Foto: Divulgação
HOMENAGEM DO CORPO DE DANÇA FORA DAS SOMBRAS RELEMBRA A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Grupo expõe o Visibilidade Preta, projeto que conscientiza a partir de uma Amazônia Negra.
“Nascido de uma inquietação pessoal recorrente”. É assim que o projeto teve início, idealizado pela diretora artística Ana Luiza Carneiro. Segundo ela, na Amazônia há pouca representatividade, e, consequentemente, muitas dúvidas sobre a própria origem. Por não seguir um padrão usual – o estereótipo amazônico indígena – existe até desconfiança sobre a veracidade da naturalidade.”Com este projeto de vídeo dança, tenho o objetivo de mostrar como nossos ancestrais aqui chegaram e resistiram formando quilombos nas florestas e rios, se misturando para sobreviver; e como nós, no presente, nos destacamos na sociedade e não precisamos mais nos esconder”, conta Ana Luiza.
Executado com maestria pelo Fora das Sombras, grupo de dança concebido por Ana Luiza formado por dançarinos que acreditam na causa, a performance enaltece a presença negra na Amazônia, e o resultado será exibido no Instagram do grupo – @foradassombras – como forma de conscientização pelo 20 de Novembro. O projeto é resultado da Lei Aldir Blanc – prêmio Feliciano Lana na categoria afro-brasileira, e a captação e edição do material é da produtora Alien Filmes. As gravações foram feitas na Cachoeira da Marmota em Balbina, representando a formação do Quilombo do Tambor, no Rio Paunini, que ficou conhecido como Rio dos Pretos, na região de Novo Airão. A comunidade quilombola do Tambor, segundo relatos de seus moradores, está presente na região desde 1907, quando os primeiros ex-escravizados, saídos de Sergipe se instalaram na região, plantando banana, vivendo da caça, pesca e do extrativismo do cipó e da copaíba. Outras cenas, foram gravadas no Largo de São Sebastião, no centro de Manaus, em um dia bem movimentado, mostrando toda força, atitude e poder dos personagens que descendem desse povo, e se mostram em cores e estampas étnicas com uma dança moderna e que ao mesmo tempo enaltece a ancestralidade, mostrando que também são amazonenses.
Ficha técnica:
Direção artística e geral: Ana Luiza Carneiro
Assistente de produção: Wallace Heldon e Eduardo Klinsmann
Captação e edição de imagens: Alien Films
Coreografia: Edilson Nigga e Victor Venâncio
Fotografia: Jorge Saboia
Bailarinos: Ana Luiza Carneiro, Anderson Carvalho, Carla Malcher, Cleia Santos, Dyane Neri, Geffiter Garcia, Victor Venâncio
Figurinos: Nanny Rodrigues
Hairstylist: Jeinnyliss Paixão
Apoio: AAKA-DO, Black Bar, Balance Studio, Studio Tranças Afro Manaus
