Dor e sofrimento: um tabu para tratar com os pequenos

Procure pelo seu corpo, quais marcas te trazem lembranças do tempo da infância? Certamente algumas são marcas de uma infância bem vivida, outras podem não trazer boas lembranças, mas todas elas, à sua maneira, te tornaram quem você é hoje, não é mesmo? 

Conversando sobre assuntos difíceis com as crianças.

Assim é a vida, as belezas e as dores compõem a paleta de cores da vida, tornando-a mais viva e intensa. Então, nada mais justo que não tratar o tema como tabu diante dos pequenos, nada mais justo que falar com naturalidade e delicadeza sobre este assunto tão humano: os tombos que levamos, as dores que sentimos, o medo que criamos, e todo aquele pacote de emoções e sentimentos que os acontecimentos da vida nos despertam.

Assim, ao encarar de frente os momentos tidos como “difíceis” ou “negativos”, não nos escondemos de nós mesmos, nos conhecemos melhor e compreendemos nossos limites e sobretudo nossa força e potência. Dar palavra para a dor é uma possibilidade de a ressignificar, ou seja, transformá-la em algo novo. Assim, ao dar lugar e acomodar a dor, abre-se um caminho para seguir adiante, mais leve e mais forte que antes.

Falar sobre as cicatrizes, sobretudo aos pequenos, mostra a eles que estas vivências fazem parte do curso natural das coisas e que ao passar por elas sempre saímos diferentes, não melhores nem piores, mas diferentes Isso é crescer. 

Crescer dói.

Além disso, crescer dói – basta ouvir os lamentos dos pequenos: aiai minha perna… meu pé. As dores do crescimento nem mesmo esperam aquela brincadeira no asfalto, ou aquele pulo com o pé meio torto, não esperam os desequilíbrios dos primeiros pedais na bicicleta sem rodinhas ou ainda o subida na árvore, que não deu certo. 

Crescer simplesmente dói. E não é só no corpo. As angústias começam cedo e nos acompanham: por que eu nasci? Por que morremos? Por que não posso fazer tudo o que quero? Só que essas dores não deixam marcas ou cicatrizes. Ou melhor, essa marca é o próprio amadurecimento.

Foto: lunetas.com /divulgação Fonte: https://leiturinha.com.br/

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