Por Átila Rodrigues de Freitas 

A fisioterapia é um dos grandes campos que compõem as ciências da saúde. Ela visa, de maneira simplificada, ajudar os pacientes a lidarem com suas condições de base, prevenindo sequelas e melhorando a qualidade de vida de cada um deles – através da elaboração de planos terapêuticos individualizados. Assim, o fisioterapeuta pode atuar das mais diversas formas e em diferentes cenários, sendo o hospital, com foco na unidade de terapia intensiva, um deles. 

 

No contexto atual, esta profissão acaba ganhando destaque justamente por seu papel fundamental no combate direto à pandemia. É importante notarmos que estamos aprendendo diariamente, à medida em que novos estudos e informações sobre a doença são divulgados. Devemos ser, antes de tudo, cautelosos para não corrermos o risco de lesar o princípio da não maleficência, que percorre também a medicina, a enfermagem, e outras tantas áreas. 

 

Especialmente enquanto não há resultados confirmando o real benefício de medicações para o tratamento da desordem, é imprescindível o reconhecimento da relevância de um suporte adequado ao paciente. Em outras palavras: da criação de um ambiente favorável para que ele consiga combater a infecção com seu próprio sistema imune. 

 

Apesar da evolução constante do conhecimento, nós entendemos desde já que um dos grandes focos de lesão da COVID são os pulmões. O paciente que precisa ser internado comumente apresenta-se com falta de ar, necessitando de auxílio para respirar. Em prol de fornecer o melhor cuidado possível, uma equipe multidisciplinar torna-se necessária. Nela, entram o médico, o enfermeiro, e também o fisioterapeuta, principalmente aquele que é especialista em terapia intensiva e bom entendedor do que chamamos de “ventilação mecânica”.  Cabe a ele, muitas vezes, ajustar parâmetros nos ventiladores para garantir que o oxigênio chegue a seu devido destino. Para permitir que o doente se recupere – e possa voltar a conviver em sociedade.

 

Como fisioterapeuta, especialista em terapia intensiva, tive a oportunidade de atuar em variadas esferas, vivenciando engrandecedoras experiências. Agora, como muitos colegas, enfrento mais este – significativo – desafio. Mesmo triste com a situação atual, posso dizer que é uma honra poder representar esta bela profissão e ajudar aqueles que precisam. Termino meu relato com uma mensagem de esperança, pedindo a cada um dos leitores que façam o possível para seguirem as recomendações dos profissionais de saúde, a fim de reduzir a transmissão. Este mal vai passar, e ficará a gratidão de termos sido parte da força que o combateu.