Parintins, sede do arquipélago das Ilhas Tupinambaranas, é um município amazonense localizado a 369 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas, na região da divisa com o Pará. É palco de uma das maiores manifestações culturais do país: o Festival Folclórico de Parintins, um duelo entre os bois bumbás Caprichoso, representado pelas cores azul e branco, e Garantido, com as cores vermelho e branco.
Com mais de 100 mil habitantes, Parintins fervilha no período do festival, quando praticamente dobra a população com os turistas que invadem a ilha. A paixão pelos bois está espalhada por todos os cantos da cidade. Residências, telefones públicos e ruas ostentam as cores dos bumbás, o azul ou o vermelho. Até a Coca-Cola, que inspirou o vermelho na roupa do Papai Noel, teve que se curvar ao fanatismo parintinense e cunhou um rótulo azul, especialmente para o período da festa, que ocorre no último fim de semana do mês de junho (sexta, sábado e domingo).
Apesar de voltada para o festival, a cidade tem outros apelos turísticos ainda pouco explorados: é cercada por belos e piscosos lagos e conta nas proximidades com praias de areias brancas, que têm seu auge no verão amazônico, entre agosto e outubro.
Além do espetáculo dos bumbás, Parintins oferece outras atrações:
Catedral de Nossa Senhora do Carmo
Projetada na Itália, conta com uma torre de 40 metros de altura e é a construção mais alta da cidade. Nossa Senhora do Carmo é a padroeira de Parintins.
Balneário Cantagalo
Localizado na comunidade do Aninga é dotado de píer, balneário, serviço de bar, restaurante e lanchonete, além de quadras de areia para futebol e voleibol, palco para shows e bosque para acampamentos. O acesso é por estrada asfaltada, com iluminação e sinalização. Durante o Festival Folclórico oferece shows de toadas dos bois Caprichoso e Garantido
Orla do Rio Amazonas
Na orla de Parintins você pode apreciar a beleza e a força do rio Amazonas, que passa em frente à cidade. Um calçadão circunda a orla, que oferece bares e restaurantes com delícias regionais.
Visita aos currais dos bois
Cada boi tem o seu curral, onde ocorrem os ensaios e são criadas as fantasias e alegorias da apresentação do bumbá.
Boi Garantido –Endereço: Rodovia Odovaldo Novo, km 1, s/n – Baixa do São José.
Boi Caprichoso – Endereço:Endereço: Rua Gomes de Castro, 685.
Mercado Municipal de Parintins
É o local indicado para experimentar o café regional, que não dispensa a tapioquinha e o “x caboquinho” (pão recheado com tucumã e queijo coalho). Não estranhe a tapioca mais grossa, com a goma diferente. Muitos restaurantes de Manaus oferecem tapioquinha feita com goma refeita da fécula de mandioca. Em Parintins, a tapioca vem direto do produtor e não tem qualquer tipo de aditivo ou processo industrial posterior. Sem contar que o tucumã, na maioria das vezes, saiu do pé no dia em que é servido. A tapioquinha fica, portanto, mais autêntica.
Lagoa da Francesa
Local onde os barcos atracam e muitos pescadores chegam com a produção do dia. A região do médio-baixo Amazonas vive, nesta época do ano, parte da piracema, com fartura de jaraqui, matrinxã, pacu, sardinha e outros peixes pouco comercializados em Manaus, como o aracu e o bodó. Por que esses peixes não lotam a cidade no período da festa? Os pescadores também são filhos de Deus e participam como integrantes dos dois bumbás. Os que estão na ativa geralmente desembarcam com o pescado no mercado municipal, em frente à Praça da Prefeitura, ou na Francesa.
Artesanato regional e indígena
Confeccionadas com raízes de árvores, palha, juta, penas e outros materiais naturais, as peças artesanais chamam atenção pela beleza. Durante o festival, as mulheres se enfeitam com cocares feitos com penas e sementes, alguns com as cores dos bois. Também são muito vendidas lembrancinhas do festival, como miniaturas dos bois e roupas.
Bumbódromo de Parintins
Inaugurado em 1988, é o palco do Festival Folclórico de Parintins. É um anfiteatro no formato de uma cabeça de boi estilizada. O nome oficial é Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes, em homenagem ao governador do Amazonas à época da inauguração, que construiu o complexo.
Praça do Cristo Redentor
Também conhecida como Praça Digital. Fica na orla de Parintins e é local de apresentações artísticas, tornando-se ponto obrigatório de passagem dos visitantes que chegam em centenas de barcos para o Festival. Este ano, esses barcos devem levar para a cidade até 45 mil visitantes.
Flutuante da Soraya
Oferece comidas regionais e também é ideal para banho no rio, situado no lago do Macurani.
Vila Amazônia
A 20 minutos de barco de Parintins, a Vila Amazônia foi o berço da imigração japonesa na década de 1930 e pioneira no cultivo da juta. Local de trilhas, igarapés e cachoeiras. Uma balsa sai diariamente do porto do Lago da Francesa para a vila.
Serra de Parintins
A Serra de Parintins, também chamada de Serra da Valéria, situa-se a 15 quilômetros de barco de Parintins (ou 1 hora de voadeira), de frente para o rio Amazonas e dentro do lago da Valéria, Oferece vista panorâmica da região. É uma pequena formação de 152 metros de altitude, circundada por espessa vegetação, que faz divisa com o Estado do Pará. O lago da Valéria é um dos mais piscosos da região e foi lá que os moradores afirmaram avistar o “chupa-chupa”, misto de alienígena e vampiro, que tem inúmeros registros de aparecimento na década de 1980.
Rio Uaicurapá
Durante a vazante, entre os meses de agosto e fevereiro, é onde se localizam as belas praias fluviais, de areias brancas que constrastam com as águas escuras. Próximo ao rio estão as ilhas do Pacoval, das Onças e das Guaribas. A praia de Itaracuera, com uma extensão de mais de um quilômetro, é freqüentada inclusive durante o período do Festival, embora esteja quase totalmente submersa. Os parintinenses costumam chamar a região do Uaicurapá de “Caribe Parintinense”, devido à profusão de ilhas com praias de areias muito brancas.
Lago Macuricanã
Integra um complexo lacustre com cerca de 40 lagos, mas é melhor apreciado no verão amazônico. Trata-se de uma reserva que atravessa diversos Municípios, com maior parte do território em Parintins e Nhamundá.
Parintins tem, nos seus arredores, os lagos do Aninga, Parananema e Macurani, ideais para pescaria, atingindo o auge entre os meses de setembro e outubro.
Como chegar:
Localizada na margem direita do rio Amazonas, Parintins só é acessível por barco ou avião:
Avião: Há voos diretos Manaus-Parintins, que podem durar 1 hora ou 40 minutos, dependendo da avião. No período do festival os voos têm várias frequências diárias. Mesmo assim, o ideal é adquirir a passagem com antecedência. Fora do período do festival, a MAP é a empresa aérea que oferece voos diários para Parintins.
Barco – A viagem demora de oito a 24 horas, dependendo da embarcação. No período do festival, os barcos de linha saem do porto da Manaus Moderna e ficam ancorados na orla de Parintins até o final do festival. O viajante pode atar sua rede e dormir no barco. Nesse tipo de embarcação, que leva em média 200 passageiros, a viagem demora entre 18h e 24h. O retorno é mais demorado, em média 24h.
As passagens são compradas em guichês no porto da Manaus Moderna, na Zona Sul de Manaus, ou direto com os proprietários dos barcos.
Além dos barcos de linha, mais lentos, também é possível chegar em Parintins nos A jato, lanchas rápidas fechadas que demoram de seis a oito horas de viagem. Nessas lanchas, que tem capacidade de até 90 pessoas, não é possível – nem necessário – pernoitar.