Todas as experiências que os nossos filhos vivenciam são importantes para o desenvolvimento deles. Com a alimentação das crianças não é diferente Você sabia que a consistência e a textura dos alimentos pode influenciar no processo de de evolução da fala e da linguagem dos nossos pequenos? Pois é!
No texto da coluna de hoje, a Raquel Luzardo, fonoaudióloga e diretora da clínica FONOterapia, nos explica como que os alimentos contribuem para que os nossos filhos desenvolvam as articulações e movimentos que vão contribuir com a fala deles no futuro.
Quero lembrar também que é muito importante incentivarmos a boa alimentação das nossas crianças. Por isso, saiba o que não dizer durante as refeições para evitar traumas alimentares (sim, é bem sério, gente!).
Agora, confira o texto abaixo.
É muito bom provar uma comida diferente, não é? Mas para muitas crianças isso nem sempre é um prazer, principalmente as que dão mais trabalho pra comer. Além da questão nutricional, a consistência dos alimentos é importante porque interfere no crescimento dos órgãos da face e, consequentemente, na produção dos sons da fala e no desenvolvimento da linguagem. Por isso é indispensável que a alimentação da criança seja adequada no sentido de proporcionar oportunidades para o exercício da mastigação e estimulação oral.
Tem também as crianças que comem de tudo, contanto que esteja bem molinho, tudo tem de passar pela peneira ou pelo liquidificador e haja imaginação para cozinhar pra elas. É o caso da Ana, mãe do Henrique, 6 anos. Ela chegou no consultório e contou que foi orientada a passar a papinha do filho na peneira. Mas a consequência não poderia ser pior… Henrique demorou pra falar, só com dois anos e meio, e até hoje troca alguns sons. E até pouco tempo não conseguia comer alimentos sólidos, além disso o intestino dele não funcionava direito.
Além do atraso no desenvolvimento da fala, ele apresentava também hipersensibilidade aos alimentos. Se a mãe oferecia uma cenoura, ele não conseguia segurar, sentia aflição ao mastigá-la. Em poucos meses de terapia, Henrique evoluiu muito. A mãe conta que hoje ele é outro menino, já fala melhor, consegue mastigar, sentir os alimentos e o intestino funciona todos os dias, que a professora da escola, os amigos, a família, todos percebem a melhora do menino. E eu fico toda orgulhosa das conquistas do pequeno Henrique!
A consistência adequada dos alimentos oferecidos ao bebê é muito importante para que ele possa exercitar várias funções como a sucção, a mastigação, a deglutição (engolir) e a respiração. Dessa forma, todas as áreas do corpo responsáveis por essas funções podem receber o estímulo adequado e na hora certa. A mastigação exige uma dissociação de movimentos da língua, lábios e mandíbula, que é importante para a preparação da musculatura responsável pela articulação dos sons da fala.
As causas de problemas alimentares mais comuns na primeira infância são atraso de linguagem, troca de sons na fala e falar com a língua entre os dentes. O acompanhamento terapêutico pode ser realizado para prevenção ou reabilitação de diversos distúrbios da comunicação.
AQUI VÃO ALGUMAS DICAS PARA A ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS.
- As sopas devem ser amassadas com um garfo. Usar o liquidificador ou mixer pode prejudicar a criança nessa fase de transição.
- Quando aparecerem os primeiros dentinhos, a criança já pode comer pedacinhos de carne, bolachas e outros alimentos mais sólidos. É nessa hora que os pais devem incentivar o bebê a provar as novidades que aparecem no prato.
- É importante que a criança esteja sentada a mesa e preste atenção no que está comendo. Comer em frente à televisão ou brincar entre uma garfada e outra só atrapalha. Eles precisam entender que é importante se alimentar bem.
- Não esqueça de fazer elogios a cada alimento que for acrescentado ao cardápio do seu filho e mostre que cada vez ele está comendo mais coisas gostosas e ficando mais saudável.
ORIENTAÇÕES PARA A ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS.
0 a 3 anos ⇨ A alimentação na primeira infância é muito importante. Siga o ritmo do bebê e vá seguindo cada fase, acrescentando novos alimentos. A fase de transição entre o líquido e o sólido requer muito cuidado e atenção.
3 a 6 anos ⇨ O exemplo dos pais a mesa é fundamental. Se a criança ver que seus pais não comem verduras e saladas ela vai achar que também não precisa desses alimentos.
6 a 9 anos ⇨ Nessa idade a criança pode ficar mais enjoada e seletiva para comer. Por isso, é importante que ela aprenda a comer de tudo desde pequena, para não dar trabalho mais tarde.
Seja por dificuldade ou por um comportamento aversivo, a criança que não come precisa de ajuda. Quanto antes a intervenção acontecer, menores serão as consequências dessa privação sensorial para o desenvolvimento físico, emocional e da fala do pequeno.
Fonte: https://www.macetesdemae.com