Além do tema autoestima, a cantora também falou sobre desafios na carreira, preconceitos e aprendizados

Foto: Antônia Frering por Gerard Giumé

Nesta quarta-feira, 01, Preta Gil participou de um bate-papo em live com Antônia Frering, onde foram abordados os desafios no decorrer dos 18 anos de carreira, relação com a família, consciência racial, questões opressivas e sua recuperação da Covid-19.

Foto: Preta Gil / Divulgação

Filha de Gilberto Gil e da empresária Sandra Gadelha, Preta cresceu no berço da música, mas decidiu abrir mão de sua paixão após passar por um episódio traumático. “Aos 15 anos perdi meu irmão [Pedro] durante um acidente de automóvel e me revoltei com a música”, desabafa. O acidente a tirou do trilho, e a cantora, na época ainda adolescente, foi morar em São Paulo para trabalhar na agência de publicidade de um amigo da família.

A experiência foi positiva para Preta, que desenvolveu diversas funções e descobriu talento como produtora. Porém voltou ao Rio de Janeiro ao descobrir uma gravidez precoce, aos 19 anos. E começou a trabalhar em outra produtora [hoje a produtora Conspiração Filmes]. Precisou fazer muita ponte-aérea para conseguir ficar perto do seu filho, o Francisco Gil, ainda bebê.

A virada de carreira aconteceu aos 29 anos, quando se percebeu infeliz na profissão. Ela sonhava constantemente com o seu irmão Pedro pedindo para que voltasse pra música. Preta levou os sonhos e sentimentos para a terapia e entendeu que aquele era o momento de dar um novo rumo em sua vida. A cantora redistribui as responsabilidades para os sócios e em 2002 se dedicou ao lançamento do seu primeiro e polêmico disco, o Prêt-à Porter. “Nessa época não existia os temas que discutimos hoje. Se este álbum fosse lançado agora, eu seria considerada uma mulher empoderada”, observa.

Apesar das críticas negativas ao seu seminu na capa do disco, que na época desviou a atenção de suas músicas, Preta considera importante esta fase de sua vida. “Isso mostra que lá atrás eu sofri muito com o racismo e gordofobia”, aponta.

A cantora revela que antes de trabalhar o autoconhecimento e outras culturas, foi preciso trabalhar sua identidade para se sentir aceita dentro de um padrão, e destaca a importância em buscar conhecimento para enfrentar opressões sociais.

Nesta pandemia, Preta foi uma das primeiras pessoas públicas a serem infectadas pelo Covid-19. Ela ressalta como foi um período de muito medo. Hoje, já curada, aproveita o momento para falar sobre o assunto, e principalmente ajudar a angariar fundos para famílias em situações de vulnerabilidade. “Estamos vivendo um levante, um aprendizado constante. Quem não sair da pandemia diferente não entendeu nada!”, conclui.

A entrevista completa na íntegra no link: https://www.instagram.com/p/CCHSKLIJ1Nb/

Fonte: Index Conectada