Sabe aquele lugar que mal chegamos e já queremos voltar? Pois bem, Maués é esse lugar.
Distante 267 km de Manaus e acessível somente por via fluvial e aérea, a cidade é conhecida por ser a terra do guaraná. Mas ela é muito mais.
Sabia que Maués é conhecida por ser uma cidade longeva? Isso mesmo! Uma pesquisa do Dr. Euler Ribeiro – médico há mais de 50 anos, Phd em Geriatria e Gerontologia, referência no Amazonas – mostra que a cidade possui o dobro da média nacional octogenária. Será que é por causa do guaraná, Patrimônio Cultural do Amazonas?
Mas, muito além do fruto, Maués é um paraíso de natureza e cultura. Seu nome tem origem no tupi, mesmo nome de uma das populações originárias, os Mawé. Eram dois povos que habitavam a região, os Sateré Mawé e os Mundurucus, com convívio marcado por conflitos de natureza cultural.
Além de toda a produção do guaraná, a cidade também é produtora de um óleo vegetal muito importante na indústria de perfumaria, o óleo de Aniba roseodora, conhecida por nós como Pau Rosa. Esse óleo é conhecido por ter alta concentração de linalol, um importante fixador de perfumes. Eu conheci de perto uma fazenda de Pau Rosa autossustentável, desde a plantação, passando pela colheita e extração do óleo. Foi maravilhoso ver como uma pessoa visionária pode fazer muito pela floresta em pé.
Com água cristalina esverdeada, do rio Maués-açu, e paisagens de tirar o fôlego, a cidade é um pedaço do paraíso, principalmente no período em que as praias, de areia fina e branquinha, aparecem (de Setembro a Março). As duas principais são a da Maresia e Antártica, por estarem dentro da cidade, na orla da avenida Beira-rio.
Se você quer uma imersão entre natureza e cultura, seu lugar é a ilha de Vera Cruz, que fica em frente à cidade, a dez minutinhos de lancha. A paisagem paradisíaca apresenta um sítio arqueológico a poucos metros da água. Não se assuste se você estiver se banhando na praia e encontrar um artefato na areia, o sítio arqueológico é super aparente. A um ano, a população do lugar se organizou e colocou em funcionamento um museu comunitário, que abriga peças de aproximadamente 400 anos.
Outro ponto alto é o pôr do sol, que quase todos os dias dá um espetáculo. Uma beleza incrível.
A cidade tem boas opções para refeições, hotéis bem arrumadinhos e um atendimento muito bom. Fiz uma degustação de cachaças e licores no Barão do Guaraná que é imperdível.
Outro passeio imperdível é a travessia de balsa até a comunidade Santo Antônio dos Moraes. Uma comunidade acolhedora, a margem de um lago e com muita fé, perceptível de longe, pela enorme estátua de Santo Antônio que dá as boas-vindas a quem chega. A comunidade está sendo desenvolvida para trabalhar com o turismo de base comunitária (amo), com a prestação de serviços e produção de artesanato. Lá tomei um café da manhã maravilhoso, com muitas comidas regionais e um atendimento muito cordial e caloroso.
E é perfeita para um feriadão, com muita natureza, aqui dentro da Amazônia.