Cirurgião plástico explica o porquê cada recomendação deve ser seguida

 


O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, desbancando os Estados Unidos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Só em 2018, foram realizadas mais de 1 milhão de cirurgias plásticas por aqui. Mas esse é um processo longo e cauteloso, pois vai desde a escolha do profissional, até o acompanhamento e a recuperação do paciente.

O cirurgião plástico Lucho Montellano, afirma que cada etapa é indispensável: “o paciente precisa seguir passo a passo as orientações médicas e profissionais. Isso vai ajudar na preparação física e mental da pessoa”. Ele comenta que esses cuidados pré-cirúrgicos passados muitas vezes podem ser exaustivos e meticulosos para alguns pacientes, mas eles são fundamentais antes, durante e pós procedimento.Pensando nisso, Montellano trouxe algumas recomendações fundamentais e o porquê o paciente deve seguir cada uma delas.

 

Alimentação

A alimentação tem um papel muito importante na preparação para cirurgia plástica. Conforme o especialista, uma dieta correta ajuda o corpo durante a cirurgia, além de diminuir as chances de infecções e inflamações no pós-cirúrgico. “Carnes magras e peixe são essenciais, já que estimulam a produção de colágeno, que melhora o processo de recuperação dos tecidos”, afirma.

Ele continua: “as gorduras boas, como ácidos graxos, ômega 3 e óleos vegetais também auxiliam no processo de cicatrização. É importante consumir alimentos ricos em ferro, para evitar anemia, e ricos em vitamina C, para a melhor absorção do ferro e o aumento da imunidade”.  De acordo com Dr Lucho, o bom funcionamento do intestino antes e depois da cirurgia é de suma importância, por isso deve-se ingerir alimentos ricos em fibra, que ajuda também na circulação sanguínea.

“Iogurte e leite são ricos em probióticos, microorganismos responsáveis pelo equilíbrio da flora intestinal e pela eliminação de líquidos e toxinas. Beber água e outros líquidos também é indispensável, já que é preciso manter o corpo hidratado”, explica. Para o médico, alimentos com muita gordura saturada, açúcar refinado, embutidos, enlatados e processados podem atrasar o processo de cicatrização e prejudicar o sistema imunológico. “É preciso ainda controlar a ingestão de sódio, porque o corpo pode reter líquidos e inchar”, complementa o cirurgião.

 

Exames

Antes de se fazer uma cirurgia plástica é preciso fazer uma bateria de exames. “Um dos principais é o eletrocardiograma, essencial para que o médico avalie e evite possíveis complicações durante a cirurgia”, explica.

Outros exames realizados são o de urina, hemograma, glicemia em jejum e diferentes exames de imagem, a depender do procedimento a ser realizado. “O paciente precisa fazer o exame três meses antes da operação, assim é possível ver o quadro real dele”, completa.

 

Cigarro e bebidas alcoólicas

O consumo de bebidas alcoólicas deve ser interrompido pelo menos duas semanas antes da cirurgia. “O álcool pode afetar negativamente o processo de coagulação, além de aumentar as chances de acontecer um sangramento na mesa de cirurgia”, explica Montellano.

O uso do cigarro também precisa ser interrompido. Mas neste caso, com pelo menos um mês de antecedência, já que a droga pode reduzir a oxigenação do fluxo sanguíneo. “Além disso, o paciente fica mais vulnerável a infecções, necrose, trombose, embolias e uma má cicatrização”, completa o cirurgião plástico.

 

Medicamentos

O último ponto abordado por Lucho Montellano é o uso de alguns medicamentos. “Remédios que são à base de ácido acetil-salicílico, como aspirina e melhoral, e com finalidade anticoagulante que contém ervas, como arnica ou biloba, não podem ser usados pelo menos 15 dias antes do procedimento”, explica. Ele complementa: “o uso de diuréticos e remédios para emagrecer também precisam ser cessados”.

Segundo o especialista, o uso de anticoncepcionais, diuréticos e remédios para emagrecer também precisa ser paralisado. Anticoncepcionais orais ou injetáveis devem ser interrompidos pelo menos 30 dias antes, pois diminuem a circulação sanguínea. “A interrupção desses medicamentos deve se manter por pelo menos um mês após a cirurgia”, conclui.