Brincar de roda, acalentar o bebê com cânticos suaves, usar de sons nas brincadeiras com as crianças, cantar, cantar, cantar e encantar. Coisas que sempre fizeram parte do universo humano, que são vitais às crianças e aos adultos também. Vitais às relações, ao fortalecimento dos afetos, ao aprendizado descompromissado, ao passar heranças culturais e valores por meio do brincar, do brincar junto, do ensinar brincadeiras que brincamos quando éramos crianças. Parece tão normal, tão natural, mas é algo que vem se perdendo ao longo do tempo.
Por outro lado estamos entendendo que precisamos voltar às origens de algumas coisas como alimentação saudável, movimentar o corpo, brincar na natureza e outras que estamos (re)descobrindo. Há um movimento cultural, digital e de pesquisas que apontam para isso e trazem materiais que se tornam ferramentas ao adulto para ele se lembrar de como é ser criança e, assim, dar à outra criança o que ela precisa. O resgate do folclore na infância é um oportunidade para isso!
elebrar o folclore significa lembrar a cultura de um povo, o que somos, o que ouvimos, o que cantamos, as histórias que contamos, a comida que comemos, a forma como nos relacionamos em sociedade. As crianças precisam desse vínculo, dessa herança, saber de onde viemos, do que brincávamos, que histórias conhecemos. E fazer isso junto com elas é maravilhoso, chega a ser mágico.
As aulas de música e o folclore na infância.
Como professora de música sempre incluo os brinquedos cantados, os brincos, as cantigas de roda, os jogos de mãos nas minhas aulas e vejo a felicidade de cada criança em descobrir aquilo e se conectar, parecendo que ela sempre soube aquele verso, aquela rima, aquela brincadeira.
Tive a oportunidade de visitar a ocupação Lydia Hortélio em São Paulo e é encantadora a forma como essa grande educadora musical estudou a fundo a brincadeira e a alma da criança. É um espaço interativo, onde crianças e adultos se divertem, conhecem e se encantam.
Valorizando o folclore em casa também! .
Mas, felizmente, não precisa ser professor de música para brincar com as crianças. Há tanta brincadeira que os pais conhecem. Então eu te convido pai, mãe, avô, avó, tio, tia, primo, prima, amigo, amiga, vizinho, vizinha a brincar com a criança que está perto de você. Vou te ajudar a lembrar algumas brincadeiras que trazem o corpo, o movimento e a música juntos : Corre cotia (ou Lenço atrás); Serra, serra, serrador; Ciranda cirandinha; Escravos de Jó; Siga o mestre; Odotecá; Lenga la lenga; Abre a roda tindolelê (de Lydia Hortélio); Alecrim; Passa anel; A carrocinha e muitos outros.
A cultura, a música e o folclore brasileiro são muito ricos e merecem ser vividos, estudados e passados para outras gerações. Termino citando o ensaísta e poeta alemão Friedrich Schiller: “o homem só é inteiro quando brinca”.
Fonte: https://leiturinha.com.br