OS PRIMEIROS CUIDADOS

Saiba as principais informações sobre o urologista pediátrico e esclareça todas as dúvidas sobre a fimose.

Você sabe quando levar o seu filho ao urologista? Sabe exatamente como esse profissional pode ajudar? Muitas vezes ignorada, a saúde masculina precisa de atenção desde a infância, como esclarece o médico Petrus Oliva (CRM AM 3743) – doutor em urologia pediátrica pela Escola Paulista de Medicina, na Universidade Federal de São Paulo e especialista em cirurgia geral, cirurgia do aparelho digestivo e urologia pelo Hospital Getúlio Vargas – que discorre nesta edição sobre essa área tão importante da medicina.

Qual a área de atuação do Uropediatra?

O Urologista Pediátrico, ou Uropediatra, como sendo um especialista infantil, atua na criança considerando as particularidades e as características tão específicas do universo infanto-juvenil. Abrangendo desde as possíveis alterações e doenças que podem infligir o aparelho genital e urinário da criança, antes mesmo do nascimento, até as transformações e anseios relativos à adolescência destes pacientes.

Quais são as doenças urológicas que mais acometem as crianças? 

É preciso considerar que muitas doenças de adultos, podem se iniciar na infância. De maneira que, o acompanhamento e a prevenção, enquanto criança, pode evitar ou minimizar seus efeitos na vida adulta. Mas, em termos gerais, as doenças que já nascem com a criança, como má formação do aparelho gênito urinário, são as mais frequentes que tratamos.

Como os pais podem diferenciar uma cólica rotineira de uma cólica renal?

Às vezes, essa diferença é muito pequena. Nas crianças mais novas, que ainda não conseguem nos informar adequadamente o que estão sentindo, isso pode ser muito difícil. De forma geral, as cólicas intestinais vêm associadas a outros sintomas do aparelho digestivo, como náuseas, vômitos e diarreia. Na cólica renal, essa associação é bem menor.

Além do nefrologista infantil, qual outra especialidade caminha de mãos dadas com o Uropediatra? 

Muitas doenças da criança, que podem afetar o desenvolvimento e também possibilitar a formação de cálculos, são de causa metabólica. Portanto, o Endocrinologista Pediátrico também trabalha em conjunto conosco no acompanhamento e tratamento dessas crianças.

O que é Fimose?

Trata-se da uma associação de condições anatômicas em estado alterado, dificultando a retração completa da pele que recobre a pontinha do pênis da criança. Impedindo assim a correta higiene e levando a fatores de risco para infecções e inflamações nesta criança. A fimose pode se apresentar de várias maneiras, mas geralmente tem o excesso dessa pele, chamada de prepúcio, como a principal alteração. E a necessidade de tratar com a cirurgia vai acontecer em cerca de um em cada cinco meninos afetados.

Qual a idade ideal para se operar de Fimose?

Quando existe a necessidade de operar, essa cirurgia pode ser realizada em qualquer idade, mas, por várias razões, a idade ideal seria próxima de um ano de vida. Quando a recuperação e a cicatrização acontecem de forma mais rápida e eficiente. Além de, nesse período, o pós operatório ser mais confortável e simples, tanto para a criança quanto para os pais. Vale ressaltar que, em alguns casos, essa alteração é discreta ao nascimento, mas pode ir se agravando à medida que a criança cresce, tornando mais tardia a indicação e a necessidade de tratamento.

Então “exercícios ou massagens” para ajudar a “abrir” o anel da pele (prepúcio) não são recomendados?

Esse tipo de manipulação não é recomendada. Existe a possibilidade de tratar clinicamente a fimose, com resultados que, na maioria das vezes, são eficientes e capazes de resolver o problema sem a necessidade de cirurgia. Mas esse tratamento clínico deve ocorrer sob a correta orientação e acompanhamento do pediatra ou do urologista pediátrico.

Como os pais podem preparar seu filho para a cirurgia?

Uma vez que exista a necessidade e a indicação da cirurgia, iniciamos o que prefiro chamar de “processo cirúrgico”, onde todos os envolvidos vão precisar se preparar para o procedimento. Ou seja, tanto a criança quanto a família da mesma precisam ter a tranquilidade e a perfeita consciência da importância desse tratamento. É preciso que haja o entendimento de que a cirurgia é para o bem maior da criança e, na maioria das vezes, é um ponto de recomeço na vida dela. A partir do resultado, teremos um futuro com uma preocupação a menos para esse paciente e sua família. O adequado esclarecimento e a confiança dos pais em nosso trabalho são incessantemente buscados por nossa equipe e são fundamentais para atingirmos esses objetivos.

 

E a anestesia, é local ou geral?

Essa escolha vai depender principalmente da idade. Na quase totalidade dos casos, e para quase todos os tipos de cirurgia, não somente da fimose, abaixo de nove anos de idade, a anestesia mais segura para a criança é a geral. Rotineiramente, meus pacientes passam por uma consulta pré-anestésica, onde o anestesiologista da nossa equipe vai avaliar e conhecer a criança e sua família, antes da cirurgia. Esclarecendo detalhes sobre o procedimento anestésico, eliminando dúvidas e, principalmente, criando e fortalecendo os laços de empatia, segurança e confiança que queremos entre os pais, a criança e a equipe médica.

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