Especialista explica diferenças entre vacinas da Covid-19

Com o início da vacinação no País, uma das maiores dúvidas da população é sobre a diferença entre as fabricantes das vacinas da Covid-19. Para isso, o microbiologista do Instituto Questão de Ciência e PhD na área de Genética de Bactérias pela USP, Luiz Gustavo de Almeida, explica os fatores que distinguem a forma que os imunizantes agem no organismo.

Antes de explicar a diferença entre as vacinas, o profissional esclarece o porquê todas elas são importantes, inclusive para quem já teve contato com o vírus. “Se vacinar mesmo se você já teve covid é preciso pois o imunizante reforça o sistema imunológico, já que ele age de forma diferente quando a pessoa pega a doença e quando toma a vacina”, diz.

A Coronavac, vacina contra o novo coronavírus que é produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, foi a primeira a ser aplicada no Brasil. Almeida explica que, para a produção da mesma, o vírus SarsCov2 é cultivado em laboratório em células específicas. “Quando chega nas pessoas, o vírus está inativo, o que faz com que ele não desenvolva a doença, mas sirva de modelo para as células imunológicas”, conta.

Já as vacinas de Oxford e Pfizer, são produzidas apenas com uma parte específica do vírus. “Elas têm a função de apresentar a proteína Spike para o organismo, fazendo com que o sistema imunológico reconheça toda vez que o corpo tiver contato com ela, e, assim, combate-la”, argumenta.

Embora haja distinção entre elas, o especialista afirma que todas são tecnologias eficazes. “Todas são tecnologias seguras e testadas há pelo menos 30 anos, portanto, não tem risco de alterar o DNA ou algo do gênero”, salienta.

Sobre as variantes que tem sido discutido nos últimos dias por surgir em algumas regiões do País, o especialista esclarece que isso é um reflexo das festas de fim de ano e do não cumprimento das normas sanitárias. “Elas não oferecem riscos diferentes, portanto, as medidas de segurança são as mesmas de qualquer forma”, afirma.

Na quarta (03), a Anvisa retirou a exigência de testes em fase 3 para o uso emergencial da vacina russa Sputnik V, o que acelera o processo para que ela chegue à população.

 

Fonte: Ingrid Santos/Repórter Diário

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