A Importância do seu Pediatra

Dra. Mariana Barbosa Bandeira de Melo

 

CRM: 7036

 

FORMAÇÃO: Formada em Medicina há 6 anos pela faculdade Nilton Lins. Pós Graduada em Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal pelo Instituto Terzius em Campinas – SP. Cursou residência Médica de Pediatria em Boa Vista – RR.

 

Ter um filho exige cuidados, e na fase de recém-nascido, os olhares dos pais precisam estar muito mais atentos. Quem afirma é a pediatra Mariana Bandeira. A saúde de uma criança pode ser definida, inclusive, por meio da nutrição dos próprios genitores.

 

1 – Quando os pais devem procurar um pediatra?

A criança deve ser acompanhada pelo pediatra desde o nascimento em consultas de rotina, e de urgência quando apresentar um dos sinais de alerta: febre que persiste por mais de 72h; vômitos persistentes, somados a não aceitação de líquidos e diminuição da  diurese, mesmo após medicação; queda do estado geral – criança que está “gemente”, “caidinha”, mesmo após a febre ter cessado; manchas ou pintas vermelhas no corpo; falta de ar ou cansaço apesar das medidas feitas em casa; sinais de desidratação ou de desconforto respiratório. E sempre que a mãe achar que tem necessidade, se sentir insegura, aflita e precisando conversar e tirar dúvidas. “Ninguém fala mais alto do que coração de mãe”. O pediatra sempre está à disposição para esclarecer tudo o que está acontecendo e poderá acontecer com seu filho (a).

2 – A partir  de que idade e até que idade devemos levar nossos filhos a um pediatra?

A partir de seu nascimento até os 15 anos. No primeiro ano de vida em consultas mensais, que damos o nome de Puericultura, para acompanhar os marcos de crescimento e desenvolvimento do bebê. E a partir de 1 ano, em consultas semestrais até os 15 anos de idade, para acompanhar seu desenvolvimento, e quando necessário, triando e antecipando possíveis patologias e diagnósticos.

 3 – Qual o primeiro conselho que a senhora dá para uma mãe de recém nascido numa primeira consulta ao pediatra?

Estimulo o aleitamento materno. O leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o bebê necessita para ser saudável.

Além de conter determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, tais como anticorpos e glóbulos brancos, promovendo proteção de certas doenças e infecções.  Amamentar promove o estabelecimento de uma ligação emocional, muito forte e precoce, entre a mãe e a criança, designada tecnicamente por vínculo afetivo. Atualmente, sabe-se que um vínculo afetivo sólido facilita o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com as outras pessoas. Amamentar não é apenas nutrir seu bebê com alimento. Amamentar nutre seu bebe do toque. Amamentar nutre seu bebe de afeto. Amamentar nutre seu bebe de olhar que sustenta.

4 – Como saber a quantidade correta de amamentação?

Não existe uma quantidade correta. O bebê tem que mamar em livre demanda.

Quando o bebê está dentro do útero ele respira pelo cordão umbilical, e faz isso em livre oferta. Então o bebê nasce e cortam o cordão umbilical e ele respira em livre demanda, não de 15 em 15 minutos. Na gestação, o bebê também recebe o alimento pelo cordão umbilical em livre demanda, então alguém corta e fala que só vai mamar de três em três horas? Por isso, o bebê precisa mamar quando desejar. Isso não significa que precisamos oferecer o seio a cada chorinho do bebê, embora não tenha nada de errado nisso, porque nas primeiras semanas é bem provável que isso aconteça naturalmente.  Além de não controlar a frequência da mamada, também não é controlado quanto tempo o pequeno ficará em cada seio. A orientação é que o bebê esvazie um seio e só depois passe para o outro. O leite muda durante a mamada. O anterior é mais rico em água e lactose, o intermediário tem mais anticorpos, enquanto o do final possui maiores quantidades de gorduras, que faz com que o bebê ganhe peso.

5- Após o desmame, quais os primeiros alimentos que devem ser incluídos na dieta infantil?

Quando o bebê completa os seis meses de idade as necessidades nutricionais mudam e o leite materno precisa ser complementado com alimentos. O bebê que só toma fórmula (leite artificial), e não leite materno, também recomenda-se esperar até os seis meses para introdução de novos alimentos. A produção de enzimas digestivas aos 6 meses torna-se suficiente para digerir outros alimentos fora o leite materno, e o organismo da criança está mais forte para combater eventuais infecções ou alergias causadas pela alimentação.  Nessa idade a criança tem maturidade fisiológica e neurológica para deglutir alimentos semissólidos. O reflexo de protrusão da língua está atenuado, o que facilita a ingestão de alimentos bem cozidos, amassados e raspados. Inicialmente a nova dieta deve ser uma papa de frutas após a primeira mamada do dia. Na segunda semana é introduzida a segunda papinha de frutas no período da tarde. Nas primeiras papinhas doces use frutas,  como banana, mamão, maçã e pera. Sempre amasse o alimento ou raspe, nunca liquidifique ou peneire, a criança deve receber as fibras e exercitar o movimento da boca e da língua com pedacinhos macios de alimento.

6 – A nutrição dos pais podem alterar a saúde dos filhos?

Sim. Foi comprovado que doenças crônicas podem sem prevenidas por várias gerações através de modulação epigenética mediada pela nutrição. Epigenética são variações não-genéticas adquiridas durante a vida de um organismo e que podem frequentemente ser passadas aos seus descendentes. Uma mãe ou pai com genes que predispõe à obesidade, diabetes ou câncer, se tiver acompanhamento clínico-nutricional e, portanto, obtiver alterações em seu estilo de vida, antes mesmo de engravidar, poderia reverter estas heranças que chamamos de transgeracional. Pais com estilo de vida sedentários, com hábitos alimentares inadequados, tabagistas, alcoolistas ou dependentes de outras drogas já sabem que estão influenciando de forma negativa no desenvolvimento da epigenética de seus filhos.

 7 – Quais as suas dicas para criarmos “crianças como crianças”?

Acredito que não precisamos de pesquisas científicas e nada muito elaborado para saber como criar crianças hoje. Os psicólogos de Harvard afirmam que pais que criam crianças “boas” fazem 5 coisas. Passam tempo com seus filhos, falam com eles, mostram a seus filhos como resolver problemas sem se estressar com o resultado, mostram gratidão aos filhos regularmente e ensinam seus filhos a expandirem a visão. Penso que criança tem que correr, cair, levantar, ralar o joelho, bater a cabeça, andar descalça, chorar e ter liberdade de expressão.

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