Querida leitora, você provavelmente está lendo este artigo “roubando” cinco minutos do seu dia caótico, entre uma reunião online e a tarefa escolar do filho que ficou para última hora. E adivinha? Isso já diz muito sobre você e sobre nós, mulheres modernas.
O tema que mais bombou nas redes esta semana foi justamente sobre limites e autodeferimento – ou, em português claro: aprender a dizer “não” sem sentir que estamos cometendo um crime federal. É quase cômico como nós, mulheres entre 35 e 64 anos, dominamos empresas, criamos filhos incríveis, mantemos casas funcionando como relógios suíços, mas travamos na hora de recusar aquele almoço de domingo na casa da tia que sempre critica nosso peso.
Somos PhD em cuidar dos outros e analfabetas em nos proteger. E não, isso não é drama – é um diagnóstico.
Você já percebeu como o cansaço virou nosso estado natural? Acordamos cansadas, trabalhamos cansadas e vamos dormir exaustas, mas ainda assim dizemos “sim, posso ajudar” quando a colega pede para cobrir seu turno porque ela “realmente precisa”. Enquanto isso, sua ansiedade grita no fundo da mente e seu sono, que já é terrível, piora ainda mais.
Esse comportamento não é virtude, é sintoma. Um sintoma de que colocamos todos à frente de nós mesmas, até nosso corpo e mente gritarem “BASTA!” na forma de burnout, transtornos de ansiedade ou depressão.
A boa notícia? Dizer “não” é uma habilidade que pode ser aprendida como qualquer outra. E não, você não vai se transformar em uma vilã de Disney só porque recusou fazer o jantar para 15 pessoas em uma reunião de família de última hora!
Comece pequeno: pratique frases como “Preciso verificar minha agenda” em vez do automático “Sim, claro!”. Estabeleça um ritual de autoavaliação antes de responder pedidos: “Isso cabe na minha realidade sem me sobrecarregar?”. E lembre-se: cada “não” para os outros pode significar um “sim” para você.
Como médica e mulher que também já se viu nessa armadilha da superexigência, quero que você saiba: estou aqui para te ajudar a sair desse ciclo adoecedor. A sociedade nos vende diariamente a ideia da “mulher maravilha” – aquela que dá conta de tudo, sem nunca fraquejar. Mas a que custo? O preço tem sido nossa saúde mental, nosso sono, nossa alegria, nossa própria essência.
Nessa busca incessante por sermos perfeitas, estamos adoecendo coletivamente. Os consultórios estão lotados de mulheres exaustas, ansiosas, deprimidas – todas tentando entender onde erraram, quando na verdade o erro está na expectativa impossível que carregamos.
Meu compromisso é com a cura emocional. Com seu direito de respirar, de existir para além das suas funções. Não estamos juntas nessa coluna por acaso – estamos porque chegou a hora de recuperarmos nossa saúde e vitalidade, começando por dizer “não” para o que nos drena e “sim” para o que nos nutre.
Na próxima semana, continuarei esse tema com exercícios práticos para implementar limites saudáveis. Até lá, experimente recusar pelo menos uma coisa que normalmente aceitaria por puro impulso. E depois, me conte como foi essa pequena revolução pessoal.
Porque, no fim, cuidar de si não é egoísmo – é o investimento mais inteligente que uma mulher pode fazer.
Estou aqui com você, em cada passo desse caminho de autodescoberta e cura.
Por Dra. Ana Paula Amanajás
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