E na nossa segunda coluna da EM VISÃO Digital, vamos falar de um assunto que as vezes acomete os homens que é a ginecomastia que é o desenvolvimento anormal da glândula mamaria nos homens. Normalmente é uma condição fisiológica e transitória em jovens e idosos. Quando presente, está associada a alterações hormonais provocadas por doenças ou uso de drogas farmacológicas ou ilícitas.
Há casos onde não ha o aumento da glândula mamária, mas sim o acúmulo de gordura localizada nesta região, sendo denominado pseudo-ginecomastia ou lipomastia.
O desenvolvimento desta glândula no homem ocorre devido a um desequilíbrio na relação dos hormônios masculinos e femininos.
Este desequilíbrio hormonal acontece naturalmente nos períodos neonatal (logo após o nascimento), adolescência/ puberdade e velhice. A ginecomastia nestas fases é transitória e recomenda-se observação do paciente.
As causas não fisiológicas da ginecomastia podem ser divididas em patológicas, medicamentosas e uso de drogas.
Dentre as causas patológicas destaca-se a cirrose hepática, o hipertireoidismo, a insuficiência renal crônica e algumas neoplasias.
Diversos medicamentos associam-se à ginecomastia, como algumas classes de anti-hipertensivos, finasterida, as anfetaminas, anti-psicóticos, além dos esteroides anabolizantes entre outros.
O uso regular e frequente de álcool e maconha são comumente associados à ginecomastia, que leva secundariamente à redução da função hepática e aumenta a conversão fisiológica que ocorre no fígado de hormônios masculinos em femininos.
Se esta condição te incomoda, o primeiro passo é diferenciarmos se há o aumento da glândula mamaria ou apenas acúmulo de gordura local, podendo haver a associação entre os dois.
A ultrassonografia das mamas e exames laboratoriais são rotineiramente solicitados.
Apesar da investigação minuciosa em muitos pacientes não se consegue determinar a causa, sendo classificada como Ginecomastia idiopática.
O tratamento deve ser direcionado a tratar a causa da hipertrofia da glândula, seja ela por alterações hormonais, uso de medicamentos, e nos casos onde há o acumulo de gordura, tratar o sobrepeso caso esteja presente. Neste momento faz-se necessário acompanhamento multidisciplinar.
Associado a isso, caso não haja a regressão após o tratamento da causa, realiza-se a cirurgia para correção da ginecomastia. As técnicas cirúrgicas podem envolver a remoção da glândula hipertrofiada através de uma incisão periareolar, associada ou não a lipoaspiração local para remoção de tecido gorduroso localizado.
A recuperação tende a ser rápida, com baixos índices de complicações, e rápido retorno ao trabalho, mas deve-se fazer o uso de malha compressiva e afastamento das atividades físicas por um período a ser determinado em consulta.
Dra. Marcia Gabrielle Pereira
Cirurgiã Plástica
CRM-AM 7825
RQE 4815