Município de Uiramutã, o paraíso das cachoeiras no Extremo Norte brasileiro

O paraíso das cachoeiras chama-se Município do Uiramutã, localizado a Nordeste do Estado, a 300 Km da Capital de Roraima. Fica no Extremo Norte do Brasil, na tríplice fronteira com a Guiana e Venezuela, onde está o ponto mais setentrional brasileiro, o Monte Caburaí.                     

Lugar privilegiado pela natureza, para se chegar até lá é preciso subir serras por uma estrada de difícil acesso, com muitos buracos e pedras soltas ao longo de todo o percurso. Como é necessário passar por entre verdadeiros abismos, só a paisagem panorâmica durante o trajeto já é um espetáculo. É como se fosse uma preparação para o que a pessoa terá no fim da aventura.

Por isso é necessário um veículo potente, o que requer paciência e atenção redobrada para subir as íngremes ladeiras. E cuidado para não ter um pneu estourado por pedras ou em pontes de madeiras sem manutenção, ou mesmo para não capotar, como ocorre com quem se excede na velocidade ou por desatenção com as pedras soltas e curvas fechadas.

Mas as seis horas de trajeto em carro pequeno valem a experiência pela vida toda, pois as cachoeiras com águas límpidas e geladas são um convite para tomar banho ou simplesmente ficar contemplando o espetáculo da natureza, cujos recortes das imensas rochas lembram um lugar pré-histórico esquecido pelo tempo.

Como se trata de uma região de muitas serras, o acesso às cachoeiras exige esforço e condicionamento físico, pois só se chega a elas de carro que vai até certo ponto. Depois o acesso é obrigatoriamente a pé, descendo um relevo íngreme, muito acidentado, a exemplo das cachoeiras de Sete Quedas e Urucá, as mais bonitas. Visitar esses locais literalmente significa descer e subir serras.

PAIUÁ – A mais perto da cidade e de fácil acesso é a cachoeira de Paiuá (cujo nome significa uma bebida indígena feita de beiju, ou seja, iguaria de farinha torrada como se fosse uma imensa tapioca). Por isso é a mais visitada e conhecida. Lá os carros chegam até as corredeiras, logo na beira da estrada, em uma baixada. Existe uma maloquinha coberta de palha que serve para abrigar os turistas. Um pouco depois fica a cachoeira Paiuá de cima, que nada mais é do que uma das quedas do mesmo rio.

SETE QUEDAS – Seguindo um caminho sempre acidentado, sobre serras, a cachoeira Sete Quedas é a próxima a ser visitada. Por ficar em um imenso vale, o acesso é o mais radical. O carro fica até certo ponto em cima da serra e, de lá, o visitante tem que descer o vale por uma trilha muito acidentada. Como o próprio nome diz, são sete quedas e, dependendo do condicionamento físico do visitante, pode-se visitar cada uma delas ou ficar no primeiro ponto, onde existe uma piscina natural a partir da qual pode-se ter uma visão ampla do local.

URUCÁ – Prosseguindo o trajeto da estrada, o próximo roteiro é a cachoeira de Urucá (cujo nome indígena significa rio do ouro). Carros traçados conseguem descer mais um pouco da trilha acidentada, mas os veículos menores precisam ficar estacionados na beira da estrada, ou seja, em cima da serra, aumentando o percurso para descer a pé até as corredeiras. Mas chegar de carro grande um pouco mais embaixo não significa que o visitante será poupado, pois ainda assim será preciso descer o vale igualmente acidentado e que requer vigor físico.

A Urucá é a cachoeira mais disputada por quem busca um registro fotográfico ou de vídeo como lembrança para o resto da vida, pois suas águas em tom de verde-esmeralda hipnotizam as pessoas desde a primeira vista lá de cima. Ver o lago não significa que a pessoa já chegou. É preciso descer mais ainda entre imensas rochas para poder chegar até a queda e à piscina natural de tom esverdeado no bom estilo de filme “lagoa perdida”.

URUCAZINHO – A cachoeira Urucá proporciona um “brinde extra”, ou seja, um passeio a mais: a cachoeira Urucazinho, uma corredeira cujo acesso é pelo curso da água um pouco mais acima antes da imensa queda principal. O acesso até lá é percorrendo o trajeto da água por entre imensos blocos de pedras. A piscina que se forma na queda é um espetáculo à parte, sempre com água límpida e gelada.

NÃO SE PERCA NA ESTRADA 

Dos 300 Km de estrada até o Paraíso das Cachoeiras, 160 Km são de asfalto pelo trecho norte da BR-174, em direção ao Município de Pacaraima, até o entroncamento com a BR-433, que dá acesso à antiga Vila Surumu, hoje chamada de comunidade do Barro. De lá até a sede de Uiramutã são mais 140 Km em estrada de chão e piçarra.

Para não se perder, vai uma dica: ao chegar à sede da antiga Vila Surumu, o condutor vai seguir percorrendo mais 60 Km até a localidade chamada de comunidade da Placa, que é o local onde é preciso entrar à esquerda para prosseguir a viagem. Dessa entrada até Uiramutã são mais 80Km em condições ruins. A partir daí, o condutor já começa a subir as serras até a sede da cidade.

Fonte: http://roraimadefato.com

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