ambientes ruidosos). O impacto do volume alto pode causar ainda outros danos, como os fonoaudiológicos e comportamentais. Portanto, a sociedade deve se conscientizar contra o uso do volume alto, de longa duração e alta frequência, além de procurar um especialista para uma avaliação auditiva uma vez ao ano. Ouvir bem é viver bem!
Prof. Dr. Renato O. Martins
CRM 5935 / RQE: 3562 e 3582
Otorrinolaringologista – UNESP e Médico de Sono – USP
Professor em Otorrinolaringologia da UFAM
Coordenador do PRM em Otorrinolaringologia do HUGV-UFAM
Responsável técnico do serviço de Otorrinolaringologia do HUGV-UFAM
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