As maravilhas do morango

Rica em flavonoides, a fruta ajuda a manter uma boa circulação e ainda protege os neurônios

As maravilhas do morango

Não se sabe exatamente quando e como ele começou a ser cultivado em território brasileiro, mas a produção local passou a se expandir pra valer lá na década de 1960, em regiões como o interior paulista. Sorte a nossa. O morango é o grande representante das frutas vermelhas no Brasil. E as berries — nome em inglês desse grupo que ainda abrange framboesa, cranberry e amora — têm se destacado nos centros de pesquisa especialmente quando o tema diz respeito ao bem-estar da cabeça. Isso porque abrigam doses fartas de flavonoides. E já se comprovou que eles conseguem ultrapassar a chamada barreira hematoencefálica, um tecido que filtra o que pode chegar à nossa massa cinzenta.

Tendo o caminho livre por essas bandas, os flavonoides ficam livres para fazer maravilhas: favorecem a circulação do sangue, protegem os neurônios com a sua ação antioxidante e dão um gás para essas células manterem suas conexões (as sinapses). Tudo isso contribui para um cérebro afiado, capaz de arquivar as memórias com muito mais eficiência. E engana-se quem pensa que o efeito é esperado apenas entre aqueles que comem um caminhão dessas frutas todos os dias. Em uma pesquisa americana, voluntárias que consumiam aproximadamente duas porções de morango por semana aparentavam, em termos de habilidades cognitivas, ter 2,5 anos a menos do que sua idade real. Uma porção modesta para um ganho tão importante.

É verdade que os celebrados flavonoides aparecem em vários outros alimentos — laranja, cebola e maçã são alguns deles. Mas, quando provenientes de morango e companhia, essas substâncias teriam maior afinidade com as bandas do cérebro. Há pistas de que isso aconteça porque as frutas vermelhas esbanjam um tipo específico de flavonoide: a antocianina. E ela não é especial só para a cuca. Também parece atuar no equilíbrio do colesterol, isto é, na redução dos níveis de LDL, a fração indesejada, e no aumento do HDL, o tipo do bem.

Outro componente badalado do morango atende pelo nome de ácido elágico. Uma vez dentro do corpo, ele evita danos celulares. Até por causa disso, o fruto é visto como promotor da longevidade. O alimento guarda ainda uma abundância de vitamina C. Para ter ideia, em um único morango há o dobro da quantidade detectada na laranja-lima. Além de melhorar a resistência do organismo a infecções, esse nutriente é associado ao menor risco de tumores. Sem falar nas fibras, que colaboram para a manutenção das taxas de glicose e insulina — e, como consequência, na blindagem contra o diabete. Pena que o alimento é um dos maiores redutos de agrotóxicos. Quer driblá-los? Uma boa tática é investir justamente em sua época de colheita, isto é, o inverno. Nessa fase, ela recebe menos agentes químicos. Outra eventual saída é investir na versão orgânica. E lembre-se de que o morango não combina só com doces. Ele cai superbem em pratos salgados, a exemplo de saladas. Também combina com risotos e molhos para massas e misturado a ervas e afins.

O poder de outras frutas vermelhas

Groselha
Reúne potássio, fibras e vitaminas A e C. Ao natural, é um tanto ácida. Por aqui, costuma ser consumida em forma de doces e xarope, que têm pouca fruta e muito açúcar. Melhor maneirar nessa opção.

Framboesa
Também possui o bem-vindo ácido elágico. Se quiser provar sua geleia, facilmente encontrada nas gôndolas dos supermercados, prefira aquelas que listam a fruta como o primeiríssimo de seus ingredientes. Mas o melhor mesmo é abocanhar a fruta.

Cranberry
Ganhou fama devido à capacidade de evitar a infecção urinária. A vantagem de utilizá-la para essa finalidade é que, teoricamente, causa pouco ou nenhum efeito colateral. Há chás e sucos com a fruta. A polpa congelada é outra boa pedida.

Amora
Ela esbanja vitamina E e fibras. Tem mais um ponto positivo: carrega o famoso ácido elágico, que tem propriedade antimutagênica, ou seja, inibe o aparecimento de tumores. Também tem resveratrol, ligado à prevenção da aterosclerose e de problemas oftalmológicos.

Fonte: mdemulher.abril.com.br

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Adriana Monteiro