Panelas macuxi de barro no home decor internacional
Na cultura macuxi há a tradição passada de mãe para filha da fabricação das próprias panelas. Feitas de barro, curadas em fogo a lenha aceso no quintal, elas são os principais utensílios da cozinha dessa etnia indígena que habita o Estado de Roraima, extremo Norte do Brasil. Na comunidade da Maloca da Barata, a cerca de uma hora de vôo de Boa vista, o barro que serve de matéria-prima das panelas costumava ser coletado na base de uma serra, a cada Lua cheia, com cantoria das mulheres macuxi.
E foi assim, com a tradição recebida da suas ancestrais, que Lídia Raposo, uma indígena
macuxi que reside entre Boa Vista e a comunidade da Maloca da Barata, aprendeu a fabricar panelas, fruteiras, bandejas e até petisqueiras de barro. Polidas com pedra e água e curadas no fogo a lenha, elas ganharam o Brasil e o mundo. E hoje são peças de decoração, de cozinha e, principalmente, de artesanato de alto valor. As vendas das peças, feitas artesanalmente, garantem o sustento de Lídia e sua família.
Uma panela com tampa e capacidade para cinco litros pode custar, por exemplo, mais de R$ 400. E vale cada centavo. Pela qualidade, trabalho artesanal e valor cultural agregado.
“A produção é artesanal e feita somente por mim. Cada peça leva entre uma semana até 15 dias para ficar pronta, porque depende do tempo, se está muito chuvoso demora mais para o barro secar. E tudo é feito à mão, sem forma, sem nada. Tira por tira de barro até formar a panela”, explica a própria Lídia. De perto, como tive a oportunidade de conhecer, é ainda mais bonita essa arte de criar panelas do nada, de um punhado de barro, e depois vê-la tomando forma, ganhando brilho e ficando cor marrom barro no fogo.
Para os que usam na cozinha, as panelas que vende vão do fogo ao forno tradicional ou de lenha. Para aqueles que preferem como peça de decoração, sugiro mais de uma peça de tamanhos diferentes. De uma forma ou de outra, as panelas de barro da Lídia Raposo podem ser adquiridas diretamente com a artesã, em Boa Vista, ou por telefone.
Então anote para encomendas: (95) 99129-9005.
Cozinha regional contemporânea no alto de uma serra em Roraima
A Serra do Tepequém já foi um dos maiores garimpos de diamantes do Brasil nos anos 60 e
70, até que a atividade foi proibida e o lugar, que fica a 207 km de carro de Boa Vista, capital de Roraima, se tornou um dos principais destinos turísticos do Estado com suas cachoeiras transparentes.
E ali, em meio a serras e turismo de natureza, surgiu a Pousada Donna Maroca e, com ele, o restaurante do mesmo nome. Pautado na alta gastronomia, mas com ingredientes mais que regionais, como o buriti e a bacaba, o chef Pepi assina um menu criativo e saborosíssimo.
De Capeletti de Bacaba com crosta de Pirarucu ao Risoto de Buriti com Camarão. “Eu priorizo a compra o açaí nativo do Tepequém, contribuindo para que os agricultores preservem e replantem as palmeiras. No Sul do Estado eu compro a Castanha do Brasil, diretamente dos produtores, que também é uma forma de incentivar a preservação das castanheiras pelas derrubadas para pastagem. O mesmo eu faço com o Buriti”, explica o chef Pepi.
O sucesso do restaurante que funciona na Serra do Tepequém, na Pousada Donna Maroca,
que Pepi abriu um Bistrot, que funciona na casa dele e, por isso, foi batizado de “Casa do
Pepi”. Lá o funcionamento é apenas às quartas-feiras, com um menu às cegas, onde todos os participantes são vendados. “Um experiência gastronômica literalmente cujo objetivo é fazer o cliente reviver sabores e aromas que só percebemos quando nos concentramos e
saboreamos os alimentos. O que não ocorre hoje, pois apenas ingerimos o alimento”, afirma o Pepi.
Anote para fazer experimentar quando for a Roraima ou vá apenas para aproveitar isso: (95) 99905-4497.
Trançado amazonense na revista Vogue
De um grupo de produção de artesanato no interior do Amazonas, às margens da rodovia BR-319, nasceu uma marca que tem ganhado cada vez mais celebridades como clientes e garotas-propaganda, como a atriz Grazi Massafera.
Estou falando da Teçume da Floresta, que produz bolsas de fibras naturais da Amazônia e conta com 17 pessoas, a maioria mulheres ribeirinhas, mas impacta 430 pessoas na comunidade de Teçume, localizada no município de Careiro Castanho (a 124 km de Manaus).
Com publicação na revista Vogue, a marca encanta pela qualidade do material e design das
bolsas. Surgida em 2015, a Teçume da Floresta inclui, por exemplo, capacitação dos artesãos com designers, com o objetivo de ampliar o potencial de comercialização dos produtos feitos de palha e madeira.
Para produzir as bolsas, cestarias e peças de decoração são utilizadas as fibras do cipó ambé, um tipo de touceira que cai do alto das árvores, de quase 35 metros de comprimento e que nasce naturalmente na floresta. E para colorir, o tingimento é natural, feito à base de corantes extraídos de plantas como crajiru, jenipapo e açafrão. E os tamanhos grandes podem custar até R$ 500 e podem ser enviadas em todo o Brasil e no exterior.
Essa sustentabilidade faz das bolsas um produto pra lá de pautado na economia circular e na responsabilidade ambiental, já que utiliza fibras extraídas de forma manejada e gera renda para comunidades da Floresta Amazônica.
Para comprar basta acessar o link de compras na bio do perfil @tecumedafloresta no Instagram.