O obstetra e ginecologista Carlos Enrique Campos Asenjo conta como o amor inexplicável das mães por seus bebês o influenciou a seguir na especialidade.
Poucas experiências na vida são tão emocionantes e marcantes quanto dar à luz. E se tem alguém que pode acompanhar de perto a beleza desse processo, desde o momento em que uma mãe descobre a sua gravidez até a primeira respiração do bebê fora da barriga, esse alguém é o obstetra.
“Todos os médicos passam por um estágio na obstetrícia durante a graduação. Foi uma boa experiência que eu tive nesse período, nela descobri como as gestantes têm um amor inexplicável por um ser que ainda não conhecem. A partir dali, vi que a obstetrícia é um ramo da medicina cercado de muito amor e ternura. Foi então que decidi qual seria minha especialidade”, conta o médico Carlo Enrique Campos Asenjo, que é Coordenador de Ambulátorio de Obstetrícia na Samel e atende nos hospitais Adventista e Santa Júlia..
Especialista em ginecologia e obstetrícia, com pós-graduação em cirurgia minimamente invasiva e cirurgia ginecológica endoscópica, Carlos Enrique revela que a escolha não poderia ter sido mais acertada.
Segundo ele, poder ajudar uma mãe a dar à luz e estar presente no momento mais importante da família, é uma sensação de imensa felicidade. “Trazer uma vida ao mundo não tem preço, é algo que faz todo nosso esforço e trabalho ser recompensado. Pura gratidão”, comentou o especialista.
Obstetra humanizado
Quando questionado sobre o que faz dele um obstetra humanizado, Carlos Enrique responde modestamente: “acredito que todo obstetra é humanizado“. O profissional defende, contudo, que, infelizmente, muitos colegas de profissão não podem trabalhar nas melhores condições possíveis que a função exige. “Mesmo assim, com todas as limitações, sempre tentamos dar o melhor para as nossas pacientes”, completou.
Somado ao seu trabalho, Carlos Enrique dá crédito também para outros profissionais que ele considera essenciais em um parto humanizado: a doula e uma fisioterapeuta. “As doulas são de extrema importância no acompanhamento conjunto na gravidez, são o suporte emocional de nossas grávidas. Já as fisioterapeutas ajudam no exercício de relaxamento e também com analgesia não invasiva na hora do parto”, destacou o mé- dico.
Desafios pandêmicos
De acordo com o especialista, por conta da pandemia, a obstetrícia teve de lidar com uma doença desconhecida que trouxe diversas alterações hepáticas, renais, transtornos de coagulação e outras mais que pode- riam mudar o curso de uma gravidez.
“Na hora do parto, a biosseguridade foi extremamente rigorosa, tanto com o obstetra quanto com a paciente, sempre com o objetivo de manter as normas para evitar um possível contágio”, afirmou.
Entretanto, a nova realidade trouxe também novas tecnologias para lidar com problemas sérios, como a alta taxa de mortalidade materna.
“Algumas escolas europeias estão fazendo estudos sobre ultrassom neurológica fetal, a fim de encontrar alterações devido à infecção materna por Covid-19. De toda forma, o pré-natal é uma área em constante mudança. Cada vez mais agregamos novos profissionais para construir uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de proporcionar a tão sonhada gravidez e um parto saudável para todas as mães”, concluiu Carlos Enrique.