Dr. Silas Alencar aborda a questão do pet como um ente querido da família e nos fala sobre a importância do médico veterinário.
Qual o motivo de você ter escolhido ser médico veterinário?
Na verdade, meio que aconteceu por acaso. Queria ser advogado, porém sempre gostei de animais. Convivi com animais desde criança quando eu viajava para sítios, criamos sempre cachorros, gatos e etc. No meu caso foi meio que uma casualidade, na verdade diria que foi o destino que me levou a trabalhar em uma clínica veterinária no ano de 2000. Acabei tomando gosto pela profissão e hoje já estou a quase dez anos formado.
Para ser um bom médico veterinário basta gostar de animais?
É imprescindível, tem que gostar de animal. Mas também tem que saber separar a parte emotiva na hora de tratar. Isso também vale para o clínico, o cirurgião, tem que separar as coisas. Não pode deixar o lado emotivo atrapalhar o profissional, isso é muito importante. Mas é de suma importância que se goste de animal, porque o animal não é teoricamente igual ao ser racional que vive fazendo coisas erradas, mas o animal não, é tudo instintivo. Então tem que entender, respeitar e aceitar isso deles, tem que gostar do que faz e eles retribuem da forma deles.
Cite as principais dificuldades na sua profissão?
A dificuldade que visualizo nessa profissão como clínico, na parte de cirurgia, é fazer com que também entendam que as coisas evoluíram. Assim como houve evolução na medicina humana, também há necessidade de que seja empregado na medicina veterinária. Então, nós temos profissionais que agora atuam na parte de anestesia. Também temos os exames hoje para auxiliar, porém ainda tem algumas pessoas que ainda não utilizam todas essas ferramentas. Na minha opinião, uma das dificuldades que se encontra na profissão é a questão da pessoa querer baratear uma coisa da vida. Por exemplo, quando incluímos no orçamento o serviço do anestesista, o proprietário acha que está pagando mais caro que em outra clínica que não tem o mesmo profissional e cobrou mais barato. Isso é uma das outras dificuldades, mas na minha concepção, a culpa é da classe que não está evoluindo junto, todavia é algo que daqui a pouco as pessoas terão consciência disso. Os profissionais já atuantes e os novos que estão entrando, devem mostrar o que há de melhor e o que é certo a ser feito pela vida dos pets.
A medicina Veterinária vem evoluindo muito nos últimos anos. Sente falta de algo?
Realmente evoluiu muito. Antigamente não tinha raio-x, não tinha também exame laboratorial. Tudo tinha que ser realizado em laboratório humano. Hoje já tem um amparo muito bom na parte de exames complementares, mas ainda tende a evoluir mais. Basta a classe veterinária ter consciência e saber usar, explicar para o proprietário que é necessário para ter um diagnóstico mais rápido e mais preciso, e assim tratar rapidamente até sanar a doença. Pois o mesmo quer ver o pet saudável, então o que falta realmente é a consciência da classe para explicar e usar tudo o que foi evoluído até hoje.
Fale um pouco da importância do médico veterinário.
O veterinário é responsável pela sanidade, tudo que envolve a saúde animal e a saúde da população tem que passar por um veterinário. A carne que se come por exemplo, tem que passar por uma inspeção de um veterinário, queijos e derivados tem que ter a liberação do mesmo, então ele é o responsável pela sanidade desses produtos oriundos de animais. No caso de controle zoonose, ele tem que fazer a notificação. A importância do veterinário é notificar essas doenças, como zoonose, raiva, leishmaniose, etc. Nós somos os pediatras dos entes queridos de casa que são os nossos pets. Hoje o proprietário chega e fala que está no pediatra do filho dele. Não falam “pelo do meu cachorro” e sim “o cabelo do meu filho” e olha o peso da importância que nós temos. O animal é um ser de dentro de casa e temos a missão de dar saúde para esses seres que cobrem com afeto as pessoas que sentem falta da afetividade humana. Cada vez mais existem animais que são companheiros, por isso é um peso a responsabilidade que nós temos dentre as demais.