O começo de uma nova era

Que os relacionamentos interpessoais e as relações de trabalho virtuais chegaram desde o início do século XXI para ficar disso não se tem dúvidas, porém vivenciar a realidade virtual de modo contínuo e acelerado (para não mencionar obrigatório) ainda não fazia integralmente parte de nossa rotina até chegar esta tão temida pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), ou Sars-Cov-2 (Coronavírus relacionado à Síndrome respiratória aguda grave).

 

Digo isto no sentido de que mesmo com inúmeras ferramentas disponíveis ao nosso alcance de forma rápida e portátil (os smartphones são provas vivas disso), muitos serviços e produtos não era habitualmente consumidos de forma alguma virtualmente, e a consulta médica é um dos que se encaixam nesse exemplo.

 

Claro que a Telemedicina já existia, inclusive muito bem representada por pólos universitários ao longo do país, seja para prestar assistência às comunidades interioranas, (prestados pela UFAM e UEA, no caso do nosso Amazonas) que carecem de especialistas, seja para promover fóruns de debates de diversos assuntos. Contudo, não era uma prática reconhecida e homologada para consultas habituais de várias especialidades – até a pandemia chegar.

 

A demanda crescente por atendimento de suspeitos acometidos pela nova doença começava a lotar prontos-socorros e serviços de urgência e emergência, o que deixava a demanda por quaisquer outras situações em segundo plano (e até mesmo sem conseguirem ser atendidas). Assim, no dia 26 de março de 2020 foi elaborado o projeto de lei PL no 696 na Câmara dos Deputados, que no dia seguinte seguiu para aprovação pelo Senado e culminou com a progressão à lei no dia 15 de abril de 2020, sob número 13.989/20, que autoriza teleconsultas durante a atual pandemia.

 

Desde então, nós, médicos, temos a permissão de realizar atendimentos virtuais através de plataformas digitais de pacientes que possuem queixas que não são necessariamente relacionadas à pandemia, e cujo atendimento não pode aguardar o fim de uma pandemia para ser resolvido.

 

A realidade se transformou, e a demanda também: as teleconsultas nos aproximaram em tempos de isolamento e distanciamento social. Conseguimos estar presentes, mesmo fisicamente distantes, de forma permanente e eficaz. Claro que nem tudo pode ser realizado integralmente à distância (procedimentos cirúrgicos e estéticos, por exemplo), mas para tempos como os nossos, é uma ferramenta poderosa. Agora sim, de fato, iniciamos a era da realidade virtual – mesmo que impulsionados por uma pandemia poderosa como a que ainda estamos vivenciando!

Por: Dra @suzimaron

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