Assim como a cantora, outras celebridades que passaram pelo

problema incentivam seguidoras a buscar tratamento

A cantora Anitta revelou nesta madrugada no Twitter que passará por uma cirurgia para tratamento da endometriose. No relato, ela expõe as dores que sente e alerta suas seguidoras sobre as consequências do diagnóstico tardio, infelizmente muito comum, já que um dos principais sintomas da doença são as cólicas, confundidas com manifestações normais do ciclo menstrual.
 

“Nem sempre o diagnóstico é realizado da melhor forma e logo de início, podendo levar até 10 anos para ser feito. Essa é a maior dificuldade, já que as dores da endometriose podem ser confundidas com dores rotineiras do ciclo menstrual. Precisamos dar visibilidade ao assunto, conscientizar profissionais de saúde e orientar cada vez mais mulheres a observarem seu corpo, porque o diagnóstico precoce é capaz de prevenir sequelas e permitir um tratamento que pode garantir o controle da doença e a qualidade de vida”, explica o ginecologista Patrick Bellelis, especialista em endometriose.

Nas postagens da cantora, a atriz Giovanna Ewbank também relatou sua própria experiência e revelou ter feito a cirurgia há cerca de 10 anos, tendo resolvido os problemas com as cólicas e as dores nas relações sexuais — outro sintoma comum da endometriose.
 

Assim como elas, muitas famosas têm feito seu papel em conscientizar mulheres, usando abertamente seus diagnósticos como exemplo. No Brasil, Malu Mader, Wanessa Camargo, Adriana Esteves, Tatá Werneck, entre outras, já deram depoimentos sobre seus casos e a dificuldade que tinham para engravidar, que acabou sendo superada com o tratamento da doença.
 

A jovem atriz Larissa Manoela também descobriu recentemente ter endometriose e fez uma live no Instagram para estimular as seguidoras a fazerem um acompanhamento médico adequado. A influenciadora Gabriela Pugliesi, grávida de seu primeiro filho, é outro caso conhecido.

Como identificar sinais de alerta

A endometriose atinge cerca de 10% da população feminina em idade reprodutiva. Sem tratamento, ela pode atingir formas graves, como a chamada endometriose profunda, que tem sintomas mais severos e deixam a mulher incapacitada para uma rotina normal. Por isso a importância do diagnóstico precoce, um dos grandes desafios da endometriose.

Entre os principais sintomas, destacam-se as cólicas de forte intensidade e a dificuldade em engravidar. Outros sinais que não devem ser ignorados são dor durante a relação sexual, dor e sangramento ao urinar ou evacuar e dores nas costas.

“Cólicas de maior intensidade, que afetam a rotina, ou com características diferentes das habituais devem ser encaradas como sinal de alerta. Ao sentir qualquer coisa fora do normal, durante o ciclo menstrual ou fora dele, é importante procurar um ginecologista para que o quadro seja investigado e se dê início a um tratamento o quanto antes, se necessário”, frisa Bellelis.

PATRICK BELLELIS — GINECOLOGISTA

Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intra uterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia — FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica — IRCAD — do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012.