Governo do Amazonas intensifica trabalho de abastecimento de oxigênio nas unidades de saúde da capital

Em dois dias, Estado recebeu em doações o equivalente a 11,8% da demanda diária de oxigênio

O Amazonas já recebeu doações locais e de outros estados equivalente a 8.663 m³ de oxigênio. Esse montante, representa 11,8% da demanda diária necessária para abastecer as unidades de saúde no estado. O insumo vindo de outras unidades da federação tem chegado ao estado em aeronaves das companhias aéreas e da Força Aérea Brasileira (FAB).

“O Governo Federal já requisitou sete miniusinas que estão à espera do transporte aqui para Manaus. Nós recebemos a doação de mais cinco miniusinas que foram doações de uma empresa, além de concentradores de ar que foram doados pelo Governo da Paraíba, Prefeitura de João Pessoa e também por um artista. Então, todas essas providências estão sendo tomadas e são importantes para a gente desafogar nossa rede”, afirmou o governador do Amazonas, Wilson Lima.

Desde que o atendimento nas unidades passou a ser impactado pela escassez de oxigênio, uma grande mobilização nacional tem motivados grupos, personalidades e empresas que têm se esforçado para que o insumo chegue até os pacientes que precisam do gás para sobreviver.

Hoje, o consumo diário no Amazonas é de 76.000m³. O balanço, divulgado pelo Comitê de Resposta Rápida – Enfrentamento da Covid-19, aponta que o montante que efetivamente chegou ao Amazonas de forma oficial equivale a 866 cilindros de 10 m³. As doações são de oxigênio nas formas líquida e gasosa. O montante começou a chegar no último dia 14 e o total representa o apurado até meio-dia deste sábado (16/01).

“Um voo comercial com 2000 m³ por dia nos ajuda, mas é muito pouco para atender a demanda do Estados do Amazonas. Nós precisamos de toda ajuda possível, de toda sociedade, e essa ajuda dos artistas é muito importante para o povo amazonense. Vamos nos unir para resolver em Manaus e assim conseguir combater a pandemia”, disse o secretário de Estado da Saúde (SES-AM), Marcellus Campêlo.

Multinacionais fabricantes de eletroeletrônicos e grupos de blogueiras estão entre os que doaram. Secretarias de outros estados, igrejas e governos de outros países estão entre os que sinalizaram que enviarão o insumo para o Amazonas.

 

 

Como doar – O Comitê de Resposta Rápida de Enfrentamento da Covid-19 estabeleceu um canal para concentrar as doações de oxigênio para as unidades de saúde do Amazonas. O grupo, formado por profissionais da Casa Civil, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e da Defesa Civil do Amazonas, tem o objetivo de agilizar a logística para garantir o abastecimento. As doações que chegam via intermediação desse grupo são distribuídas conforme a necessidade das unidades.

Empresas e pessoas físicas, de Manaus ou de outros estados do Brasil, interessadas em doar oxigênio para o estado, podem obter informações junto aos seguintes contatos: (92) 99220-2712, (92) 99455-2001, (92) 99182-8974. A partir de então, servidores da Casa Civil irão atuar na articulação de recebimento e entrega desses donativos para os hospitais da rede pública estadual.

“Nós fazemos esse contato e explicamos que precisamos de cilindro e oxigênio. Precisamos saber se vamos ter que ir buscar ou se eles vão entregar aqui. Esse material é catalogado e é comparado com a demonstração da necessidade e distribuição. A partir daí disponibilizamos as viaturas e o pessoal necessário para a entrega”, explicou o coordenador de Articulação da Defesa Civil do Amazonas, tenente-coronel Clóvis Araújo Junior.

Nos últimos dias, a SES-AM também passou a ser procurada para doações de outros materiais como equipamentos individuais de proteção (EPIs). Neste caso, os interessados podem articular a entrega por meio do telefone (92) 98233-4555.

Estratégia – Em parceria com o Governo Federal, foi estabelecida uma ponte aérea entre a cidade de Manaus e Guarulhos com a disponibilização de quatro aeronaves da Força Aérea podem fazer de quatro a seis voos diários com capacidade para trazer 5000 m³ de oxigênio líquido.
“Vale ressaltar que somente aeronaves não pressurizados, ou seja, da FAB, conseguem transportar essa quantidade de oxigênio líquido. As aeronaves comerciais não podem transportar por conta da pressurização. Nós também transportamos em aeronaves comerciais oxigênio na forma gasosa, porque aí não tem um risco de explosão”, explicou Marcellus.

FOTOS: Herick Pereira / Secom

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