Quem já foi criança um dia se lembra da sensação de fazer algo errado ao contar uma mentira. Apesar de fazer parte do aprendizado, mentiras são, em sua maioria, rotas de fuga ineficientes. Quando os pais e amiguinhos descobrem, os pequenos podem ficar superconstrangidos.
Questão de tempo
Existem alguns motivos que levam as crianças a mentir. É importante saber que nem sempre é de propósito. Isso, porque no período dos três aos sete anos de idade, pode haver o impulso de inventar histórias. Acostumadas com contos de fadas cheios de feitiços e dragões, a linha entre a fantasia e a realidade pode ficar beeem difícil de compreender.
Mas calma! Isso passa. Com o tempo, é necessário estar atento ao tipo de comportamento que desenvolvido. Após os dez anos, com a fase de socialização na escolinha e em função de outras atividades, pode surgir a necessidade de autoafirmação. Assim, a mentira pode ser o artifício usado para conseguir o que querem dos pais, por exemplo.
Independentemente da faixa etária, é importante saber que os rótulos devem ser evitados. Assim como a distinção entre o que é certo ou errado, a garotada está em processo paralelo de assimilação das informações. Portanto, dizer que alguém é mentiroso sugere uma característica imutável quando na realidade o comportamento pode ter sido pontual.
Como agir
De acordo com a terapeuta cognitiva comportamental Daniella Didio, é possível intervir para que a criança não se transforme em um adulto mentiroso por insegurança ou baixa autoestima. Nesse aspecto, é necessário atuar com exercícios que estimulem a comunicação assertiva e a autoestima desde a infância, além de desenvolver empatia, entender e controlar as emoções.
Dicas simples são o incentivo para que realizem sozinhas os afazeres esperados para sua idade, pois além de aprender, sentem-se capazes. Fortaleça a autoestima da criança elogiando seus esforços, por exemplo.
No entanto, quando a criança mente é importante manter uma postura aberta para abordar a situação. “Pais que gritam muito cortam o diálogo com os filhos. O comportamento autoritário e rígido pode distanciá-los das crianças, pois fecha a porta para o diálogo positivo”, afirma a terapeuta.
É fundamental que ela entenda as consequências da mentira para os outros e para si mesma. Isso pode ser feito a partir de exemplos comuns e práticos da rotina dela, para que se aproxime de sua realidade. É importante também ensiná-la a se responsabilizar por suas atitudes. Evite contar pequenas mentiras, para que o ato não seja naturalizado. Que tal dar o exemplo através de estratégias para lidar com situações sem usar o recurso?
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Fonte: https://blog.tricae.com.br