Por Eliane Mezari

A arte pautada nos pilares conceituais de percepção estética, ideias e emoções, advém da Alma. É através da Alma que expressamos emoções. Assim como todas as manifestações artísticas emanam, do que é sútil, imortal e nos diferencia dos animais irracionais. Filosoficamente a alma nos tornaria “arte divina”, criação num sopro de vida.

Não há nada mais humano do que arte. A sensibilidade é o “ motor” da criação, comparável a uma central com radares que abstrai mensagens do mundo e as decodifica livremente. A vida em si é “musa inspiradora”, inspiramos o ar em sintonia com nossos sentidos, nossas experiências e com tudo que é belo, isso nos incita a criar.

A arte pressupõe inúmeras definições e funções, já que a subjetividade artística é reflexo da subjetividade humana. No processo Inerente a vida, somos “obras inacabadas”, e a constante busca de “sentido” se expressa naquilo que produzimos de genuíno.

A inquietação com tudo que está caótico, “ dantesco” ou torto, também são fontes de inspiração, podemos por exemplo: Transformar um cenário pós guerra, numa grande tela em preto e branco, retirando as pessoas e colocando rosas vermelhas no lugar, desta forma a arte visual torna-se um ato crítico.

As manifestações artísticas são presentes para as pessoas, numa concepção humanística, para tornar a vida mais leve, bela e humanizada. Produzir uma obra passa pela alquimia e euforia da criação, do trabalho, da busca incessante de perfeição, é a preparação para a festa, “ A Vernissage”. Imagine um artista sem o espectador, aquele que será levado a refletir sobre aquilo que observa ou sobre a crítica explícita numa canção, numa tela, ou peça teatral…

Muitas pessoas ficam receosas diante de obras de arte, dizem: “Eu não entendo de arte”, entender de arte é senti-la. Uma pintura sobre a tela é inspiração e provocação, é uma proposta cultural, então diante dessas “ janelas”, onde se expõe a alma, as pessoas só precisam se sentirem tocadas de alguma forma. Não precisam entender de técnicas ou da história da arte.

O convite para apreciar arte visual, está nas galerias, museus, nas ruas, nos muros, onde  somos capturado em nosso cotidiano, de dentro do ônibus, caminhando ou parado no trânsito.

Naquele momento de surpresa somos aquecidos por uma imagem, uma mensagem em cores, que tinge o acinzentado das metrópoles. A arte tem em si o poder da pausa, deixar-se envolver é quase uma meditação, poderá levar a uma viagem interna, ao senso crítico, a um novo olhar, uma nova perspectiva.

A arte passa a ser sua, assim que você lança seu olhar sobre ela.