Nova coleção da Balmain trata de empatia, força, fragilidade e luta

Nova coleção da Balmain trata de empatia, força, fragilidade e luta - Foto: divulgação.

Nova coleção da Balmain trata de empatia, força, fragilidade e luta

Peças chegam ao Shopping Cidade Jardim, Shops Jardins e CJ Fashion em agosto.

Na noite da última quarta, 2 de março, em Paris, Olivier Rousteing apresentou sua mais nova coleção para a Balmain. A inspiração? Experiências pessoais, de empatia e força, luta e vulnerabilidade, decorrentes de um acidente sofrido por ele no ano passado.

Na passarela essas histórias se materializam em roupas que conjugam muitas cores claras, materiais delicados e construções estruturadas, que evocam escudos e roupas de proteção, reforçando alguns dos códigos da Maison, como os ombros marcados e o trabalho com tapeçarias.

A coleção outono inverno 2022-23 da Balmain chega ao Brasil em agosto, com exclusividade nas boutiques da marca no Shopping Cidade Jardim e no Shops Jardins, ambos em São Paulo, e também no e-commerce CJ Fashion, com entrega para todo o País.

Confira abaixo a carta em que Olivier Rousteing conta mais sobre a coleção.

“Paris, 2 de março de 2022

Eu gostaria muito que a mensagem por trás dos designs da coleção de outono 2022 da Balmain não tivesse se tornado tão relevante e oportuna.
Nossas coleções masculinas e femininas — centralizam a necessidade de conhecimento, honestidade e transparência para combater mentiras, ódio e agressão — podem parecer inspiradas pelas manchetes ansiosas da semana passada. Mas, é claro que uma reação tão rápida, não teria sido possível. Eu e minha equipe estamos desenvolvendo esses designs há meses e nossa passarela estava quase 100% concluída antes que os inacreditáveis cenários e imagens começassem a dominar os noticiários e pesadelos.

No final do ano passado, quando comecei esboçar a coleção, minha inspiração foi pessoal: minhas experiências e respostas nem sempre agradáveis nas redes sociais. Como tantos outros, eu inicialmente — ingenuamente — acreditei que a inovação digital acabaria sendo uma força para mudanças positivas. Eu estava convencido de que um formato de comunicação imediato e direto possibilitaria novas formas de compartilhar visões criativas, ao mesmo tempo em que permitiria a todos uma entrada nas passarelas e nos showrooms mais restritos da moda. E sim, os avanços tecnológicos geraram desenvolvimentos positivos na moda, mas, agora já nos familiarizamos demais com as desvantagens de nossas novas vidas digitais.

Grande parte da minha recente obsessão doentia em esconder quaisquer sinais de mudanças e cicatrizes enquanto me curava das queimaduras que sofri no ano passado, pode ser diretamente relacionada aos medos que eu tinha de me expor ao poder venenoso de julgamentos anônimos. Mas, no final das contas, essa experiência me ajudou a perceber que a única resposta possível seria enfrentá-los de frente, com honestidade e clareza, extraindo coragem através do apoio e amor de outros. Esse foi um momento decisivo para mim, uma mudança radical de comportamento que só posso descrever como sendo verdadeiramente libertador.

Essa experiência explica porque cores claras — branco, creme, tons pastel e jeans — são tão predominantes na passarela de hoje. No universo Balmain, esses não são os tons de doçura e vulnerabilidade — eles nos remetem à verdade e à transparência. Esse surpreendente poder libertador também explica as combinações improváveis de renda e outros tecidos leves e frágeis. As silhuetas da coleção lembram a segurança, através de escudos e coletes de proteção. Essas combinações únicas, com toques leves e delicados misturados com símbolos de segurança e força — refletem as lições aprendidas recentemente: não precisamos nos tornar indefesos se pudermos contar com honestidade, empatia coletiva e esperança.

No final, Saint-Exupéry acertou (Saint-Exupéry sempre acerta!) quando escreveu “É muito mais difícil julgar a si mesmo do que julgar os outros. Se você conseguir se julgar corretamente, então você é realmente uma pessoa sábia.”

Finalmente, enquanto nossa passarela não foi projetada como uma resposta direta à recente e horrível invasão de nossos vizinhos e eu nunca ousaria pensar em comparar o sofrimento que eles estão passando agora aos problemas que tive com as mídias sociais, ainda assim, enquanto assistimos às notícias, eu e minha equipe temos em mente a mensagem desta coleção: unidos em solidariedade, podemos contar com o poder da esperança e da verdade para resistir ao ódio, mentiras e agressões.”

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