No bairro dos Jardins, o imóvel de 190 m², reúne mobiliário de família, peças de design e itens garimpados em antiquários e objetos de viagens.

 

Nascida em Belo Horizonte, Carol Marra começou a carreira como jornalista, flertou com a moda desfilando em passarelas e estampando capas de revistas, até encontrar-se nas artes cênicas. Neste ano, estrela, ao lado de colegas como Ricardo Pereira e Maria Fernanda Cândido, seu primeiro longa-metragem, Odara, da diretora ítalo-brasileira Ana Cavazzana.

“Não sonhava com essa profissão, mas me apaixonei por ela. Também nunca pensei em ser pioneira em nada, foi acontecendo. Fui a primeira mulher trans a beijar na TV e, agora, a protagonizar um filme. Precisamos normalizar o corpo trans. E outros aspectos também”, reflete. “Minha casa não é um camarim, cheio de luzes e plumas. Ela é um lar, como o de qualquer outra pessoa”, acrescenta ela, que foge de rótulos, mas não deixa de lado as questões ligadas à representatividade de gênero. Na atual novela Quanto Mais Vida, Melhor!, da TV Globo, interpreta pela primeira vez uma cisgênero. “A Alice [personagem] foi um presente”, afirma.

Com ela não há meias-palavras. “Não queria morar em uma mostra de decoração. E acho cafona varanda gourmet”, diz a atriz, sentada confortavelmente na sala do seu novo apartamento de 190 m², no bairro dos Jardins, em São Paulo. Rodeada por móveis de família, peças de design, itens garimpados em antiquários e objetos de viagens, a mineira sabe que sua trajetória também se reflete na casa.

Carol relata que a reforma foi desafiadora, pois, como boa geminiana, se encheu de dúvidas na hora de tomar decisões. “Tentei fazer o projeto, no início, com outro profissional, mas não houve sintonia. Então, pensei em tocar com um empreiteiro. Não deu certo. Resolvi recorrer ao Léo Shehtman”, conta, sobre o amigo arquiteto que aportou a dose de segurança até então ausente no processo.

“Ela queria o moderno abraçado pelo rústico. Criamos uma harmonia de estilos, incluindo o clássico, enquanto atualizávamos a planta original”, comenta Shehtman, referindo-se ao visual dos tijolos aparentes em oposição às boiseries. O resultado traduz as muitas facetas da atriz, que não vê a hora de receber familiares e amigos no novo endereço. Munida da hospitalidade típica dos mineiros, Carol gosta de misturar, agregar e, sempre que pode, preparar um bom menu para os convidados. Na cozinha, não na varanda.
A matéria completa pode ser conferida na edição março da Casa Vogue, que apresenta ainda fotos da sua casa.