Descubra as belezas da cidade de Januária no Norte de Minas

Praias, cachoeiras, balneário, pantanal, cachaça e artesanato fazem do destino mineiro um atrativo para turistas o ano todo

Centro histórico de Januária
Foto: Divulgação

Reza a lenda que Januária tem esse nome em homenagem à filha de dom Pedro I com a princesa Leopoldina, Januária de Bragança. E, assim como a irmã mais velha de dom Pedro II, a cidade também é uma princesa desconhecida dos brasileiros. Só assim mesmo para explicar o tesouro que se esconde ali, quase esquecido.

Nos arredores da cidade, estão o Vale do Peruaçu, maior conjunto de cavernas da América Latina; o único pantanal existente em Minas Gerais; e a segunda igreja construída no Estado. Todas essas joias estão circundadas pelo rio São Francisco, com praias paradisíacas em determinados períodos do ano. Para brindar esse cenário de belezas, só mesmo com uma cachaça de Januária, já eleita por especialistas como uma das melhores do Brasil.

História

A porção Norte do Estado foi a primeira a ser habitada em Minas Gerais. Os primeiros colonizadores que vieram da Bahia tinham como referência o rio São Francisco. Prova disso é que na região eles construíram a primeira igreja do Estado, no município vizinho de Matias Cardoso, em 1673, e a segunda – de Nossa Senhora do Rosário – de Januária, em 1688. E ela está lá, de pé, até hoje.

Muitos dos casarões históricos de Januária estão espalhados pelo centro da cidade, como a conhecida rua da Cultura, com o casario preservado e o calçamento em lajota tombado. Na charmosa rua Visconde de Ouro Preto localiza-se o Centro de Artesanato, com biblioteca comunitária no quintal e sugestiva placa: “Lê, leia e devolva”. Além do artesanato do Norte de Minas, há, ainda, uma sala dedicada aos artistas de Januária e espaço para eventos.

Memória

O prédio da antiga cadeia ganhou nova função e nome, Casa da Memória. As antigas celas foram transformadas em escolas de música, artesanato e artes plásticas e lojas de artesanato. A parte superior, onde funcionava o antigo fórum, foi transformada em teatro de 80 lugares. Lá se encontra um memorial com relíquias das primeiras famílias, como fotos, objetos, vestimentas e oratórios.

Perto dali está o Mercado dos Produtores, com oferta de produtos da agricultura local, além de cachaças, artesanato, temperos, carne de sol e muitas outras iguarias da região. O mercado é o local ideal para um happy hour.

Único pantanal fora dos limites do Mato Grosso

A 20 km da vila de Pandeiros está o surpreendente pantanal do rio Pandeiros. Com visitação controlada, é um importante berçário do São Francisco, com 70% das espécies que habitam o rio.

Diante da aridez do Norte mineiro, o Pantanal mineiro é um santuário que compreende 390 mil hectares, que vão desde os limites Januária até os municípios de Cônego Marinho e Bonito de Minas. Lá, a vida brota em todos os lados. A cada momento somos despertados pela algazarra da bicharada. Quase todas as espécies de peixes do médio São Francisco são encontradas ali.

As visitas ao pantanal não são cobradas e são realizadas com o acompanhamento de funcionários da unidade de conservação. Durante a visitação, pode ser vista toda a biodiversidade do pântano mineiro, além de espécies vegetais endêmicas, aves, peixes, mamíferos de pequeno e médio porte, répteis e anfíbios, alguns só encontrados ali. (PS)

Produção da cachaça é tradição antiga na cidade

Januária possui algumas das melhores cachaças do Brasil, muitas delas premiadas no exterior são, inclusive, produto de exportação, e há vários alambiques no município, alguns de tradição familiar. No centro da cidade existem muitas lojas mantidas por produtores, todas bem-estruturadas e com espaço para degustação.

A maior concentração de alambiques está no distrito de Brejo do Amparo, a 6 km do centro de Januária, onde, além de mostrar ao turista o processo de produção da cachaça, é oferecida a degustação de cachaças produzidas e envelhecidas. Lá, um exemplo é o centenário alambique da família Zé Marinho, que conserva há 106 anos uma produção totalmente artesanal – todo o processo é feito com dornas de madeira. No local, os seis tipos de cachaças produzidos variam de R$ 5 a R$ 26 o litro.

Outra cachaça encontrada na região é a Januária Autêntica, que tem, junto ao alambique, uma pequena loja e espaço para degustação e demonstração da fase final da produção e do engarrafamento. Há, inclusive, uma dorna com cachaça envelhecida que só é engarrafada na hora para o turista, a preços que variam entre R$ 18 e R$ 22 o litro. No local, também pode-se escolher o modelo da garrafa a ser utilizado. (PS)

Prainha com boa estrutura

raias que se formam às margens do rio São Francisco, Januária começou a investir nesse potencial turístico e mantém (durante o período de junho, julho e agosto) um bom receptivo aos turistas junto à grande praia.

Para esse período do ano, que coincide com as férias escolares, são montadas barracas com estrutura completa de banheiros e cozinha, dando conforto e segurança para famílias inteiras que passam o dia se banhando nas águas do Velho Chico.

Aproveitando a estrutura, muitos eventos são programados na praia, como shows e apresentações artísticas, tudo remetendo ao litoral. A noite em Januária vem pela orla do rio São Francisco – região que fica junto ao centro histórico, onde se concentram os bares, hotéis e restaurantes. São muitas opções de bares com música ao vivo, além dos tradicionais pontos de encontro das cidades do interior de Minas.

Os restaurantes da orla servem a boa moqueca de surubim, com preço médio em torno R$ 90 para duas pessoas. Um dos restaurantes tradicionais é o da Pousada Viva Maria (hotelvivamaria.com.br).

Uma das mais antigas da cidade, a pousada oferece boa estrutura, com ar-condicionado, TV, frigobar, telefone, cama box, ducha com aquecimento central e Wi-Fi,além de restaurante com pratos típicos e regionais. (PS)

Balneário do Rio Pandeiros

Balneário (I). A 40 km de Januária, pela MG–479, fica o balneário do rio Pandeiros, com três cachoeiras em um raio de 1 km de distância. Mais adiante, o rio forma o pantanal do rio Pandeiros. O balneário é vizinho à Vila de Pandeiros, onde existem pousadas domiciliares e locação de casas ao preço médio de R$ 30 por pessoa. 

Balneário (II). <Possui área de camping, estacionamento, banheiros, bar, restaurante e rústico restaurante de frente para a terceira cachoeira, onde se come um frango caipira a R$ 120 (a porção para até dez pessoas), além de self-service a R$ 20 por pessoa. Para chegar ao balneário, pegue a linha Januária-Chapada Gaúcha.

Brejo (I)

Em processo de restauração

A igreja de Nossa Senhora do Rosário passa por um processo de restauração – nos trabalhos, foram encontrados detalhes das pinturas originais de seu altar, escondido por camadas de tinta. A igreja foi construída em estilo nacional-português, com naves com campas e tribunas laterais. Hoje, ela se encontra no território do distrito de Brejo do Amparo, a 9 km do centro de Januária.

Brejo (II)

Um ofício quase em extinção

Em Brejo está o único dorneiro da região, que, além de fazer dornas, tonéis e barris de madeira artesanais, dá manutenção nos alambiques. Vicente Dias mantém viva a tradição centenária da família, conservando um ofício quase extinto no Brasil. Os pequenos barris de madeira para domícilio, de 1 L, são vendidos a R$ 75. I (38) 99997-4641.

Artesanato

Do Norte de Minas Gerais

No Centro de Artesanato é possível encontrar peças produzidas em todo o Norte de Minas, como as cerâmicas do Candeal, de Cônego Marinho, e Xacriabá, da tribo indígena homônima, de São João das Missões; carrancas; miniaturas de vapores; bonecas em cabaças; papel machê; esculturas; artesanato em tecidos; e muitos outros suvenires.

Fonte: OTempo

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