No último dia 11 de janeiro, o Brasil assistiu à passagem do Comando de Exército Brasileiro pelo General Villas Bôas ao seu sucessor, uma solenidade emocionante que levou muitos às lágrimas e aflorou sentimentos profundos de amor à Pátria. O evento reforçou,ainda, a confiança nas Forças Armadas e a admiração nacional ao militar –  que entregou a espada ao novo Comandante – um cidadão tão digno e probo, nutrido pelos sentimentos mais nobres por nossoPaís. A ele, deve-se um empenho extraordinário pelo começo da ruptura com um sistema que apodreceu o Brasil e, sem sua força, coerência e determinação, talvez não tivéssemos consolidado a mudança ocorrida na eleição para Presidente. É voz corrente o fato de o Exército ter sido sondado sobre a hipótese de apoiar a decretação de Estado de Defesa nos dias tensos que antecederam o “impeachment”. Respondeu à ousadiaem alto e bom tom: “Nas Forças Armadas, temos uma tradição: quando recebemos uma ordem ilegal, mandamos prender a pessoa que deu a ordem”,dizem que assim respondeu o General.

Gen Villas Boas

Cabe, ainda, mencionar uma passagem ocorrida no dia 29 de agosto de 2016, sexta-feira anterior ao julgamento do “impeachment” da ex-Presidente Dilma Roussef pelo Congresso Nacional, na solenidade de Passagem do Comando Militar da Amazônia, que contou com a presença do então Comandante do Exército General Eduardo Villas Bôas. O Brasil estava vivendo dias de tensão, ouviam-se rumores de que poderia haver um golpe da esquerda no Brasil, o que tornava nossos dias ainda mais nebulosos. Após a solenidade, saí em busca do General, como cidadã, a quem gostaria de expor meus medos com a situação que atravessávamos. Tive a felicidade de encontrá-lo e dizer-lhe: “General, nesses dias tortuosos que estamos vivendo só confio em duas pessoas para salvar o Brasil: Deus e, em seguida, o senhor. Ajude-nos”. Ele respondeu: “A senhora sabe a responsabilidade que a sua confiança me traz? Sinto-me honrado com essa atribuição de enorme responsabilidade e lhe digo que jamais irei decepcionar os brasileiros”. Naquela noite, fui para casa com o coração mais leve e confiante em que iríamos atravessar essa fase da melhor maneira.Não foi fácil, mas, conseguimos.

Ao ouvir o discurso do General, na passagem de Comando, não pude conter a emoção diante de tanta honradez: “Um Exército no qual brasileiros de todos os rincões encontram proteção e segurança, razão pela qual o elevam, ao lado da Marinha de Tamandaré e da Força Aérea de Eduardo Gomes, à condição de Instituição com o mais elevado índice de confiabilidade do País”. Que seu exemplo nos estimule ao espírito público, à defesa da Lei e à construção de uma sociedade mais fraterna e justa. 

Nós, do Amazonas, temos razões para aplaudir essa presença fardada e admirada na defesa de nossa floresta, na promoção de nossa gente, no avanço que essa contribuição representa. A ela,devemos a consolidação da Zona Franca de Manaus, hoje, infelizmente, depauperada pelo descaso de seguidos governantes, a primeira estrada que ligou Manaus ao resto do Brasil. Quase ninguém acreditava quando foi construída, com engenharia ousada, sob a direção dos Batalhões de Engenharia. A BR-319 saiu do papel e tornou-se orgulho deste Estado. Havia, na ocasião, presença destacada de Comandantes Militares no primeiro escalão do governo, por isso a BR-319 virou instrumento do “integrar para não entregar a Amazônia à cobiça internacional”. 

Temos a promessa de que a recuperação dessa estrada já ganhou “status” de prioridade para a retomada do velho anseio de integração. E não é mistério para ninguém de que a construção da BR-319 está associada às múltiplas oportunidades que ela representa, não apenas para a agricultura, piscicultura, pecuária, mineração, transporte e abastecimento e escoamento do Polo Industrial de Manaus. Além disso, será fortalecida a presença de  Instituições como o Comando Militar da Amazônia, a Base Aérea da Aeronáutica, o Comando Naval da Amazônia, os Serviços de Vigilância e Proteção, Sivam e Sipam, o Programa Calha Norte, os projetos recentes do CMA, sob o comando e inspiração de nosso herói, General Eduardo Villas Bôas, para distribuição de cabos subfluviais, de fibra ótica, para levar comunicação de qualidade para o Interior… Temos razão para acreditar que dias melhores virão,assim, como os ribeirinhos deste fim amazônico, porque todos que aqui vivem, respeitam, estimam e agradecem a presença militar na floresta.