Foto: John Britto

Força Feminina

Mulheres na política têm sido historicamente sub-representadas nas sociedades ocidentais, em comparação com os homens. Muitas mulheres, no entanto, têm sido eleitas politicamente para serem chefes de Estado e de governo. Uma das mais proeminentes líderes de potências mundiais do sexo feminino pode ser Margaret Thatcher como primeiro-ministro do Reino Unido, primeiro-ministro da Índia Indira Gandhi, primeiro-ministro de Israel Golda Meir, Chanceler da Alemanha Angela Merkel, primeiro-ministro do CanadáKim Campbell, primeiro-ministro da França Edith Cresson, Presidente da República Popular da China Soong Ching-ling (AKA Rosamond Soong), e Diretor da Revolução Cultural, ditador Jiang Qing.

A situação brasileira também está mudando e não seria diferente em Manaus. Já se encontra mulheres em cargos de representantes, no qual tem desenvolvido papéis fundamentalmente bem elaborados, com dedicação, lealdade, responsabilidade e muito mais humanização. Um grande exemplo amazonense é a Deputada Alessandra Campelo, a única mulher da Assembléia Legislativa do Amazonas, eleita com mais de 25 mil votos.

Ela atual na política desde a faculdade e é defensora das mulheres, idosos, atletas do Amazonas e outros públicos. Confira a entrevista abaixo e conheça mais de sua história.

Você foi diretora do Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFAM. Desde estudante você é ligada à política? O que aprendeu em tal diretoria?

No movimento estudantil, aprendi a importância de lutar pelos interesses coletivos. Ali tive uma experiência que me mostrou que lutar pelo bem da maioria melhora a vida de todos. Aprendi a conviver com idéias contrárias, a lutar democraticamente ouvindo sempre todos os lados. Foi uma grande escola política para mim.

Ao guinar para o apoio ao esporte você conseguiu revolucionar esta área no Amazonas. Que medidas adotou e o que lhe motivou a apostar tanto no esporte?

Quando assumi a Sejel em fevereiro de 2012, o principal desafio era resgatar a autoestima dos atletas e paratletas. As principais medidas foram deixar a gestão do esporte com quem realmente entende da área, que são os profissionais da Educação Física, federações, dirigentes e organizadores de eventos esportivos nas comunidades da capital e interior. Investimos no esporte da base ao alto rendimento, com apoio irrestrito aos atletas e paratletas na questão das passagens aéreas, material de treinamento, alimentação, hospedagem na Vila Olímpica e ampla divulgação dos resultados na mídia.

No alto rendimento, saímos de um quadro de 50 medalhas para mais 500 medalhas em competições regionais, nacionais e internacionais. Emplacamos atletas e paratletas em seleções de esportes olímpicos e paralímpicos.  Além disso, inauguramos Academias ao Ar Livre na capital e interior, ajudamos mais de 400 projetos sociais de jiu-jítsu, apoiamos os nossos atletas de MMA, ampliamos as ações dos projetos e programas de Governo, como o “Galera Nota 10, Bom de Bola, Jovem Cidadão” e transformamos os Centros de Convivência da Família em locais acolhedores para toda família, com acesso a esporte, lazer, saúde e cultura.

Qual foi a sensação de ter sido a 11ª deputada estadual mais votada?

A sensação foi incrível, pois a população aprovou o nosso trabalho na Sejel e também toda uma vida pública em favor do esporte, dos estudantes, dos produtores rurais, das mulheres, dos ribeirinhos e moradores das comunidades mais distantes da capital e interior. Tive 25.361 votos, com eleitores em todos os municípios, algo raro de acontecer. A ficha demorou a cair, mas hoje sei que a responsabilidade de representar a nossa população na Assembléia é imensa.

Em 2014 somente duas mulheres se elegeram para cargos políticos no Amazonas. Como você enxerga isso e qual acredita ser o motivo desta baixa adesão?

Apesar de 52% da população ser feminina, o Brasil está em 152º num ranking de 188 países em representação feminina parlamentar, segundo levantamento da União Interparlamentar. Na Câmara dos Deputados, dos 513 deputados, apenas 50 são mulheres. No Senado, são 13 senadoras entre 81 parlamentares. Na Assembléia Legislativa do Amazonas (Aleam), dos 24 deputados, apenas uma mulher. Entendo que é preciso ter uma cota para as mulheres, por isso apoio a campanha “Mais Mulheres na Política”, que é encabeçada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Entendo que é uma medida necessária, provisória até que a cultura política e da sociedade brasileira mude.

Apesar de a legislação eleitoral obrigar os partidos a terem 30% de seus candidatos mulheres, na prática as candidaturas femininas não vingam porque a elas não é dado o recurso necessário para as campanhas, bem como o espaço de rádio e TV, que na sua maioria vai para os candidatos homens.

Como foi a produção nesse primeiro semestre do seu mandato como deputada?

Nesses cinco primeiros meses, o trabalho foi bem intenso. Apresentei mais de 400 proposituras, entre projetos de lei, resoluções legislativas, requerimentos e emendas, além de ter feito na tribuna da Assembléia uma defesa firme das Mulheres, dos Idosos, da Juventude, dos Estudantes, das Pessoas com Deficiência e dos trabalhadores da Educação, Saúde, Segurança, Urbanitários, Petroleiros e Assistentes Sociais.

Quais são seus planos para o futuro na carreira política?

A prioridade é continuar fazendo um bom mandato na Assembléia, mas tenho visitado os bairros e comunidades de Manaus, conhecendo de perto dos problemas e buscando especialistas para apontar as soluções que melhorem a vida da população. Como já anunciei à imprensa, sou pré-candidata à Prefeitura de Manaus. É preciso renovar a política.

Quando não está à frente das decisões políticas o que gosta de fazer?

Os momentos de folga são raros na vida de um político, principalmente num Estado que nem o Amazonas, onde os problemas são variados e a logística complica muito o deslocamento para as bases. Mas quando estou de folga, procuro praticar esporte, sou triatleta, e também dar atenção aos meus filhos em casa, ver um filme. Nessas horas, o mais importante é estar em companhia da família.

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