Um guarda-roupa satisfatório se compõe de diferentes peças e acessórios, tanto para uso diário, no trabalho, como para vestir fora desse ambiente, como em saídas à noite, passeios nos finais de semana ou para ir à academia.
A seguir, apresento sobre terno e costume que itens imprescindíveis ao homem que deseja se vestir adequadamente para as mais diversas ocasiões.
Terno
Esta é, sem dúvida, a peça de maior destaque do guarda-roupa masculino, companheiro inseparável dos profissionais do mundo corporativo. Tradicionalmente, é composto de três peças (daí a origem de seu nome): paletó, colete e calça. Erroneamente, convencionou-se chamar de terno o conjunto composto apenas de paletó e calça – que, na verdade, chama-se costume. Por ser o Brasil um país onde faz muito calor, o colete muitas vezes é deixado de lado, não constituindo gafe usar o “terno de duas peças”. Além disso, o fator econômico deve ser considerado: ternos que incluem o colete custam mais caro; assim, o ideal é, antes de comprar uma peça, ter a certeza de que será realmente usada. Para meu gosto pessoal, porém, é muito chique usar as três peças do terno.
Nunca compre um terno de material sintético! Não se pode fazer uma economia tola na hora de adquirir a peça mais importante de seu guarda-roupa, e que será a base de seu visual. O terno deve ser 100% de lã fria, e você deve ter notado que há diversas variações de numeração: super 80, 100, 120, 180, e por aí vai. A numeração mais alta indica fios mais finos e nobres – e, portanto, mais caros –, enquanto numerações como 80 e 100 indicam que o terno é feito com fios mais grossos, que acabam dando um aspecto mais pesado e grosseiro ao conjunto.
Uma regra fundamental na hora de vestir um terno de dois ou três botões é que o último botão sempre deve estar desabotoado. Os ternos de três botões hoje já não estão mais na moda, sendo uma opção muito conservadora. Caso você seja conservador e goste de usar o paletó com três botões, é possível, em um ambiente mais informal, deixar o botão de cima solto, abotoando somente o do meio. Os ternos de dois botões são a opção mais comum no Brasil, hoje, mas a tendência atual da moda é o terno de apenas um botão. Nem todas as lojas têm esse tipo de peça, que é a última tendência mundial quando se quer estar chique. Assim, vale a pena correr atrás de uma loja em que se possa encontrar a peça.
Botão do terno
A tendência de deixar o botão de baixo do terno desabotoado foi lançada pelo rei Eduardo VII, da Inglaterra. Ele sempre teve muita preocupação com seu visual, e isso é notado pelos ternos de corte justo que usava. Com uma barriga um pouco avantajada, o rei tinha o hábito de deixar o último botão do paletó desabotoado, para obter mais mobilidade e conforto ao sentar-se. Logo o hábito passou a ser imitado por toda a corte, e assim entrou para a história. No mundo corporativo no Brasil e em eventos sociais, só há três cores de terno possíveis: azul-marinho, cinza e preto.
Indico para meus clientes somente o terno azul e o cinza, deixando o preto em último lugar. Dessas três opções, a mais chique e bacana é o terno azul-marinho, que é mais elegante para trabalhar, ir a um casamento ou participar de uma entrevista de emprego. Quanto às tonalidades de cinza, cada uma tem suas especificidades. O cinza-claro só deve ser usado até as 18 horas. O cinza médio e o chumbo são mais versáteis nesse aspecto, podendo ser também utilizados à noite.
Tradicionalmente, o brasileiro prefere os ternos pretos, por julgar que é o mais seguro para usar em diferentes ocasiões. Ledo engano! Costumo recomendar que meus clientes evitem os ternos pretos – e, se você vai contar com poucas opções no guarda-roupa, é melhor nem tê-los. Fora do Brasil, o terno preto é muito pouco utilizado no mundo corporativo. O terno preto de pouca qualidade ressalta os defeitos da peça, que fica com aspecto de produto barato e mal-acabado. Não se pode esquecer, também, que o terno preto liso é a roupa típica dos seguranças – nada contra a profissão, mas, se você deseja estar apresentável no mundo dos negócios, a última coisa que você vai querer transmitir é uma imagem intimidativa. Para ter um terno preto, ele tem de ser de muita qualidade, com um corte impecável, feito de um tecido muito bom, com algum tipo de padronagem (linhas em relevo ou risca-de-giz). Por fim, recomendaria uma peça dessas apenas para festas muito chiques, e nunca para o dia a dia no escritório.
Além das cores, há diversas opções de padronagem dos tecidos, como xadrez, espinha de peixe, listrado, risca-de-giz, pied-de-poule. Por mais refinados e estilosos que sejam, esses tipos de terno apresentam uma desvantagem: marcam muito o visual do homem. Portanto, seu uso não é recomendado no dia a dia, especialmente para quem conta com poucos ternos. Assim, é mais interessante montar seu guarda-roupa dando ênfase aos lisos, nas cores já indicadas, e só partir para opções com padronagem se você já contar com outras possibilidades (e desde que seu orçamento o permita). Como dica pessoal, sempre sugiro a meus clientes o terno azul-escuro, peça essencial, a melhor opção para jamais errar! E as outras cores? Não recomendo o uso senão do azul-marinho e do cinza para o mundo corporativo. Ternos beges só caem bem em homens cheios de estilo e ambientes de trabalho que permitam algum tipo de casualidade. Também não recomendo os marrons. Eles podem ser comuns na Itália, sendo vestidos por homens superestilosos, com cortes justos, mas não combinam muito com o nosso país, que demanda mais formalidade em ocasiões sociais.
Quanto aos ternos coloridos, jamais! – a menos que você seja um personagem de história em quadrinhos.