Kristen Stewart como Diana: desafio da atriz americana é o sotaque britânico (Crédito: Divulgação)

O mito da princesa

O início da produção de “Spencer”, novo filme sobre a vida de Diana com Kristen Stewart no papel principal, mostra que o amor de seus súditos segue inabalado 24 anos após sua morte

 

Diana Frances Spencer pode ter morrido em um acidente automobilístico em 31 de agosto de 1997, mas a princesa Diana continua viva. A tragédia que causou sua morte em Paris deu origem a um dos maiores mitos da história da realeza e a transformou em uma personagem “maior que a vida” – larger than life, como dizem os ingleses. Apesar de ela nunca ter reinado, o povo britânico a batizou de “rainha do povo” e a acolheu em seus corações. Desde então, a vida de Diana tem inspirado obras que vão de biografias a séries de TV, passando por quadros e canções pop.

A história ganha mais um capítulo com a divulgação das primeiras imagens de “Spencer”, produção que vai trazer a americana Kristen Stewart, de 30 anos, no papel da princesa. A semelhança incrível entre as duas causou espanto nos fãs acostumados a ver a atriz convivendo com os vampiros da saga “Crepúsculo”. O novo filme, que só chega aos cinemas no final do ano, é dirigido por Pablo Larraín. Ironicamente, o maior sucesso do cineasta chileno é também uma cinebiografia sobre outra grande personagem feminina que não teve final feliz: “Jackie”, de 2016, foi inspirado na vida de Jaqueline Kennedy Onassis, viúva do presidente John Kennedy, morto a tiros em Dallas, nos EUA, em 1963. Assim como ocorre com Diana, o papel da ex-primeira-dama não ficou com uma atriz nascida no país de origem da homenageada: a “Jackie” do filme, Natalie Portman, é israelense.

 

O novo filme aborda o período do Natal de 1992, quando Diana decidiu se separar de Charles (Crédito:Divulgação)

 

O roteiro de “Spencer”, escrito pelo britânico Steven Knight (de “Peaky Blinders”) é baseado em três dias na vida de Diana durante as comemorações do Natal de 1992, quando ela tomou a decisão de se separar do príncipe Charles – o divórcio só foi oficializado em 1996.

A história se desenvolve na propriedade de Sandringham Estate, ao norte de Londres, onde a família real costuma passar o fim de ano. Larraín afirmou que, mais que abordar o amor ou a desilusão, seu filme será sobre identidade: “O ponto de partida é mostrar o processo em que ela decide que não quer continuar a pagar o preço para se tornar rainha. Apesar do amor indiscutível que sempre demonstrou pelos filhos, Diana queria voltar a ser quem ela era antes de se casar com Charles.”

Em entrevista à imprensa americana, Kristen Stewart disse que não se sentia empolgada com um papel há muito tempo. A atriz, no entanto, tem noção dos desafios que virão pela frente – além da aprovação dos súditos reais, ela estuda para aprender a simular o sotaque britânico da princesa. “Reproduzir sua maneira de falar é um fator de intimidação porque as pessoas conhecem sua voz e a marcaram como uma característica distinta e única. Por isso estou trabalhando com um coach vocal”, diz a atriz. Ela também intensificou a pesquisa para compreender as motivações pessoais que levaram a princesa a tomar uma decisão tão difícil. Sua separação não foi a primeira na realeza, mas certamente foi a mais midiática: o povo ficou ao seu lado e a própria rainha Elizabeth II perdeu popularidade – ela deveria ter aprendido com o episódio da irmã mais nova. Margaret foi a protagonista do primeiro divórcio da família real, ao se separar de Antony Armstrong-Jones, em 1978. “A vida de Diana é uma das histórias mais tristes de todos os tempos e não quero apenas interpretá-la, mas conhecê-la intimamente”, diz Kristen.

O sucesso da série “The Crown”, favorita ao Globo de Ouro desse ano, com seis indicações, mostra como o interesse por Diana segue em alta. A quarta temporada colocou holofotes na conflituosa relação entre a princesa e a família, agravada pela insistência de Charles em manter uma relação extra-conjugal com Camila Parker-Bowles, atualmente sua mulher. A quinta temporada, que inicia produção em junho, e a sexta, a última, mostrarão o período mais problemático do casal: os anos 1990. No lugar de Emma Corrin, que interpretou a jovem princesa nos anos 1980 e acaba de ser indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz, entra a australiana Elizabeth Debicki, conhecida por produções de época como “The Tudors” e “Downton Abbey”. A atriz declarou que será “um privilégio interpretá-la porque seu espírito, palavras e ações vivem nos corações de milhões de pessoas”. A Netflix não informou a razão, mas anunciou uma troca inclusive no papel principal: a atriz Imelda Staunton substituirá Olivia Coleman. Assim como na realeza, a vida no mundo dos mortais também é bastante suscetível a mudanças.

 

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