LEITE E OVO: AS POSSÍVEIS ALERGIAS ALIMENTARES NA INFÂNCIA

A coluna de hoje é sobre introdução alimentar e como cuidar para que alimentos como o leite e o ovo não causem alergias alimentares na infância. Quem vai falar sobre o tema é a nutricionista Roseli Ueno. Confiram!

Por Roseli Ueno

Veja dicas para substituir esses alimentos, evitar alergias alimentares e garantir uma nutrição adequada

Sociedade Brasileira de Pediatria orienta aleitamento materno até os  dois anos ou mais, devendo ser fonte exclusiva de alimentação até os seis meses de idade. A partir do sexto mês, deve ser feita a introdução de outros alimentos de forma lenta e gradual. 

Tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes em consistência pastosa estão entre as indicações para a introdução alimentar da criança. Porém, muitas famílias ficam receosas sobre possíveis alergias alimentares e é sobre isso que vou falar neste texto.

O diagnóstico da alergia ao leite de vaca, o tipo mais comum na alimentação brasileira, é feito pelo pediatra. O profissional poderá apresentar opções para o tratamento e indicar o acompanhamento de um nutricionista. Os sintomas dessa alergia aparecem logo nos primeiros dias de vida e causam um grande mal estar ao bebê. 

 As crianças diagnosticadas com alergia ao leite precisam excluir totalmente este alimento da rotina alimentar. Ou seja, não podem ingerir o leite e os seus derivados como queijos, iogurtes, manteiga, margarina e todos os produtos que o contenham na sua composição.

 A família precisa ler atentamente todos os rótulos e certificar-se que o produto é isento de leite ou traços do leite. Chamamos de traços de leite a “contaminação” do produto quando ele é fabricado na mesma máquina onde foram fabricados outros produtos que contém leite em sua formulação. Por isso, em casos de alergia, evite ter alimentos que contenham leite dentro de casa. Às vezes as crianças comem sem saber.

 Como o leite é rico em proteínas e cálcio é preciso escolher alimentos que possam oferecer este aporte de nutrientes para evitar a carência destes no organismo. Afinal, o cálcio e as proteínas são importantes para o crescimento e desenvolvimento dos ossos e dentes das crianças. 

Uma alimentação rica em vegetais de cor verde escura (para obter cálcio), tubérculos (ex. cará e inhame), grãos (ex. feijão, grão de bico, lentilha, ervilhas, soja) pode auxiliar no aporte de nutrientes. Outras fontes de proteína animal são as carnes, peixes, frango, porco e ovo. Diversificar sempre as refeições nos ajuda a ter mais opções de fonte de nutrição.

 O ovo, igualmente introduzido na alimentação após os seis meses de idade, também pode causar alergias aliementares e deve ser retirado da alimentação diária de crianças que apresentem reação adversa à clara ou gema.

A parte mais alergênica do ovo é a clara parte usada também pela indústria farmacêutica na produção de alguns tipos de vacina. No entanto, muita atenção, a gema também deve ser evitada em casos de alergias alimentares, pois mesmo fazendo a separação alguns resíduos de clara podem permanecer. 

 Ressalto o mesmo cuidado com rótulos e ingredientes de produtos industrializados. Os responsáveis devem ler com atenção o rótulo dos pacotes e avisar a escola e os familiares sobre a alergia da criança. 

 Aqueles que não podem consumir ovos podem optar por uma dieta rica em proteínas vegetais que inclua soja, feijão, grão de bico, lentilha, ervilhas. E também outras fontes de proteína animal como carnes, peixes, porco, queijos, leite, iogurtes.

 Uma alimentação mais natural e com alimentos frescos não industrializados pode ser um bom começo evitar erros e minimizar alergias. Os produtos industrializados oferecem maior risco, pois utilizam diversos tipos de conservantes e ingredientes que podem ser alergênico.

DICAS PARA LIDAR COM AS ALERGIAS ALIMENTARES DAS CRIANÇAS.

 – Crianças com alergias alimentares precisam receber orientação da família para evitar a troca de lanches com os colegas na escola já que na lancheira do amiguinho pode conter alimentos com ovo ou leite. Avisar a escola sobre a alergia também é fundamental.

 – No caso de festinhas infantis ou confraternizações que envolvam alimentação, ofereça uma refeição antes de sair de casa e leve um lanche que ela possa consumir. É sempre positivo explicar para a criança o motivo dela não poder consumir aqueles alimentos, pontuar os efeitos ruins que podem ter em sua saúde. 

 – Adequações e substituições: a família pode tornar esse processo um pouco mais fácil para a criança quando opta por também não consumir os alimentos que causam alergia. Fazer substituições e adequar o cardápio familiar ameniza a frustração e chances da criança comer algo que não pode.

Fonte: https://www.macetesdemae.com

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