Não se trata de ir a um restaurante experimentar comidas exóticas. Visitar o Biatuwi é uma experiência completa, um mergulho na cultura indígena de etnias do Amazonas.
Instalado em um casarão do século 20, no centro histórico de Manaus (Rua Bernardo Ramos, 97), o restaurante Biatuwi – que tem o nome na palavra dos povos tucano, que significa quinhapira ou caldo de pimenta – ele reúne sala de constelação, venda de xaropes de plantas medicinais da Amazônia, artesanato em palha e panelas de barro, uma sala de “benzimento” para consultas com um pajé e o restaurante em si.
Este último espaço, a sala do restaurante, tem capacidade para atender até 15 pessoas ao mesmo tempo, e oferece gastronomia tipicamente indígena preparada por indígenas do Alto Rio Negro, com consultoria da chef Débora Shornik, Na cozinha, aberta para o salão, é possível ver os pratos sendo preparados, como o principal deles: a Quinhapira de Matrinxã, um caldo feito com base de peixe matrinxã e três tipos de pimentas, entre elas a malagueta, acompanhado de beiju envolto em folha de bananeira e uma porção de formigas torradas.
Ainda consta no cardápio a versão vegetariana da Quinhapira, que em vez de peixe, leva batata doce e cará roxo. Além de Mujeca de Peixe com Umari. Não espere encontrar carne bovina ou aves, a culinária indígena tradicional é muito baseada em peixes e ervas. Mas é uma viagem de sabores, pela riqueza de temperos.
“Este sábado vamos lançar mais um prato: a caldeirada de peixe com frutas. A nossa ideia é ir colocando aos poucos as comidas tradicionais do nosso povo para que as pessoas possam experimentar. Os caldos sempre são feitos com pimentas, mas também podemos servir com pouca pimenta quando o cliente pedir”, explica João Paulo Barroso, idealizador do projeto Biatuwi.
As comidas vêm todas servidas em cuias, mas com talheres e serviço de mesa impecáveis. O ambiente, original e sem muita decoração, coloca a gastronomia dos índios tucano como protagonista. Um prato cheio – desculpem o trocadilho – para os apreciadores de novas experiências gastronômicas.
Para beber, o famoso aluá – casca de abacaxi fermentado e adoçado com caldo de cana. Além do sapo, o guaraná em bastão dos povos sateré-maué ralado e acrescido de água. Água mineral e cerveja artesanal de Sarapó também entram no menu de bebidas.
O restaurante abre para almoço e jantar, de terça a sábado, com reservas pelo fone (92) 98832-8408.