Compacto SPFW 48 por nossa correspondente e colunista Juliana Perrone

Bob Store.

Coleção de outono inverno 2020 inspirada no universo artístico de Hilma Af Klint, Emmma Kunz e Agnes Martin.  Pioneirismo na arte abstrata e aspecto místico e oculto que permeia seus trabalhos, foram referências para o grafismo e silhuetas presentes nesta coleção.

Essa atmosfera misteriosa e enigmática foi representada na paleta de cores, incluindo tons terrosos, beges e cores mais vivas como roxo, azul e etc.

André Boffano trabalhou a essência acolhedora e elegante da marca em peças com ar contemporâneo e versátil. O tricô e a alfaitaria são principais destaques e aparecem em o Dtexturas e volumes inusitados e com uma releitura de produtos ícones da label. Peças em seda com detalhes de pregas trazem leveza as peças, explorando também o conceito Boho de forma atual.

As bolsas trouxeram alças únicas, e com franjas o que arrematou a produção com movimento fluido na passarela.

Ainda falando sobre o universo místico da coleção, foi representada na beleza assinada por Daniel Hernandez com tranca e frizz lateral e uma make leve.

ELLUS

A Marca retorna ao SPFW com um manifesto #ellusdomore que expressa o seu DNA.  Engajada com nomes expoentes do esporte, artes, música, e luta ambiental, a Ellus que fazer mais e melhor rompendo barreiras de forma ativista e verdadeira para reafirmar a identidade e o repertório que a consagrou.

 A coleção inverno 2020 trouxe uniformes, workwear, sportswear se misturam para criar um guarda-roupa utilitário e atemporal com qualidade necessária para os dias atuais, a idéia é o consumo consciente. Masculino e feminino se fundem nas roupas em sarja, nylon, moletom, tricoline e meia malha, além de jeans e do leather denim, com uma cartela sóbria com pinceladas de laranja como ponto de luz.

Os clássicos como calça cargo, o windbreaker ou os eternos coturnos se unem aos sneakers com destaque para a nova linha, King Rubber.

 O desfile aconteceu na frente do Farol Santander, com uma trilha sonora que homenageava a cidade de São Paulo.

MODEM.

Apresentou sua coleção outono inverno 2020 com acervo da marca revisitado e trouxe uma alfaiataria desconstruída, mesclando o clássico e contemporâneo, em texturas e sobreposições.

André Boffano, estilista da marca desenvolveu a coleção após uma pesquisa sobre volumes e formas, realizando um trabalho em 3D com estruturas e modelagens já existentes, dando vida a novas proporções para as silhuetas.  As formas amplas, comprimento midi e sobreposições de materiais contracenam com tecidos tecnológicos e exclusivos, destaque também nos diferentes tipos de plissados e no xadrez.

Cartela de cores é ampla e sóbria, nuances de caqui, beges, marrom, lilás, azul, verde conversam com matizes iluminadas como o branco, metalizados texturizados, em especial o prateado. Vale ressaltar que a essa cartela de cores foi inspirada nas cores de trabalhos da ilustradora Inglesa Margareth Mee, que se dedicou a criar ilustrações botânicas da vegetação Amazônica.

Nos acessórios, especialidade da Modem, apresentou um novo modelo de bolsa, com detalhes que lembram a icônica camêra bag.  Também apresentou seus primeiros modelos de tênis.

LILLY SARTI.

No seu Outono inverno 2020 a grife apresentou referências conhecidas, porém revitalizadas, com novas abordagens. O babado por exemplo, ganha destaque no top de paetê e garante balanço extra ás saias. A elegância dos anos 70 presente na alfaiataria e brilhos que traduzem um revival ao estúdio 54.

Com um viés étnico que sempre permeia as coleções surge traduzido desta vez em jacquards coloridos, franjas de seda e botas western provocantes delineando uma silhueta ultra feminina. Shorts e baby doll dress, consagram o mini comprimento, já o macacão assimétrico e a saia longa e vaporosa vão em sentindo contrário, mostrando que a marca se conecta com todas as gerações e gosta de opções para despertar desejos diferentes.

Cartela de cores que vão do bubble gun, rosa dahlia, azul Neptune, verde palm tree, pearl pinot, praliné.

PATBO

No seu alto verão 2020, a estilista Patrícia Bonaldi, trouxe a passarela uma moda praia party, com looks em ares retrô dos anos 20 e 70, com turbantes inteiros bordados. Destaque para as estampas que remetem aos azulejos portugueses. Body com recortes estratégicos com bordados feito à mão, valorizando a silhueta feminina, trazendo poder a produção.

Outro ponto interessante foi a mistura inusitada de tecidos, como o linho e zibeline, que se destacaram nas modelagens amplas e volumosas que potencializaram o mood retrô e glam do desfile.

A estampa exclusiva da collab entre a Heaagendaz Brasil e a Patbo veio adoçar não só a passarela com bordados feitos à mão como também esteve presente nos carrinhos recheados de sorvetes da marca no backstage.

NERIAGE.

Rafaela Caniello definiu essa coleção mais emocional. A estilista começou com uma pesquisa para seu desfile com um texto do livro de poesia “Menino do Mato” de Manoel de Barros. A estilista fala dos pés na terra para definir o mood dos looks que trazem essa ideia na cartela de cores com tons areia, ocre e terra, bem como na beleza supernatural assinada por Vanessa Rozan, com o intuito de valorizar todos os tipos de beleza do casting.

A coleção trouxe um brincar com texturas nos plissados, no mix de tecidos como os casacos de lã com peças de seda e os tricôs. Os looks são alongados, a maioria monocromático ou tom sobre tom, traduzindo uma imagem chic.

REINALDO LOURENÇO

O estilista relembrou para sua coleção a nobreza das rainhas e a rebeldia dos punks, misturando referências suntuosas e românticas da monarquia do passado, atualizadas pela alfaiataria precisa e a influência de movimentos urbanos contemporâneos, só Reinaldo consegue fazer isso com tanta maestria.

Destaque para os vestidos com ilhoses, calça de alfaiataria com saia pregueada por cima e blazer, tudo preto ou tudo floral, truque de styling da calça de alfaiataria justada na canela por duas tornozeleiras com spikes, além das mangas ora bufantes, ora levemente abertas.

APARTAMENTO 03

O inverno 2020 da marca é poético como cita Luiz, diretor criativo. Ele mergulhou na estética do teatro japonês Butoh e no trabalho do dançarino e coreografo Kazuo Ohno para dar vida aos vestidos, casacos e demais peças que moldam o corpo através das formas. Destaque para as modelagens amplas de seda, tule e crepe.

Na coleção, que começa com cinza e pretos abrem o desfile, simbolizando a transição das trevas para a luz, e na luz, até o fim da apresentação vimos looks que encerram e sua fina sintonia entre festa, sports wear, como jaquetas trenchs de design contemporâneo, mas com materiais luxuosos.

FABIANA MILLAZO

O desfile teve uma parceria com um ar campestre que traduziu o mood inspirado nos jardins de Monet. Destaque para os vestidos de seda pura e estampas românticas, bordados florais em 3D e cintos bem largos marcando a cintura e valorizando a silhueta. Cartela de cores com muito beges, toques de pink e roxo. Há também um leve mood 70s, hippie com alguns vestidões usados com galocha e outros glam.

A trilha sonora contou com música ao vivo da modelo e cantora Bárbara Filho que também desfilou com um brincou maravilhoso que faz referência a um arco-íris multicolor e soma 57 quilates de pedra e diamantes, safiras e água marinha de Miranda Castro Joalheria.

Fabiana, apresentou tecidos de composição sustentável, como viscose de fio lenzing, único carbono neutral do mundo, mostrando seu comprometimento com uma moda mais eco-friendly.

ALUF

Sem sombra de dúvida gostaria de destacar com vocês minha empatia com essa marca que faz parte do projeto estufa, assinada pela estilista Ana Luisa Fernandes.

Esse foi um desfile divisor de águas para Aluf, que trabalhou em uma estética que o mercado abraçou. Essa coleção mostra uma evolução enorme que fica bem clara no trabalho com o xadrez e com o plástico reciclado e na junção dos dois em alguns looks desfilados. Além de algodão reciclado sem tingimento, porém com visual elegante e moderno, principalmente na mistura com shapes, fluídos e acinturados na mesma peça.

O início do desfile teve uma sequência de peças com volumes no quadril, que relembra uma fase vitoriana quanto enfatiza a força feminina. Nos acessórios, destaco os brincos feitos com vidro reciclado e sapatos criados com o mesmo tecido da marca by Mundo Manolita que é uma grife de sapatos que também particularmente eu amo!

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