Esperança aos Idosos

A válvula aórtica é uma estrutura de tecido conjuntivo que permite e controla a passagem de sangue coração para o resto do corpo. Em situações patológicas e com o passar da idade essa válvula pode degenerar e ocorrer acumulo de cálcio, o que pode reduzir de sobremaneira a passagem de sangue por seu orifício. Essa doença é chamada de estenose aórtica e pode acometer até 5% das pessoas acima dos 75 anos de idade.

Inicialmente o coração é capaz de aumentar a sua força de contração e manter  um bombeamento do sangue adequado, porém com o passar do tempo o coração enfraquece. O enfraquecimento do coração causa uma série de sinais e sintomas (dor no peito, tonteira e cansaço), que se não tratada apresenta alta mortalidade que pode atingir 50% em 1 ano.

O tratamento é feito através de uma cirurgia que é um procedimento bem estabelecido e com resultados excelentes se bem indicado e executado. Ele é capaz de salvar a vida do paciente. A indicação da cirurgia depende de uma cuidadosa avaliação da condição clínica, dos problemas de saúde associados, da idade do paciente.

A cirurgia requer a abertura da cavidade torácica e a parada do coração com auxílio da máquina coração-pulmão (circulação extracorpórea). Apesar dos bons resultados o procedimento existem alguns riscos que variam de paciente a paciente.

Infelizmente determinados grupos de pacientes, principalmente idosos acima de 80 anos e outros com doenças associadas os quais apresentam alto risco ao tratamento convencional e até poucos anos não possuíam alternativa já que se julgava que a cirurgia era de muito alto risco.

Dentro deste contexto e para estes pacientes específicos, surgiu o tratamento transcateter da válvula aórtica: um procedimento novo surgido da necessidade de prover alternativa ao tratamento da ESTENOSE AÓRTICA em pacientes de alto risco para a cirúrgia convencional.

Neste tipo de cirurgia, a válvula aórtica é levada ao coração através de um cateter e o local de acesso pode ser realizado por diversas vias, sendo as principais a artéria femoral, com a realização de pequena incisão na virilha ou através de uma pequena incisão no tórax, abaixo do mamilo, ambos sem a necessidade de parar o coração.

Neste cenário tecnológico, a nossa cidade não poderia ficar de fora! Foi realizado no último dia 08 de agosto a primeira cirúrgia desse tipo na rede pública de saúde. Tratava-se de uma paciente de 87 anos, a qual além da idade avançada, já tinha sido submetida a outras duas cirúrgias cardíacas.  A felizarda se encontra em casa nesse momento e em perfeita recuperação do seu estado de saúde. Parabéns à equipe médica envolvida e a Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas que viabilizou a realização do procedimento.

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